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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Agentes penitenciários se revoltam com descaso dos deputados e invadem a Câmara

Seis anos de luta. Viagens semanais a Brasília há mais de um ano. Promessas e promessas feitas por lideranças, e nunca cumpridas. Esta é a novela da PEC 308, que cria a Polícia Penal. Mas hoje, dia 17 de agosto, as centenas de agentes prisionais do País que estão na Câmara dos Deputados resolveram dar uma reviravolta nessa história sem fim. Como mais uma vez os deputados "roeram a corda" e não votaram a PEC 308, os servidores do sistema mudaram de tática e invadiram o salão verde da Câmara. Para isso, tiveram que enfrentar, no braço, a polícia legislativa que agrediu os trabalhadores com empurrões, murros, chutes e choques. "Só sairemos daqui depois que a PEC 308 for aprovada", diz João Rinaldo Machado, presidente do SIFUSPESP e autor da proposta de ocupação pacífica do Salão Verde.

"A intenção era ocupar pacificamente o Salão Verde, local onde ficam a imprensa e circulam os deputados federais. Queríamos protestar contra esse descaso com que o Poder Legislativo vem tratando a nós, cidadãos, trabalhadores e servidores públicos brasileiros. Marcam a votação da PEC, ela é incluída na pauta da Câmara, nós mobilizamos os trabalhadores do País inteiro e, sem nenhuma explicação plausível, os deputados simplesmente não votam a proposta. Isso acontece desde 2004", conta João Rinaldo Machado.

O presidente do SIFUSPESP diz, ainda, que a violência que ocorreu no início desta noite foi culpa exclusiva da polícia legislativa, que faz a segurança da Câmara. "Em nenhum momento falamos em usar violência, pelo contrário. Temos imagens da reunião que antecedeu a ocupação, mostrando que todas as lideranças indicaram uma ocupação pacífica. Mas a Polícia Legislativa radicalizou, quis proibir a manifestação do grupo de forma autoritária, anti-democrática e violenta".

No enfrentamento, muitos agentes prisionais ficaram feridos. O presidente do sindicato do Mato Grosso do Sul, Fernando Anunciação, que a todo momento estava solicitando calma aos ocupantes, foi atacado por um policial que lhe deu uma "gravata". Luiz Fernando da Rocha, presidente do sindicato do Rio Grande do Sul, recebeu vários choques. Integrantes da Comitiva do Sifuspesp também foram agredidos e apresentam sinais da violência.

MOTIVAÇÃO
A violência foi efetivada pela Polícia Legislativa, mas foi gerada pelos deputados, que mais uma vez trataram a categoria com desrespeito. O presidente da Câmara, deputado Michel Temer, prometeu que a PEC 308 seria votada hoje ou amanhã (17 ou 18), mas faltou à sessão. O deputado Cândido Vacarezza, líder do Governo, que na semana retrasada acatou um acordo de modificação do texto da PEC com a promessa de apoiar a votação nesta semana, simplesmente "mudou de ideia" e afirmou, com toda a desfaçatez possível, que não apenas era contrário à PEC 308 como não ia apoiar a votação. Aliás, o comportamento desses dois deputados tem sido mesmo esse: de prometer e depois voltar atrás.

Desde 2006 a categoria luta pelo reconhecimento da função policial que de fato exerce. Semana após semana, deputados prometem que irão votar a proposta e, na hora H, demonstrando o profundo desrespeito pela sociedade, não colocam a PEC em votação e não dão menor satisfação aos agentes prisionais que semanalmente se arriscam em caravanas rumo a Brasília. Fonte: SIFUSPESP

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