Participe da comunidade do meu Blog

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Antropólogos encontram restos do mais antigo banquete, de 12 mil anos

Em uma caverna, há 12 mil anos, um grupo de pessoas se juntou para um banquete raramente rivalizado: 71 tartarugas, assadas em seus cascos.

Caverna de Hilazon Tachtit, em Israel, local em que foram encontrados sinais de banquete e funeral de 12 mil anos - Naftali Hilger

A descoberta dos cascos mostra que banquetes ocorreram 2.500 anos mais cedo que pensado anteriormente, em um estágio decisivo na transição da vida de caça e coleta nômade para a de agricultura.

Os restos do banquete foram encontrados na caverna de Hilazon Tachtit, em Israel, por Natalie Munro, da Universidade de Connecticut, e Leore Grosman, da Universidade Judaica em Jerusalém.

Na área destinada para enterros, estão os ossos de 28 pessoas.

As cascas de tartarugas foram enterradas em um poço de 12 mil anos, fechada com uma laje calcárea. junto com o corpo de uma mulher idosa.

"Ela tinha muitos problemas de saúde e provavelmente mancava", diz Munro. "Ela foi enterrada com uma coleção de estranhas partes animais, como a pélvis de um leopardo."

Estes itens foram provavelmente símbolos de status e podem indicar que ela eram uma xamã --sacerdote com atribuídos poderes sobrenaturais em transe.

Munro acredita que as tartarugas foram comidas durante o funeral da mulher.

SEGUNDO BANQUETE

A carapaça de uma das 71 tartarugas, que parecem ter sido comidas em um banquete em honra ao funeral de xamã - Natalie Munro/Divulgação

Em um segundo poço da mesma época, os pesquisadores encontraram outro enterro, este acompanhado pelos ossos de três animais de gado selvagem. Isto indica que podem ter ocorrido dois banquetes de funeral separados.

Na época, a região era habitada pelo povo natufiano, que estava começando a se estabelecer em comunidades fixas.

"De repente, você tem centenas de pessoas vivendo no mesmo lugar pela maior parte do tempo, e que trabalha com atrito de objetos", diz Alan Simmons, da Universidade de Nevada, Las Vegas.

Banquetes podem ter ajudado as a suavizar as coisas e ajuntar as comunidades, diz ele.

Entretanto, o arqueólogo Brian Hayden, da Universidade Fraser, em Burnaby, Colúmbia Britânica, Canadá, argumenta que banquetes tendem a ser usados por líderes políticos para consolidar seu poder. "Eles convertem o alimento excedente em coisas úteis, como débitos e suporte político", diz ele.

A pesquisa foi divulgada no periódico "PNAS" (Proceedings of the National Academy of Sciences). Fonte: New Scientist, por Michael Marshall via Folha Online

Nenhum comentário: