“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” Mateus 5.16
É
inegável que o Brasil tem experimentado um crescimento econômico saudável com a
transferência de renda para os menos favorecidos e a melhoria de vida de muitas
pessoas, mas este período de prosperidade não trouxe a erradicação de
gravíssimos problemas sociais, a saúde pública continua precária; a segurança e
o sistema de justiça carece de mais investimentos. O que falarmos sobre os
investimentos em educação, ou seja, a lista é desafiadora, porém considero que
o maior mal do Brasil é a corrupção.
Poderíamos
nos perguntar. O que isto tem a ver com os cristãos? O que o povo que se
autodenomina como o povo de Deus tem a ver com isto? A nos caberia apenas
receber a Jesus como o nosso Salvador, orarmos e permanecermos na fé até
estarmos com Ele em toda a sua glória nos céus?
A corrupção é uma palavra que surge na tradição cristã e é definida por Agostinho de Hipona em uma de suas cartas a Jerônimo (ambos pais da Igreja Latina) no ano de 416. Corrupção é ter um coração (cor) rompido (ruptus) e pervertido, e ele cita Gênesis 8.21 que diz “A tendência do coração é desviante desde a mais tenra idade”.
Dados da FIESP do ano de 2010 estimou que o
custo médio da corrupção no Brasil é de 1,38% a 2,3% do PIB, isto é, de R$50,8 bilhões a R$84,5 bilhões (em
reais de 2010).
A
própria FIESP em 2010, relaciona o que poderia ser feito com esse dinheiro:
•
Arcar
com o custo anual de 24,5 milhões de alunos das séries iniciais do ensino
fundamental segundo os parâmetros do CAQi1;
•
Equipar e prover
o material para 129 mil escolas das séries iniciais do ensino fundamental, com
capacidade para 600 alunos segundo o modelo CAQi;
•
Construir 57,6
mil escolas para séries iniciais do ensino fundamental segundo o modelo CAQi;
•
Comprar 160
milhões de cestas básicas (DIEESE);
•
Pagar 209,9
milhões de bolsas família em seu valor máximo (Básico + 3 variáveis + 2 BVJ);
•
Construir 918 mil
casas populares segundo o programa Minha Casa Minha Vida II.
Como
poderíamos mudar o mundo? Como poderíamos influenciar?
Jesus
nos ensina no evangelho de Mateus, capítulo 5, versículos 13 a 16 que somos
chamados a perseguirmos a nossa comunhão com o Senhor, em oração e meditação,
mas também para agirmos e sermos seus embaixadores na Terra.
Vivemos
em uma sociedade que esta contaminada pela corrupção, governantes, autoridades
e o sistema estatal e privado habita em um meio permeado pela corrupção, e que
morto espiritualmente precisa ser salgado para não apodrecer, e são os cristãos
que são o sal de toda a Terra.
Os crentes em Cristo são chamados a viverem no mundo, e salgá-lo com os valores do Reino de Deus, a sua presença divina fruto de uma nova natureza em Cristo comunica vida dentre os mortos.
Os crentes em Cristo são chamados a viverem no mundo, e salgá-lo com os valores do Reino de Deus, a sua presença divina fruto de uma nova natureza em Cristo comunica vida dentre os mortos.
Os
cristãos genuínos não estão adormecidos pela relativização sobre o valor da
vida nos dias atuais, antes se incomoda com a falta de assistência médica
adequada no sistema público que gera a dor e a morte, se incomoda com as leis
injustas que fazem o pobre sofrer, se entristece com o culto a personalidade
que deixa de investir na educação para investir em publicidade para elevar a
popularidade de programas e de pessoas em detrimento do desenvolvimento das
pessoas.
O
cristão genuíno irá aceitar o seu chamado, e vai lutar pela vida, para que as
pessoas tenham vida na Terra exercerá sua cidadania terrena de forma a não se
tornar insípido, “se o sal for insípido,
com que há de salgar? (v.13), ou seja qual a sua influência no contexto
urbano e social?
Queiramos
ou não os cristãos são chamados para ser o sal da Terra, se deixarmos de
influenciar como ficará a sociedade, se não influenciarmos o mundo apodrecerá
espiritualmente – e o sal sem sabor não presta para nada. Não podemos ter
apenas o nome de cristãos, pessoas que tem o nome da vida, “mas estão morto” (Ap 3.1).
Apesar de assistirmos pela mídia várias reportagens sobre a corrupção, devemos estar atentos para o nosso contexto urbano, o nosso chamado é para vivermos sim a nossa individualidade com Cristo em comunhão, mas o ato de salgar exigirá uma participação social, somos desafiados a “estarmos misturados” no mundo e mantermos a nossa identidade.
Apesar de assistirmos pela mídia várias reportagens sobre a corrupção, devemos estar atentos para o nosso contexto urbano, o nosso chamado é para vivermos sim a nossa individualidade com Cristo em comunhão, mas o ato de salgar exigirá uma participação social, somos desafiados a “estarmos misturados” no mundo e mantermos a nossa identidade.
Se
Cristo habita em nós, temos um novo coração (2 Co 5.17) “e vos darei um coração novo” (Ez 36.26), e vivemos uma novidade de
vida, que produz um caráter que salga o mundo e nos desafia a testemunhar o
Reino de Deus.
A
nossa luz será manifestado no nosso testemunho, “resplandecei diante dos homens”, essa luz, não tem nada a ver com
o nosso “eu”, uma vez que “a imaginação
do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8.21), antes é a Luz que
habita em nós, a luz do Sol da Justiça que é Jesus, (2 Co 3.18) “resplandecei diante dos homens”, para a
glória de Deus (Fp 2.14,15).
Jesus
finaliza afirmando que não podemos esconder aquilo que temos, não se pode
esconder uma cidade (v.14), vivemos um tempo de guerra, como é possível
esconder uma cidade em meio a uma batalha? Um cristão genuíno pode se esconder
em meio a tomada de decisões que redundaram na vida ou na morte de pessoas?
Se
somos cristãos, temos a luz de Cristo, foi ele quem acendeu e devemos deixá-la
brilhar.
Israel
foi chamado por Deus para ser exemplo para as nações e em tempos de
prosperidade desviou-se da verdade, do caminho e da vida, em tempos de
prosperidade somos tentados a sermos corruptos e não atentarmos para o desafio
de sermos sal e luz do mundo em que vivemos.
Não
basta sermos salvo, é preciso se preocupar com as demais pessoas, Israel em
tempos de prosperidade se esqueceu disto e foi repreendido e castigado pelo
Senhor:
Por
oprimirem o pobre e profanarem o nome de Deus - Amós 2.6-8;
Por não atender as necessidades dos pobres e favorecer as pessoas ricas – Amós 5. 7-12;
Por não atender as necessidades dos pobres e favorecer as pessoas ricas – Amós 5. 7-12;
Por
negociarem de forma fraudulenta explorando o pobre – Amós 8.4-6;
Por impostos injustos - Amós 4.1;
Por impostos injustos - Amós 4.1;
Fica
claro que Israel foi julgado pelos pecados sociais, o seu coração corrompido
pelo pecado, se avolumou e sua iniquidade trouxe o julgamento e o castigo da
parte do Senhor. Amós 3.1-2.
Somos
chamados a salgar a Terra, não importa o quão rica seja a nossa cidade, não importa
se as pessoas tem muito crédito, se as pessoas tem muita poupança, os cristão
devem tomar suas decisões de acordo com os valores do Reino de Deus, devem a
todo tempo guardar os seus corações (Is 31.33) e atentar para os pobres e os
menos favorecidos, “Lavai-vos, purificai-vos,... atendei a justiça, repreendei
ao opressor, defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas” Isaías
1.16-17.
Aceitar
o chamado de Cristo e ser sal da Terra é ser embaixador, é ser um súdito fiel
do Senhor, do Rei é testemunhar a sua verdade, o seu caminho e a vida.
Quem
se incomodará com a corrupção, mesmo tendo fartura em casa?
Quem
se incomodará com a falta de assistência médica adequada aos pobres, mesmo
tendo condições de pagar um plano de saúde e não tendo nenhum doente em sua
casa?
Quem
se incomodará com os investimentos na imagem de pessoas e programas em
detrimento de investimentos em segurança e educação, mesmo tendo condições de
pagar por escola particular a seus filhos e viver em bairros menos violentos?
Os
cristãos genuínos, servos do Rei Jesus e que vivem para promover o Reino de
Deus!
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