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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cerro Azul, Brasil e Tuiuti são as avenidas mais perigosas

Caminhar à noite por algumas localidades de Maringá tornou-se um risco. Levantamento feito com base nos boletins da PM revela os pontos de maior incidência de roubos à pessoa

A cada 24 horas, a Polícia Militar atende a três chamadas de vítimas de assalto, que caminhavam ou dirigiam pelas ruas de Maringá. Entre 1º de janeiro e a última segunda-feira, a PM registrou 144 ocorrências, envolvendo uma ou mais vítimas. Os registros mostram que os bandidos têm datas, locais e horários preferidos para atacar quem está na rua.

A Avenida Cerro Azul, com oito assaltos, lidera o ranking de localidades mais violentas deste início de ano. Desse total, seis roubos foram à noite, cinco deles na madrugada de sábado para domingo. Na sequência de endereços mais perigosos aparecem as avenidas Brasil, com sete assaltos, e Tuiuti, com seis ocorrências. As avenidas Colombo, Pedro Taques, Mário Clapier Urbinatti, Mauá e Tuiuti empatam, com quatro assaltos cada uma.

Os números constam dos primeiros 53 relatórios diários de ocorrências atendidas pela Polícia Militar, publicados este ano. Nessa conta não entram os roubos e furtos a estabelecimentos comerciais ou residências. A polícia reconhece que nem todas as vítimas de roubo ligam para o 190, mas segundo sua assessoria de comunicação não há uma estimativa de quantos crimes deixam de ser registrados.

Cerro Azul
Morador em um condomínio da Avenida Cerro Azul, o vendedor José Jair Andrade, 58 anos, já teve o filho de 19 anos assaltado próximo de casa. “Os bandidos levaram o celular e a carteira dele. Mas já assaltaram gente até na frente do prédio, a situação aqui está complicada”, diz.

Andrade trocou Londrina por Maringá há 14 anos. Hoje ele mora em edifício próximo ao cemitério, no segundo andar, e reclama que os ruídos da avenida interferem no seu sono. “Não é só a bandidagem. A baderna nessa avenida também é demais. É gente tirando racha, é som alto de carro, está faltando policiamento”, diz.

Os bandidos priorizam os assaltos à noite. Do total de 144 ocorrências, 94 (ou 65%) foram entre as 18 horas e 6 horas. Na Cerro Azul, entre os oito assaltos, dois ocorreram à luz do dia. Em um deles, duas mulheres, D. 31 anos, e C., 22, foram rendidas às 17 horas do dia 8 de janeiro, por dois homens que estavam em uma moto.

O garupa estava com um revólver e tomou os celulares e dinheiro das vítimas. Um dia antes, uma mulher de 42 anos teve a bolsa roubada por um homem no ponto de ônibus. Na Avenida Brasil, de sete roubos em três situações, os bandidos se arriscaram durante o horário comercial. Em um dos casos, dia 1º de fevereiro, uma segunda-feira, o criminoso se fez passar por flanelinha.

Ele fez gestos para a aposentada N., 65 anos, estacionar em uma vaga na altura da Vila Operária, ajudou a mulher a manobrar na vaga, viu que ninguém estava olhando e pulou dentro do carro. Ele trocou tapas com a aposentada e fugiu levando uma bolsa, com dinheiro e documentos da vítima.

Namoro
Exemplos de alvos fáceis para os bandidos são dois casais que namoravam dentro dos carros quando foram surpreendidos pelos criminosos. O primeiro caso desse tipo registrado pela PM aconteceu na madrugada do último dia 16, uma terça-feira, na Avenida Gastão Vidigal. O casal foi surpreendido por volta das 3 horas, por dois menores. Os ladrões faziam menção de estarem armados — não mostraram nenhuma arma — e colocaram as vítimas no banco de trás do veículo. O casal foi abandonado na zona rural.

Os adolescentes fugiram levando o veículo Celta e os celulares. A queixa foi registrada pela dona do carro, C., de 27 anos. No outro caso, próximo à meia-noite do dia 17 de janeiro, madrugada de sábado para domingo, um casal foi rendido na Avenida Laguna. Os ladrões só levaram o dinheiro das vítimas.

No Jardim Universitário, a avenida mais movimentada, a Doutor Mário Clapier Urbinati, também é a mais perigosa para se andar à noite. O local teve quatro assaltos a pedestres este ano, todos das 19 horas às 2 horas. Uma das vítimas foi o universitário E., 22 anos, que esperava na madrugada do último dia 18, quarta-feira, pela chegada do mototáxi. O azar foi que dois ladrões chegaram antes, de bicicleta, e roubaram sua carteira e celular.

Adolescentes
Os boletins da PM mostram que apenas neste mês oito adolescentes foram assaltados de madrugada. Em um dos casos, três meninas, todas de 13 anos, foram rendidas por dois ciclistas por volta da 1h30 do último dia 20, sábado, na Avenida Brasil .

Os bandidos roubaram as bolsas e celulares das vítimas. Em outro caso, um garoto de 16 anos chamou a polícia às 5h30, após ter a carteira roubada por dois homens na Rua Marechal Deodoro, Zona 7. O adolescente explicou aos policiais que estava voltando de uma boate quando foi atacado — a lei proíbe a permanência de menores em casas noturnas.

Já às 3 horas do dia 14, domingo, dois adolescentes de 16 anos que voltavam de uma festa passaram apuros na Avenida Paraná, após serem cercados,segundo eles, por um grupo de dez garotos. Os assaltantes levaram o dinheiro e os telefones das vítimas. Os assaltantes levam de tudo. Até o quadro de brincos de um ‘hippie’ e o carrinho para coleta de recicláveis de um catador foram levados por bandidos este ano. O primeiro crime ocorreu na Avenida São Paulo e o segundo na Avenida das Américas. Fonte: O Diário, reportagem de Fábio Linjardi

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