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domingo, 23 de agosto de 2009

Alcorão rege a vida do muçulmano, afirma teólogo - Por Edelberto Behs


Grupo de investidores árabes visitou na semana passada a cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com o propósito de avaliar as condições para a aplicação de 100 milhões de reais (cerca de 54 milhões de dólares) no agronegócio.

O grupo foi liderado pelo consultor Alli Ahmad Majdoub, economista que também é presidente do Conselho de Teólogos Islâmicos no Brasil. O Islã não separa a religião da economia, da política, da educação, tudo é uma coisa só. “O Alcorão rege como o ser humano deve atuar no mundo”, explicou Majdoub. Assim, não há qualquer constrangimento pelo fato de um teólogo liderar investidores.

O economista e o representante do Centro Cultural Islâmico do Rio Grande do Sul, advogado Ahmad Ali, apresentaram as bases do Islamismo, na sexta-feira, 14, a estudantes, professores e pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no programa Religiões do Mundo, organizado pelo Instituto Humanitas e a Fundação Ética Mundial.

“Islam vem de paz. Deus tem 99 atributos e a paz é um deles”, explicou Ahmad. “O verdadeiro muçulmano tem a obrigação de levantar a bandeira da paz e de reconhecer o direito dos vizinhos”, agregou.

Fundador da Mesquita de Porto Alegre, Ahmad, palestino que vive há 55 anos no Brasil, reconhece que pelo Judaísmo a humanidade recebeu a primeira mensagem divina, através de Moisés, seguida do Cristianismo.”Já as bases do Islamismo vêm diretamente das mensagens divinas de Deus ao anjo Gabriel, que foram transmitidas a Mohamed”, o maior dentre os mais de 125 mil profetas enviados ao mundo para difundir a palavra de Deus.

O idealizador do Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre, que existe desde 1996, lamentou a existência de muçulmanos picaretas. “Muitos muçulmanos diferem da religião islâmica, mas não dá para acusar nenhuma religião de violenta e massacrar o ser humano. A responsabilidade é do ser humano, e não da religião”, disse.

Ahmad criticou o conflito entre xiitas e sunitas, que “estão desmoralizando o Islã e a caminhada do povo islâmico em busca da unidade, da liberdade”. Ele admitiu que as religiões trouxeram divisão à sociedade, embora busquem, essencialmente, a fraternidade, o progresso e a educação do ser humano.

“Todas as religiões usaram a política para alcançar seus objetivos”, anunciou, e todas elas estão encharcadas de oportunistas, fanáticos, fundamentalistas. “A verdade não tem dono e enquanto as três religiões monoteístas não dialogarem e se unirem, os conflitos no mundo continuarão”, alertou o representante da Sociedade Islâmica.

O economista e teólogo Alli Majdoub é brasileiro, descendente de árabes. Ele declarou, na apresentação do Islamismo na Unisinos, que o Brasil é um dos países mais democráticos do mundo, o povo é generoso, hospitaleiro, e tem uma grande contribuição a dar para o diálogo inter-religioso e a paz mundial.

Tanto Alli como Ahmad destacaram que o conflito na Terra Santa não é religioso. Israel não é o Estado previsto no Antigo Testamento e o plano expansionista na Palestina não é do Estado, mas do movimento sionista, alegaram.

A Resolução 131 da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1947, estabeleceu que 56% da Palestina seriam de judeus e 44% dos palestinos, quando palestinos detinham 94% do território, assinalou para a ALC o comerciante aposentado Sales Bajaa, de Porto Alegre.

“Quando palestinos são apresentados como terroristas pela mídia internacional, na verdade eles lutam para recuperar o que perderam”, justificou.

Segundo Ahmad, a mensagem mais importante do profeta Maomé para o século XXI é que todos os muçulmanos, todos os religiosos e lideranças religiosas busquem o mais importante: o conhecimento, a ciência, o progresso e a paz para a humanidade.

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