Ela foi considerada culpada pelo assassinato do menino Evandro Caetano, ocorrido em Guaratuba em 1992. Beatriz poderá aguardar o recurso em liberdade
Beatriz Cordeiro Abagge foi condenada, neste sábado (28), a 21 anos e quatro meses de prisão pela morte do menino Evandro Ramos Caetano, ocorrida em Guaratuba, Litoral do estado, em 1992. A sentença foi lida pelo juiz Daniel Surdi Avelar, que presidiu a sessão, por volta das 17h15. Os jurados consideraram que ela foi a mandante do crime.
O julgamento, que começou na sexta-feira (27), durou aproximadamente 15 horas. A sentença determinou que a pena seja cumprida em regime semi-aberto. Isso porque ela já cumpriu cinco anos e nove meses de prisão ao longo do processo. Ainda de acordo com a sentença, Beatriz terá o direito de aguardar o recurso, contra a decisão do júri, em liberdade.
Esta é a segunda vez que Beatriz é julgada pelo assassinato e sequestro de Evandro, que teria sido morto em um ritual de magia negra encomendado por ela e pela mãe, Celina. O primeiro julgamento aconteceu em 1998 e foi o mais longo júri da história da Justiça brasileira – durou 34 dias. Na época, mãe e filha foram consideradas inocentes porque não ficou comprovado que o corpo encontrado desfigurado em um matagal era de Evandro.
O Ministério Público (MP) recorreu da decisão e pediu um novo julgamento alegando que a perícia da arcada dentária e o exame de DNA que provavam que o corpo era do menino. Quase um ano depois, em março de 1999, o júri que absolveu Beatriz e Celina foi anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná.
A lei brasileira determina que o prazo máximo de prescrição de um crime é de 20 anos e, quando o réu faz 70 anos, o prazo conta pela metade, caso de Celina. Por isso, como se passaram mais de dez anos entre os julgamentos, ela não pode mais ser punida por este crime.
Além das Abagge, outras cinco pessoas já foram julgadas. Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos, acusados de participar da morte, foram absolvidos em 2005. Os outros acusados – o pai-de-santo Osvaldo Marcineiro, o pintor Vicente Paulo Ferreira e o artesão Davi dos Santos Soares – tiveram dois julgamentos. O primeiro, em 1999, foi cancelado depois de sete dias, porque o advogado de defesa dos réus, Álvaro Borges Júnior, abandonou o plenário acusando o juiz Marco Antonio Antoniassi de cercear o amplo direito de defesa de seus clientes.
Eles foram novamente julgados em 2004 e condenados. A pena imposta a Marcineiro e Ferreira era de 20 anos e dois meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado e sequestro. Soares foi condenado por homicídio simples, com pena de 18 anos de detenção.
Segundo a Secretaria de estado da Justiça, Marcineiro está em liberdade condicional desde dezembro de 2006, mesmo regime cumprido por Soares desde julho de 2005. Já Ferreira cumpre a pena em regime semi-aberto na Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Adriana Czelusniak, Gladson Angeli e Gabriel Azevedo
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sábado, 28 de maio de 2011
Beatriz Abagge é condenada a 21 anos e quatro meses de prisão
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