Pessuti deve trocar líder do governo na Assembleia; governador quer a presidência do partido
A iminente saída do governador Roberto Requião - que deve deixar o cargo até 2 de abril para disputar uma cadeira no Senado - já está detonando uma disputa de bastidores por postos de comando no PMDB e no próprio governo. O vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), assume o cargo com a saída de Requião com o desafio de viabilizar sua candidatura à sucessão estadual. E uma das primeiras preocupações de Pessuti será colocar aliados em postos chaves. Entre as mudanças está a substituição do atual líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).
O mais cotado para assumir o lugar de Romanelli é o atual presidente estadual do PMDB e líder do partido na Assembleia, deputado Waldyr Pugliesi. Ele é visto como um dos principais avalistas da candidatura de Pessuti, enquanto o atual líder governista é apontado como um dos negociadores do apoio do PMDB à candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Correndo por fora na disputa pela liderança governista estaria ainda o deputado Cleiton Quielse.
Com a troca, abre-se também a disputa pela liderança da bancada peemedebista no Legislativo. Romanelli pode acabar sendo guindado a esse posto, que teria ainda como um dos cotados o deputado Artagão Jr. Além disso, o próprio Requião teria a intenção de assumir a presidência estadual do PMDB, como forma de manter o controle sobre o processo de sucessão. Para isso, porém, ele terá que convencer Pugliesi a renunciar ao cargo, ideia que até agora o deputado tem rechaçado.
A disputa interna no ninho peemedebista reflete a divisão que vive o partido em relação aos rumos das eleições de outubro. A ala que apoia a candidatura de Pessuti aposta na posse dele como governador para alavancar seus índices de intenção de voto nas pesquisas, hoje estacionados nos 5%, muito distante dos líderes Beto Richa e Osmar Dias (PDT). Outro grupo não acredita nas chances do vice em uma disputa polarizada entre Richa e Osmar, e vem trabalhando ativamente pela aproximação com os tucanos.
Já Requião, apesar de oficialmente apoiar as pretensões de seu vice, está mais preocupado com sua própria candidatura ao Senado. Por isso, ao mesmo tempo em que estimula publicamente a candidatura de Pessuti, tem liberado as negociações de bastidores para um acordo com o PSDB. Como um dos principais interlocutores dessa negociação, Romanelli é visto como não confiável pelo grupo de Pessuti, por isso deve ser substituído.
Ontem, o próprio Romanelli admitiu que deve sair. “Tenho o maior respeito pelo Pessuti. Mas a escolha do líder do governo é prerrogativa exclusiva do chefe do Executivo”, alegou, afirmando ainda não haver “nada definido”. “O Pessuti deve ficar a vontade para nomear quem ele quiser”, disse.
Ex-líder do governo Requião no mandato anterior, o deputado Dobrandino da Silva, a expectativa dos apoiadores de Pessuti é de que ele cresça nas pesquisas depois de assumir o governo. Ele confirmou que as conversas sobre a mudança nos cargos de liderança já estão em andamento na bancada. Segundo ele, uma das possibilidades é justamente a troca de posições, com Romanelli assumindo a liderança da bancada do PMDB, e Pugliesi a do governo. “O Romanelli articula uma composição com o PSDB. Não tem condições de continuar na liderança do governo. Seria antiético”, confirmou.
Prazo — Informalmente, o comentário entre os peemedebistas é de que o vice teria que atingir pelo menos 15% das intenções de voto até maio, para viabilizar sua candidatura. Do contrário, corre o risco de ser abandonado na campanha ou ver o partido optar pela aliança com o PSDB de Richa. O grande temor dos deputados é que sem uma candidatura competitiva ao governo, e sem aliados fortes, o PMDB não consiga reeleger nem dez dos atuais 16 parlamentares do partido na Assembleia. Cotado para assumir a liderança peemedebista, Artagão Jr confirma a divisão, e a necessidade de mudanças. Apesar de negar ter se colocado como candidato ao posto, ele admite que a preocupação de Pessuti é colocar nos postos chaves, “pessoas mais firmes em defesa da candidatura própria”.
