“Quando houve a decisão pela instalação, foi prometido que a cidade receberia uma infraestrutura melhor.” Foto: Vanderson Araujo/Gazeta do Povo
Aldoir Bernart (PMDB), prefeito de Catanduvas
O prefeito de Catanduvas, Aldoir Bernart (PMDB), está em Brasília desde ontem tentando sensibilizar o governo federal para destinar mais recursos para o município. A cidade do Oeste paranaense abriga a primeira penitenciária federal de segurança máxima construída no país, em funcionamento desde maio de 2006. Nos últimos cinco dias, a prisão recebeu 20 acusados de envolvimento nos distúrbios ocorridos no Rio de Janeiro.
Segundo ele, a penitenciária deu mais segurança aos moradores, mas existem promessas de investimentos que não foram cumpridas. “No dia da inauguração da penitenciária, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse no discurso que a infraestrutura da cidade iria melhorar. Mas o fato é que ainda não melhorou”, lembra o prefeito.
O descontentamento da população é antigo – em julho do ano passado uma manifestação fechou por 10 horas a PR-471, na Região Oeste do estado. Bernart espera ser recebido amanhã pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A cidade se tornou mais perigosa depois da instalação da penitenciária, em 2006?
Não. Desde a instalação, nada aconteceu na cidade. Inclusive temos até mais segurança.
Familiares, advogados e pessoas ligadas aos presos passaram a morar em Catanduvas?
Alguns familiares vão e ficam por lá. Mas a maioria só faz a visita e em seguida volta para casa. Os familiares em geral só circulam pela cidade, mas não se instalam.
O município é suficientemente compensado por abrigar a penitenciária?
Até hoje, não. Já tivemos várias audiências aqui em Brasília, com a ajuda de deputados da bancada do Paraná, e nada aconteceu em nossa cidade. O município foi parceiro do governo federal, doou o terreno para que a penitenciária fosse construída. A não ser pelas emendas de parlamentares, nada aconteceu de investimentos federais. É por isso que estamos tentando marcar essa audiência com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Nossa cidade enfrenta várias dificuldades, não temos saneamento básico, muitas ruas não têm calçamento e os colégios, que estão a 500 metros da penitenciária, precisam de reformas.
O que o senhor espera da reunião com o ministro? O que será solicitado?
Espero que o município seja atendido na área de infraestrutura e educação. Também precisamos de auxílio para a saúde porque não temos um hospital.
Se hoje fosse realizado um plebiscito entre os moradores de Catanduvas para decidir se a penitenciária deveria continuar ou não na cidade, qual seria o resultado?
A população não tem nada contra ou a favor da penitenciária. A única coisa que eles reclamam é que, quando houve a decisão pela instalação, antes até de eu ser prefeito, foi prometido que a cidade receberia uma infraestrutura melhor. Os moradores estão revoltados porque não tiveram nada de benefício. Catanduvas contribui, mas precisa de algum retorno. Acho que é uma boa chance para que a cidade possa enfim ser atendida.
O governo federal fez promessas que não cumpriu para a população?
No dia da inauguração da penitenciária, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse no discurso que a infraestrutura da cidade iria melhorar. Mas o fato é que ainda não melhorou. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de André Gonçalves
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