Se você que lê estas mal traçadas é um daqueles brasileiros que acha que no Brasil não falta acontecer mais nada, vai se surpreender:
Wanderson Rodrigues de Freitas é um mineiro de 22 anos, meliante pé-de-chinelo por profissão e folgado por natureza. Dias atrás, resolveu assaltar uma padaria no bairro Planalto, em Belo Horizonte. Era uma terça-feira, começo da tarde, dia de pouco movimento. Ele chegou ao estabelecimento e anunciou o assalto. Com um pedaço de pau debaixo da blusa, simulou estar armado. Rendeu a irmã do proprietário, que estava no caixa, e conseguiu surrupiar míseros R$ 45,00. Achou pouco, mas – que fazer? – era o que tinha.
Ia dando o fora quando deu de cara, na saída, com o dono da padaria – um jovem, na flor dos 32 anos, com muita raiva de ladrão. Aquela era a 10ª vez que ele era roubado, em sete anos de comércio. Não titubeou e partiu para
cima de Wanderson. Engalfinharam-se, rolaram escada abaixo e o “amigo do alheio” recebeu uns tabefes. Em seguida, com a chegada da “Dona Justa”, foi preso em flagrante por tentativa de assalto “à mão armada”.
Não há de ver que o folgado Wanderson sentiu-se injuriado! Contratou advogado, apresentou queixa por lesões corporais e moveu ação contra o pobre padeiro que reagiu durante o assalto.
O juiz Jayme Silvestre Corrêa Camargo, da 2ª Vara Criminal da capital mineira, classificou a ação como “uma aberração” e “uma afronta ao Judiciário” e determinou a sua imediata suspensão.
Inconformado, o advogado de Wanderson, o dr. José Luiz Oliva Silveira Campos, anunciou que agora irá processar o comerciante assaltado por danos morais. Alega que o seu cliente foi humilhado durante o roubo. Ele diz ter 31
anos de profissão e estar “confiante” no andamento do processo.
Faz mais: sustenta que o seu cliente sofreu lesão corporal e se sentiu “rebaixado” por ter levado uma sova em público.
– A ninguém é dado o direito de fazer justiça com as próprias mãos – sentencia, valendo-se do lugar-comum que aprendeu na faculdade de Direito.
O aplicado causídico culpa também o governo.”O problema mora na segurança pública. Há câmeras do Olho Vivo pela cidade. Por que o poder público não coloca nas padarias também? Temos que correr atrás de nossos direitos e
Wanderson está fazendo isso”.
E agora, o que fazemos, meu prezado leitor: rimos ou choramos?
Fonte: Blog Zé Beto, reportagem de Célio Heitor Guimarães
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domingo, 5 de junho de 2011
Bandido processa vítima
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