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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Israel dá ultimato e diz que Ocidente tem três anos para conter plano nuclear do Irã

Os Estados Unidos e seus aliados têm até três anos para frear o programa nuclear iraniano, que tem sofrido com problemas técnicos e com a imposição de sanções, disse o vice-primeiro-ministro, Moshe Yaalon.

Yaalon afirmou que o Irã segue sendo a principal prioridade do governo israelense, mas não mencionou possíveis ataques militares unilaterais por parte de Israel --rumor que ganha cada vez mais força.

O vice-primeiro-ministro disse esperar que as medidas lideradas pelos Estados Unidos contra o Irã tenham sucesso.

"Acredito que este esforço vai crescer, e vai incluir áreas além das sanções, para convencer o regime iraniano de que, efetivamente, ele tem de escolher entre continuar a buscar capacidades nucleares e sobreviver", disse Yaalon à Rádio Israel. "Não sei se isso vai acontecer em 2011, ou em 2012, mas estamos falando sobre os próximos três anos."

Yaalon, um ex-chefe das Forças Armadas, disse que os planos de enriquecimento de urânio do Irã sofreram reveses. Alguns analistas viram sinais de sabotagem externa em incidentes como a invasão de computadores iranianos por um vírus.

"Essas dificuldades adiaram o cronograma, é claro. Deste modo, não podemos falar de um ponto sem volta. O Irã não tem a capacidade de fazer uma bomba nuclear por si próprio", disse.

Yaalon já havia sido duro com o Irã anteriormente, afirmando que era preferível que Israel atacasse a República Islâmica em vez de permitir que o país consiga a bomba atômica.

Outras autoridades têm mantido silêncio sobre a opção militar em relação ao Irã, que traria obstáculos táticos e diplomáticos ao país.

OPÇÃO

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, já pedira no começo de novembro ao Ocidente que convença o Irã sobre o risco de sofrer uma ação militar caso mantenha seu programa nuclear.

Em discurso a uma conferência judaica nos Estados Unidos, Netanyahu disse que as sanções econômicas não demoveram Teerã, e que só uma ameaça crível de ação militar iria convencer os "tiranos de Teerã" a não desenvolverem armas atômicas.

"A única vez que o Irã suspendeu seu programa nuclear foi por um breve período durante 2003, quando o regime acreditava enfrentar uma ameaça crível de ação militar contra si", disse ele.

"O simples paradoxo é: se a comunidade internacional liderada pelos EUA espera conter o programa nuclear do Irã sem recorrer à ação militar, terá de convencer o Irã de que está preparada para adotar tal ação."

Israel e Irã são inimigos declarados na região. Acredita-se que Israel seja o único país do Oriente Médio a ter uma bomba nuclear, já que o país adota uma política de silêncio --não nega, nem confirma manter um programa nuclear com fins militares.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas atômicas, mas afirma que não abrirá mão de um programa nuclear que seja voltado para objetivos pacíficos.

ATAQUES

Israel já atacou reatores nucleares de países vizinhos antes. Em julho de 1981, lançou um ataque aéreo contra reator do Iraque. Em setembro de 2007, um bombardeio israelense destruiu suposto reator nuclear na Síria.

Israel nunca confirmou oficialmente o misterioso bombardeio aéreo à Síria, que elevou a tensão regional. Doze dias depois do ataque, contudo, o então chefe da oposição e atual primeiro-ministro deixou claro o envolvimento de seu país no incidente. A Síria, por sua vez, sempre desmentiu que o local bombardeado era uma planta nuclear e admitia apenas que era "uma instalação militar em construção".

Atualmente, contudo, especialistas temem que um ataque israelense às instalações iranianas causaria uma guerra na região. Fonte: Reuters via Folha Online

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