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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Preso suspeito de matar agente penitenciário

Homem foi detido por policiais da Delegacia de Homicídios no Tatuquara na manhã desta sexta-feira

Um homem foi preso na manhã desta sexta-feira (7), no bairro Tatuquara, em Curitiba, suspeito de ter matado o agente penitenciário Carlos Alberto Pereira, de 52 anos, o Federal, que foi assassinado na terça-feira (4). O homem, que não teve a identidade divulgada, foi levado para a Delegacia de Homicídios, que investiga o caso. Até as 12h45, a polícia não havia divulgado mais detalhes da prisão.

Mais informações em breve.

Crime

De acordo com o vice-presidente do Sindarspen, Antony Johnson, oito agentes foram assassinados no estado nos últimos dois anos. A morte de Pereira foi a primeira do ano de 2011. “As ameaças que sofremos diariamente no interior das unidades penais estão se realizando. Precisamos de apoio, precisamos do porte de arma. Não queremos usá-las dentro das penitenciárias, mas fora, para se defender”, diz.

Pereira foi assassinado enquanto pintava o portão da própria casa, no bairro Fazendinha, em Curitiba, na tarde de terça-feira (4). Ele já havia sido chefe de segurança do antigo presídio do Ahú e da Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Para a polícia, a principal hipótese é de que o assassinato de Pereira esteja relacionado à atuação dele como agente. De acordo com a Delegacia de Homicídios, Pereira estava de férias e pintava o portão da residência quando foi surpreendido por um homem encapuzado que abriu fogo. O agente foi atingido por dois tiros na cabeça e um no tórax e morreu no local. No carro dele, que estava estacionado na garagem, também havia sinais de disparos.

“Não resta dúvida de que se trata de uma execução. Pelas circunstâncias, de imediato, relacionamos o crime com a atividade profissional da vítima. Esta é a principal hipótese, mas, evidentemente, vamos investigar outras possibilidades para a motivação”, disse o superintendente da Delegacia de Homicídios, José Carlos Machado.

Familiares da vítima disseram à polícia que Pereira nunca revelou ter recebido ameaças, nem comentou algo que pudesse justificar o crime. “Além de ouvir familiares, procuramos pessoas que possam ter visto elementos que nos ajudem a entender a dinâmica deste homicídio”, disse Machado.

Segundo informações repassadas à polícia, o autor do crime teria estacionado um carro de cor escura próximo à casa de Pereira. O assassino teria caminhado até o local onde a vítima estava, efetuado os disparos e retornado ao veículo para fugir. “Fizemos buscas por câmeras de segurança que pudessem ter captado os movimentos deste carro, mas não encontramos”, disse o superintendente.

Durante o velório e enterro de Pereira, agentes penitenciários fizeram uma manifestação na tarde de quarta-feira (5), pedindo a liberação do uso de armas de fogo pela categoria. Carregando faixas e cartazes, cerca de 50 agentes que estiveram no velório fecharam por cinco minutos a Rua João Bettega, nas imediações do cemitério Jardim da Saudade, onde o corpo foi enterrado. “Agentes Penitenciários: categoria unida por mais segurança para os trabalhadores”, dizia uma das faixas.


Mobilização

Dos cerca de 1,5 mil agentes penitenciários que trabalham em Curitiba e região, os 500 que estavam na escala de trabalho da quinta-feira (6) suspenderam as rotinas dentro das unidades. Ou seja, os agentes ficaram nos postos de trabalho para cuidar dos presos, mas não houve movimentação, como banho de sol e atendimento, em nenhum presídio da região. A paralisação foi uma forma de protesto pela morte de Federal. Os trabalhos foram normalizados ainda na quinta-feira.

No mesmo dia, representantes do Sindarspen se reuniram com a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes. No encontro, que durou três horas, foram discutidos assuntos referentes a morte de Pereira, ações do governo que garantam mais segurança aos agentes dentro e fora dos presídios, a profissionalização da administração penitenciária e a regulamentação do porte de arma para esses profissionais.

“O saldo da reunião é muito positivo. Há uma esperança de melhora e queremos ver nos próximos meses mudanças na gestão das unidades para que as falhas que hoje existem sejam deixadas de lado”, diz Johnson.Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Fernanda Trisotto

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