A disputa interna ficou evidente diante do fato dos deputados peemedebistas terem passado os últimos dois dias em reuniões fechadas. Dobrandino prevê que uma decisão deve sair já na semana que vem. E que Romanelli pode entregar o cargo de líder antes mesmo da saída de Requião e da posse de Pessuti. O líder requianista negou. “Ficarei até o último dia do governo Requião”, garantiu. Fonte:Bem Paraná, reportagem de Ivan Santos
A iminente saída do governador Roberto Requião - que deve deixar o cargo até 2 de abril para disputar uma cadeira no Senado - já está detonando uma disputa de bastidores por postos de comando no PMDB e no próprio governo. O vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), assume o cargo com a saída de Requião com o desafio de viabilizar sua candidatura à sucessão estadual. E uma das primeiras preocupações de Pessuti será colocar aliados em postos chaves. Entre as mudanças está a substituição do atual líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).
O mais cotado para assumir o lugar de Romanelli é o atual presidente estadual do PMDB e líder do partido na Assembleia, deputado Waldyr Pugliesi. Ele é visto como um dos principais avalistas da candidatura de Pessuti, enquanto o atual líder governista é apontado como um dos negociadores do apoio do PMDB à candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Correndo por fora na disputa pela liderança governista estaria ainda o deputado Cleiton Quielse.
Com a troca, abre-se também a disputa pela liderança da bancada peemedebista no Legislativo. Romanelli pode acabar sendo guindado a esse posto, que teria ainda como um dos cotados o deputado Artagão Jr. Além disso, o próprio Requião teria a intenção de assumir a presidência estadual do PMDB, como forma de manter o controle sobre o processo de sucessão. Para isso, porém, ele terá que convencer Pugliesi a renunciar ao cargo, ideia que até agora o deputado tem rechaçado.
A disputa interna no ninho peemedebista reflete a divisão que vive o partido em relação aos rumos das eleições de outubro. A ala que apoia a candidatura de Pessuti aposta na posse dele como governador para alavancar seus índices de intenção de voto nas pesquisas, hoje estacionados nos 5%, muito distante dos líderes Beto Richa e Osmar Dias (PDT). Outro grupo não acredita nas chances do vice em uma disputa polarizada entre Richa e Osmar, e vem trabalhando ativamente pela aproximação com os tucanos.
Já Requião, apesar de oficialmente apoiar as pretensões de seu vice, está mais preocupado com sua própria candidatura ao Senado. Por isso, ao mesmo tempo em que estimula publicamente a candidatura de Pessuti, tem liberado as negociações de bastidores para um acordo com o PSDB. Como um dos principais interlocutores dessa negociação, Romanelli é visto como não confiável pelo grupo de Pessuti, por isso deve ser substituído.
Ontem, o próprio Romanelli admitiu que deve sair. “Tenho o maior respeito pelo Pessuti. Mas a escolha do líder do governo é prerrogativa exclusiva do chefe do Executivo”, alegou, afirmando ainda não haver “nada definido”. “O Pessuti deve ficar a vontade para nomear quem ele quiser”, disse.
Ex-líder do governo Requião no mandato anterior, o deputado Dobrandino da Silva, a expectativa dos apoiadores de Pessuti é de que ele cresça nas pesquisas depois de assumir o governo. Ele confirmou que as conversas sobre a mudança nos cargos de liderança já estão em andamento na bancada. Segundo ele, uma das possibilidades é justamente a troca de posições, com Romanelli assumindo a liderança da bancada do PMDB, e Pugliesi a do governo. “O Romanelli articula uma composição com o PSDB. Não tem condições de continuar na liderança do governo. Seria antiético”, confirmou.
Prazo — Informalmente, o comentário entre os peemedebistas é de que o vice teria que atingir pelo menos 15% das intenções de voto até maio, para viabilizar sua candidatura. Do contrário, corre o risco de ser abandonado na campanha ou ver o partido optar pela aliança com o PSDB de Richa. O grande temor dos deputados é que sem uma candidatura competitiva ao governo, e sem aliados fortes, o PMDB não consiga reeleger nem dez dos atuais 16 parlamentares do partido na Assembleia. Cotado para assumir a liderança peemedebista, Artagão Jr confirma a divisão, e a necessidade de mudanças. Apesar de negar ter se colocado como candidato ao posto, ele admite que a preocupação de Pessuti é colocar nos postos chaves, “pessoas mais firmes em defesa da candidatura própria”.
A disputa interna ficou evidente diante do fato dos deputados peemedebistas terem passado os últimos dois dias em reuniões fechadas. Dobrandino prevê que uma decisão deve sair já na semana que vem. E que Romanelli pode entregar o cargo de líder antes mesmo da saída de Requião e da posse de Pessuti. O líder requianista negou. “Ficarei até o último dia do governo Requião”, garantiu. Fonte:Bem Paraná, reportagem de Ivan Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário