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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Seis anos após o acidente, acusados vão a júri popular

Pela terceira vez na história de Maringá, será julgado hoje um caso de homicídio por dolo eventual no trânsito. Dois jovens tiravam “racha” e um deles atropelou menina de 12 anos

Primeira cidade do País a colocar um motorista no banco dos réus e condená-lo por um acidente que resultou na morte de uma criança de apenas três anos, Maringá acompanha, hoje, a partir das 8h30, a terceira decisão sobre a culpa ou inocência de dois acusados de envolvimento no atropelamento e morte da estudante Fabíula Regina Coálio, de12 anos.

Desta vez, os réus são o comerciário Marcos Jesus da Silva, 31 anos, de Maringá, e o estudante Luiz Cavichioli Fiorini, 24 anos, de Floraí, que na noite de 19 de agosto de 2003 decidiram disputar um “racha” na Avenida Colombo – principal corredor de tráfego da cidade.

Os dois são acusados de homicídio por dolo eventual – sabiam do risco de causar um acidente, mas foram indiferentes ao possível resultado. A pena varia de 6 anos a 20 anos de prisão.

Pilotando dois potentes veículos Omega, Silva e Fiorini posicionaram os carros rentes à faixa de pedestre e aguardaram a abertura do semáforo, defronte a UEM – como sinal para o início da corrida.

Ignorando o limite de velocidade de 60 quilômetros por hora, o grande tráfego de veículos e pessoas na área, muitas delas estudantes, os motoristas – então com 25 e 18 anos - pisaram fundo nos aceleradores.

Empurrados por potentes turbos, os motores precisaram de poucos metros para desenvolver velocidades superiores a 120 Km/h. Após fazer uma ultrapassagem perigosa, pelo lado direito, e invadir o estacionamento, Silva atingiu a pequena Fabíula, que aguardava, próxima ao meio fio, para cruzar a via em companhia de uma tia.

A pancada foi tão violenta que a menina foi lançada a cinco metros de altura e a mais de 66 metros de distância. Franzino, o corpo sofreu fraturas múltiplas da cabeça aos pés, a ponto de a medula ser inteiramente expelida pela boca. “Em toda minha carreira, nunca vi um acidente com estas proporções”, diz, chocado, o promotor Edson Aparecido Cemensati.

Por desenvolver velocidade superior ao carro pilotado por Silva, Fiorini sequer viu o acidente e seguiu em direção a Floraí, onde residia com os pais. Silva, por sua vez, ignorou o atropelamento e fugiu da cena do crime. Identificado pela polícia, apresentou-se cinco dias depois.

Após uma série de tentativas para tentar transformar o atropelamento em crime culposo, a defesa de Silva passou a ingressar com recursos em estratégia para adiar o julgamento, como, até mesmo, necessidade de tratamento bucal.

Diante desta última alegação, o juiz Cláudio Camargo dos Santos acusou o defensor de “desmoralizar, achincalhar e desprezar o Poder Judiciário” e imputou a Silva o pagamento de todas as despesas pelo novo adiamento.

O segundo caso semelhante, julgado em abril deste ano, foi com Leandro José da Silva, de 24 anos, acusado de ter provocado o acidente que matou dois idosos na Avenida Colombo.

Passo a passo
Para garantir o bom andamento dos trabalhos, o Poder Judiciário limitou o acesso ao Tribunal do Júri a 180 pessoas. Os demais interessados no Caso Fabíula poderão acompanhar o julgamento em tempo real em O Diário Online e no Twitter de O Diário, que terá um repórter no local durante toda a sessão.
Fonte: O Diário de Maringá Online - reportagem de Roberto Silva

2 comentários:

Fabio Ribeiro - Sorocaba - SP disse...

Morei em Maringá nos anos 80 qdo fiz Zootecnia na UEM. Passava sempre pela Av. Colombo, que naquela época já era muito movimentada. É inconcebível um cidadão de posse de um veículo potente como um Ômega, dirigir em alta velocidade por essa avenida, pondo em risco a sua vida e a de outros. Deus permita que a justiça dos homens, condene de forma inquestionável esses delinquentes. Duvido mas, tomara que sirva de exemplo pra que outros "animais" por trás do volante deixem de realizar essas idiotices nas pistas das cidades brasileira.

Silvio Bondezan disse...

Trágicas notícias Meu caro Luciano. Assassinatos como estes são registrados no Brasil cotidianamente e muitos ficam sem punição, pois em grande parte são praticados por riquinhos "idiotas", que resolvem tirar racha em vias públicas. A punição é o mínimo das reparações que o Estado deve exigir dos agressores, mas nem isso, conseguirá reparar a dor dos familiares.