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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Rússia congela venda de mísseis ao Irã após sanções da ONU

A Rússia congelará um contrato de entrega ao Irã de mísseis S-300 depois da adoção de novas sanções na ONU contra o regime de Teerã nesta quarta-feira (9), anunciou nesta quinta-feira (10) uma fonte do serviço federal de cooperação militar, citada pela agência Interfax.

"A decisão do Conselho de Segurança da ONU deve ser aplicada por todos os países, e a Rússia não será uma exceção. É por isso que o contrato de entrega de mísseis terra-ar S-300 ao Irã será congelado", indicou esta fonte.

Moscou e Teerã chegaram a um acordo há algum tempo para a entrega de mísseis S-300, mas a Rússia jamais entregou estas armas, segundo explicou, por causa de problemas técnicos.

Israel, Estados Unidos e Europa denunciaram este contrato porque este sistema sofisticado teria permitido a Teerã defender de forma eficaz suas instalações nucleares.

AIEA

Mais cedo a emissora de TV estatal iraniana anunciou que o país deve rever sua relação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em reposta às sanções que sofreu no Conselho de Segurança da ONU.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo parlamento de Comissão de Segurança Nacional e Política Externa, liderada por Alaeddin Boroujerdi, depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã sobre seu programa nuclear.

Boroujerdi disse que, no domingo, os legisladores vão 'começar uma revisão das relações do Irã' com a AIEA.

Ele não especificou quais as opções seriam discutidos, mas, de acordo com a agência de notícias Associated Press, uma revisão pode resultar na restrição do acesso de inspetores da AIEA às instalações nucleares iranianas.

Em resposta à nova rodada de sanções, o presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, disse que elas são "sem valor algum" e "devem ir direto para a lata do lixo, como um lenço usado".

Ban Ki-moon

Ainda na quarta-feira (9) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao Irã que cumpra com suas obrigações internacionais e coopere plenamente com a AIEA, segundo comunicado divulgado pelo porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky.

"Esses são os passos necessários para restaurar a confiança da comunidade internacional sobre os fins exclusivamente pacíficos do programa nuclear iraniano", disse o porta-voz.

Em sessão realizada nesta quarta-feira em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã devido ao seu programa nuclear. O documento foi aprovado com 12 votos a favor, uma abstenção (do Líbano) e dois votos contra (Brasil e Turquia).

As novas sanções devem vetar investimentos exteriores iranianos em atividades e instalações relacionadas com a produção de urânio, serão estabelecidas restrições na venda de armas convencionais ao Irã. Além disso, o país será proibido de fabricar mísseis balísticos com capacidade de carregar ogivas nucleares.

Também deve haver novas restrições às operações financeiras e comerciais com o Irã, além do reforço do regime de inspeções das cargas dos navios e aviões iranianos para evitar que burlem o embargo internacional.

Acordo recusado

Horas antes da votação, potências ocidentais haviam rejeitado oficialmente o acordo nuclear alcançado entre Brasil, Irã e Turquia, transmitindo sua posição à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

Rússia, EUA e a França enviaram sua resposta oficial ao acordo de intercâmbio de urânio assinado pelo Irã com o Brasil e a Turquia em 24 de maio passado, indicou nesta quarta-feira um diplomata ligado ao órgão da ONU.

De acordo com a posição divulgada pelos EUA, Rússia e França, a proposta de acordo acertada entre Brasil, Irã e Turquia deixaria o país com material suficiente para fabricar uma arma nuclear. A informação tornada pública pelo Irã de que o pacto não impediria de continuar enriquecendo urânio também preocupa as potências.

Para os três países ocidentais o acordo, que derivou de uma oferta similar feita pela AIEA ao Irã ainda no ano passado, não esclareceu dúvidas importantes sobre o programa nuclear do país, que eles acreditam estar desenvolvendo armas nucleares. O Irã nega e diz que enriquece urânio somente para fins pacíficos.

Na segunda-feira (6), a AIEA voltou a pedir ao governo iraniano que dê provas conclusivas de que não pretende adquirir armamentos atômicos. Fonte: Folha de São Pauco com Agências Internacionais

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