Toda sociedade perdeu, não foi apenas o caseiro Francenildo
Relembre o caso -
O caseiro Francenildo Costa, 27, cujo depoimento à CPI dos Bingos derrubou o ministro Antonio Palocci (PT), em 2006, disse que teve a vida invadida após a quebra e divulgação de seu sigilo bancário, e que o "jogo sujo" o chocou.
"Se eu soubesse que ia chegar a esse ponto o jogo sujo deles, eu não tinha falado. Invadiram minha vida. Eu não queria que isso acontecesse. Até a família, parentes ficaram duvidando do dinheiro", afirmou o caseiro, que hoje trabalha de bicos.
Ele diz esperar que a Justiça decida sobre a ação por danos morais que move contra a Caixa Econômica e a Editora Globo pela quebra e divulgação de seu sigilo bancário --segundo ele, uma operação que visava desacreditá-lo. À Folha, Francenildo disse esperar que a Justiça adote no seu caso a rapidez que usa no inquérito do STF.
Em 2006, Francenildo deu um depoimento à CPI dos Bingos afirmando que o então ministro da Fazenda frequentava uma mansão em Brasília usada por lobistas para fechar negócios de jogos ilegais e realizar festas. O local, conhecido como "República de Ribeirão Preto", foi alugado por ex-assessores de Palocci, que negava as acusações.
O depoimento acabou deflagrando outro escândalo, pois seu sigilo bancário foi violado ilegalmente logo após participar da CPI. Palocci é tido como possível mandante da quebra do sigilo.
Outro lado
A Caixa alegou, por meio de sua assessoria, ter havido "regularidade e legitimidade" no episódio da quebra do sigilo bancário de Francenildo.
"A Caixa apresentou contestação nos autos da ação ajuizada pelo senhor Francenildo dos Santos Costa, demonstrando a regularidade e legitimidade de todos os procedimentos adotados no âmbito da instituição em relação ao senhor Francenildo."
A CEF disse ainda que "o juiz da causa promoveu duas audiências de conciliação e também concedeu prazos visando à composição amigável entres as partes, iniciativas que resultaram infrutíferas, tendo em vista que o senhor Francenildo e seu advogado não aceitaram as propostas da Caixa". Fonte: Folha Online
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