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terça-feira, 27 de abril de 2010

PSB retira candidatura de Ciro da disputa presidencial

A Executiva Nacional do PSB decidiu nesta terça-feira por 20 votos a 7 desistir da candidatura presidencial de do deputado federal Ciro Gomes (CE). Em uma reunião tensa, em que integrantes da legenda acusaram a direção do partido de ser subserviente ao PT, o PSB avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura presidencial.

Leia a nota de Ciro Gomes sobre a decisão do PSB que retirou sua pré-candidatura
Ciro diz que decisão do PSB de não disputar Presidência é erro tático e que obedecerá
Leia íntegra da nota do PSB sobre a retirada da pré-candidatura de Ciro

Na terça, o PSB se encontra com o PT para tratar da aliança, que deve ser formalizada em encontro nacional da legenda, em 17 de maio.

Ainda nesta terça-feira, a cúpula do PSB embarca para o Rio de Janeiro para se encontrar com Ciro Gomes e comunicá-lo oficialmente da decisão.

"Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar à degola vários candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura própria", afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, par quem o apoio a Dilma é o caminho natural da legenda.

Campos disse que telefonou para Ciro e para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, durante a reunião. Segundo ele, a reação de Ciro foi "tranquila". O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguirá a orientação do partido.

Nos últimos dias, o pré-candidato do PSB fez várias críticas ao PT, a Dilma e ao próprio partido, afirmando que alguns de seus integrantes não estavam à altura da responsabilidade que a história lhes conferia.

Na semana passada, Ciro criticou a pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o PSB retirasse sua pré-candidatura. Lula defendia a união da base em torno da petista Dilma Rousseff. Em entrevista ao portal iG, Ciro disse que Lula "viajava na maionese" e se achava o "todo poderoso". Desde então, em seguidas entrevistas, Ciro vem dizendo que o pré-candidato tucano José Serra é mais preparado que Dilma para a disputa.

Apesar das críticas, o Planalto evitou rebater Ciro. Dilma chegou inclusive a elogiá-lo hoje. "Olha não vou responder o deputado porque eu acredito que ele sempre esteve ao nosso lado e espero que volte estar mais próximo", disse. 'Ele para mim é uma pessoa que respeito, um ser humano com qualidades."

O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, afirmou que Ciro foi um homem 'leal' ao presidente, por isso suas palavras não foram mal interpretadas pelo Palácio do Planalto. "Tudo o que ele falar não vai diminuir o nosso respeito e carinho por ele. Não há nenhum palanque que vai diminuir o carinho que temos por ele. Consideramos o Ciro muito mais aliado do que muitos que elogiam o governo apenas", disse.

Alianças

Na semana passada, o PSB entregou ao coordenador político da campanha de Dilma, Fernando Pimentel, uma lista de exigências para um acordo nacional. Ontem, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que esses acordos podem não sair. "Isso é meio esquisito. O PT não tem o comando sobre todas as legendas. Se tivéssemos, os cenários em muitos Estados seriam diferentes", disse.

O senador e pré-candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, afirmou que espera ter o apoio do PSB, que lançou a pré-candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "Se o PSB quiser vir para a coligação, será muito bem recebido", disse Mercadante à Rádio Bandeirantes.

Mesmo diante do cortejo do PT, o PSB ainda resiste em abrir mão de lançar Skaf e negociar sua indicação como vice de Mercadante. '"A possibilidade de o Skaf ser vice do Mercadante hoje é a mesma de o Mercadante ser vice dele", disse o deputado Márcio França. Fonte: Notícias Uol, reportagem de RANIER BRAGON e MARIA CLARA CABRAL

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