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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Candidato na eleição de 2012 não será da família Barros"

Foto/Douglas Marçal

Silvio Barros (PP) chega à metade de seu segundo mandato como prefeito de Maringá com conquistas e algumas frustrações. Numa avaliação feita com exclusividade para O Diário, o prefeito destaca a captação de recursos federais para o Contorno Norte e o rebaixamento da linha férrea no Novo Centro, bem como os investimentos privados feitos na cidade, como o Catuaí Shopping Maringá. No entanto, Silvio revela que nem tudo aconteceu como ele previa em importantes projetos para a cidade.

"Eu estou absolutamente frustrado com a história do Parque do Ingá", revela o prefeito. "A gente sonhou uma coisa e, independentemente da nossa vontade, não conseguimos realizar por não termos autonomia para tomar decisões", comenta, referindo-se aos problemas jurídicos e ambientais que atrasam a entrega da obra do parque, fechado há mais de um ano.

Nesta entrevista, Silvio afirma categoricamente que sua família não apontará um nome para a disputa pela Prefeitura de Maringá em 2012. Ele é o terceiro a ocupar o cargo de prefeito do município, depois do pai, Silvio Magalhães Barros (1973-76), e do irmão, Ricardo Barros (1989-92). "Para a próxima eleição, o nome do candidato do grupo não será da família Barros, com certeza absoluta", afirma o prefeito.

Nesta entrevista, ele comenta como os embates jurídicos dificultaram a entrega de obras e resolução de importantes problemas para a cidade, como o da água e o de transportes.

O DIÁRIO - O senhor é o terceiro de sua família a ocupar a cadeira de prefeito. Existe a vontade de indicar outra pessoa da família em 2012?

SILVIO BARROS - O que nossa família sempre teve foi vontade de servir à comunidade, não simplesmente continuar. Tenho certeza que todas as administrações que estiveram sob nossa responsabilidade, atingiram plenamente as expectativas da população. O desejo de continuar ou não é da população, não nosso. Sobre continuar ou não, quero deixar algo bem claro: a família não tem essa posição, mas o grupo político, sim. Esse grupo sim tem desejo de continuar, pretende disputar a sucessão e com chance de vitória. E o nosso grupo político envolve outros partidos e outras circunstâncias e lideranças. Esse grupo, sim, tem pretensões claras de disputar a sucessão.

O DIÁRIO - Mas o nome será ou não da família Barros?

Esse nome não será da família Barros, com certeza absoluta, para a próxima eleição. Será uma pessoa do nosso grupo, mas não da família Barros.

"A solução para o trânsito é um
transporte coletivo que seja seguro,
barato, rápido e confortável.

Precisamos desviar as pessoas do
transporte individual
para o transporte público"

O DIÁRIO - Que avaliação o senhor faz do ano de 2010 para Maringá?

SILVIO BARROS - Maringá aproveitou bem o embalo da aceleração econômica e de recuperação da crise. Do ponto de vista administrativo, foi um ano curto, pois houve eleições e a gente não consegue viabilizar todos os recursos, porque passa um período do ano sem poder firmar convênios e receber repasses. Sempre é um ano mais difícil para o investimento público.
Mesmo assim, acredito que o saldo é altamente positivo. Tivemos resultados expressivos, como o contrato aditivo para o Contorno Norte. Serão mais R$ 130 milhões que vão circular aqui, numa obra que agora atingiu o padrão desejável realmente. Os recursos para terminar a obra de rebaixamento da linha férrea também foram conquista importante. O mesmo ocorreu em outros setores. Receber, em ano de recuperação de crise, um investimento como o Catuaí, são poucas as cidades do Brasil que tiveram esse benefício. Tivemos problemas, mas temos que valorizar o saldo, que foi positivo.

O DIÁRIO - E os projetos da prefeitura?

SILVIO BARROS - Tivemos importantes progressos, com a implantação de novidades, como o Condomínio do Idoso, um processo inovador, até certo ponto revolucionário para o conceito de habitação social. Ainda na questão habitacional, tivemos progressos no programa Minha Casa, Minha Vida. Entregaremos em 2011 cerca de 1,5 mil ou mais casas próprias para maringaenses.

O DIÁRIO - O que será feito em relação à Rodoviária Velha? O que será construído no local que agora foi demolido?

SILVIO BARROS - Pretendemos, ainda este ano, publicar um edital de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) onde estabeleceremos as regras para o processo. Simplificando, estamos falando de algo equivalente a uma incorporação. No Novo Centro funciona assim: quem é dono do terreno negocia com uma empreiteira ou construtora, que faz o prédio. O dono do terreno recebe entre 15% e 20% da área construída como compensação. Portanto, estamos colocando uma regra de mercado, onde 20% do que será construído naquele local passa a ser propriedade pública.
Nós queremos um centro cultural naquele espaço, que possa atender à comunidade. Há a possibilidade de transferir a biblioteca central para lá. Incluímos um estacionamento com vagas rotativas, não para atender apenas a estrutura do prédio. O hotel não será mais colocado como obrigatoriedade. Vamos dar uma utilização nobre para aquela área. A utilização que se dava antes alimentava a proliferação de negócios, nos arredores da rodoviária, que são socialmente indesejáveis.

"O que nossa família sempre
teve foi vontade de servir à
comunidade.

Sobre continuar ou não, quero
deixar algo bem claro:
a família não tem essa posição,
mas sim o grupo político"

O DIÁRIO -O que ainda falta ser feito no complexo da Vila Olímpica? As obras serão inauguradas até o final do mandato?

SILVIO BARROS - A Vila Olímpica é um projeto ambicioso, grande e que eu não tenho a pretensão de concluir. É um projeto que atravessa algumas gestões. Na minha, já fiz bastante.
Construímos as piscinas, reformamos o ginásio Valdir Pinheiro e construímos o alojamento. Podemos deixar o projeto para que outras administrações continuem. O que eu pretendo e gostaria de concluir é o alojamento, que está só na primeira fase, e a reforma do Willie Davids, para que o estádio possa entrar em operação regular.

O DIÁRIO - Qual a situação do ginásio Chico Neto?

SILVIO BARROS - É um processo que foge do controle da prefeitura. A licitação para a instalação das cadeiras está no meio de um embate jurídico. É uma discussão com recursos e impugnações entre as empresas. Quando estava para se consolidar o processo, notamos que a amostra de cadeira apresentada não era a descrita na proposta.

A empresa teve um prazo para trazer a amostra nova. Correu o prazo todo e a empresa não trouxe a amostra. Tivemos que ficar esperando, pois eles tinham direito ao prazo. Agora a empresa foi considerada desclassificada e chamamos o segundo lugar. Sou obrigado a cumprir os prazos previstos e, com tudo isso, vai correndo o tempo. Algo semelhante aconteceu com o ar condicionado. Como fugiu totalmente do nosso controle, resolvemos colocar o equipamento em uso. Não podemos privar a comunidade do uso do ginásio. Fonte: O Diário, reportagem de Vinícius Carvalho

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