A partir desta segunda-feira, seis psicólogos prestarão atendimento a funcionários e alunos da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão
Velório do estudante de 10 anos que atirou na professora e depois se matou com um tiro na cabeça, em São Caetano do Sul (Zanone Fraissat/Folhapress)
Nesta segunda-feira, Márcia Gallo, diretora da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, onde o aluno do 4º ano D.M.N. atirou contra a professora Rosileide Queirós de Oliveira antes de se suicidar, prestou depoimento à delegada Lucy Fernandes, titular do 3º Distrito Policial em São Caetano. Na oitiva, ela disse acreditar que a tragédia foi uma "brincadeira que deu errado". Márcia contou que, pelas conversas que teve com alguns alunos, a intenção de D.M.N. não era a de matar, mas assustar a professora. O crime aconteceu na última quinta-feira, dia 22. D.M.N. tinha 10 anos.
No dia do crime, um dos alunos voltou à escola acompanhado dos pais e procurou a coordenadora pedagógica Meire Bernardete Cunha para dizer que D.M.N. não queria matar a professora. "Ele disse que a intenção era a de assustar", contou Meire. A coordenadora foi uma das primeiras a se deparar com o corpo do estudante. "Minha vontade era ter pego ele nos braços", lembra. "Mas as pessoas diziam para eu não tocar nele".
A partir de hoje, seis psicólogos prestarão atendimento a funcionários e alunos da escola. A primeira reunião com os professores que dão aulas à tarde, período em que ocorreu o crime, aconteceu nesta segunda-feira. "Nós queremos ouvir o que eles têm a dizer", afirmou Márcia. "Este é um período de acolhimento".
A sala de aula que foi o palco da tragédia ficará trancada e, depois, será transformada numa espécie de biblioteca, com livros, gravuras e desenhos para que sejam debatidos temas ligados à violência. Márcia também contou que a escola não tomará medidas para aumentar a segurança. "Não há o que se fazer além do que já era feito".
Na próxima quarta-feira, dia 28, haverá uma reunião com todos os alunos no auditório da escola para que eles sejam ouvidos pelos professores. "Nós vamos chorar muito", acredita Meire. "Vamos abraçá-los e beijá-los e, nessa hora, vamos ouvir o que eles têm para nos dizer".
No próximo dia 7 de outubro, uma sexta-feira, funcionários e alunos da escola sairão em passeata pelas ruas de São Caetano do Sul com o objetivo de propor uma reflexão sobre a violência. A iniciativa foi tomada por Meire, que também pretende fazer uma grande campanha de arrecadação de armas de brinquedo. "A arma só serve para matar", disse.
Ainda nesta semana, a polícia pretende colher os depoimentos de alguns alunos. O objetivo é de esclarecer qual foi o motivo do crime. A professora Rosileide Queirós de Oliveira, que continua internada no Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo, também será ouvida. Fonte: Veja.com, reportagem de Bruno Abbud
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011
"Ele só queria assustar a professora", acredita diretora
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