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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Escutas telefônicas revelam tráfico de drogas dentro de delegacia

A polícia civil apresentou o conteúdo de conversas telefônicas gravadas com a autorização da Justiça e que mostram que o tráfico era comum dentro das celas da carceragem

A Festa de Natal dos presos na delegacia de Campo Mourão (região Centro-Oeste do Paraná) expôs mais um grave problema, o tráfico de drogas dentro da cadeia. A polícia civil apresentou o conteúdo de conversas telefônicas gravadas com a autorização da Justiça e que mostram que o tráfico era comum dentro das celas da carceragem.

Em dos trechos divulgados nesta segunda-feira (10) pela equipe de reportagem da RPC TV Maringá , o detento Éder Amorin conversa com um traficante que está fora da cadeira. “É de mil o bagulhinho?”, perguntou o preso. “Rapaz do céu, não tem melhor na cidade”, respondeu o traficante. Amorin ainda comenta: “Nós estamos com um ali que vou falar pra você, parece uma pedra de mármore (como os presos chamam o crack).”

Em outra ligação, Amorin conversa com mais um traficante, Gilmar Cavalcanti, que foi preso na quinta-feira passada (6), durante a Operação Vila Cândida. Na gravação, Cavalcanti questiona: “Mas então, quanto que é cada caixa?“. Amorin responde: “Então, eu fiz um negócio bom, bem baratinho. Tá na minha mão, não interessa não?”, oferece o detento. Cavalcanti é o mesmo traficante que mantinha contato com a jornalista Maritânia Forlin, que também foi presa na semana passada, acusada de trocar favores com criminosos.

As gravações foram feitas entre os dias 25 de outubro e 11 de novembro do ano passado e fazem parte das investigações sobre o tráfico de drogas na cidade. Segundo o delegado José Aparecido Jacovós, os presos encomendavam as drogas por meio de celulares. O material era entregue aos familiares, que levavam os entorpecentes para dentro do presídio.

Os presos que faziam as ligações de dentro da cadeia eram os mesmos que participaram da festa de Natal. Com a ajuda de carcereiros, os detentos tiveram acesso a mil latas de cerveja, além de drogas como maconha e cocaína.

Reunião

Na manhã desta segunda-feira (10), o delegado chefe da delegacia de Campo Mourão se reuniu com o corregedor de presídios da região Centro-Oeste do estado. Em entrevista para o Paraná TV – 1ª Edição, Jacovós afirmou que nenhuma ação será determinada sem as presenças do juiz corregedor e do promotor corregedor. “Para que não se diga que houve uma retaliação ou qualquer medida contrária ao direito dos presos”, explicou.Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Marcus Ayres, com informações da RPC- TV Maringá

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