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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Servidores podem ficar sem o reajuste de 5%

Governo estadual alega que precisa ver se tem dinheiro em caixa para cumprir ainda neste mês o aumento salarial aprovado pela Assembleia

O reajuste salarial de 5% ao funcionalismo público estadual, aprovado pela Assembleia Legislativa em março, corre o risco de não ser pago neste mês – data-base da categoria. Ontem, após cobranças da oposição, o líder do governo na Casa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), admitiu que a Secretaria de Administração ainda não definiu se haverá caixa suficiente para pagar o reajuste aos servidores. Representantes da categoria disseram acreditar que o governo irá cumprir o pagamento e não será “caloteiro”.

Em discurso no plenário, o líder da oposição, Élio Rusch (DEM), afirmou ter recebido a informação de que as folhas de pagamento de maio já teriam sido impressas sem o reajuste de 5%. Ele criticou ainda a derrubada da emenda, proposta pela oposição durante a votação do reajuste há dois meses, que determinava o pagamento do reajuste em 1.º de maio. “O rolo compressor do governo agiu e a emenda foi rejeitada. Com isso, o projeto ficou sem data definida para se implantar o reajuste”, argumentou. “Se as finanças vão tão bem como o [deputado] Romanelli disse ontem (segunda-feira), que se dê o reajuste.”

Romanelli, por outro lado, afir­­mou ter recebido a garantia da secretária de Administração, Ma­­ria Marta Lunardon, de que as folhas de pagamento de maio ainda não foram impressas. Segundo ele, o governo ainda não tomou uma decisão sobre o pagamento do reajuste, porque depende de um posicionamento da Secretaria de Fazenda. “Dependemos da posição fazendária para saber se haverá caixa. Se houver dinheiro, será pago o reajuste. Do contrário, pagaremos no mês que vem, conforme já prevê a legislação”, argumentou Romanelli. “O governo não tem uma caixa d’água, tem uma torneira.” O líder do governo rebateu as declarações de Rusch e alegou que, na verdade, disse que as finanças do estado estão “equilibradas”.

Na expectativa

De acordo com Heitor Ray­­­mundo, um dos coordenadores do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, os servidores se reunirão sexta-feira com a secretária Maria Marta – dia em que a folha de pagamento será fechada. Ele afirmou que espera do governo o cumprimento do pagamento do reajuste. “Por lei, nossa data-base é maio. Portanto, o governo tem que nos pagar em maio”, defendeu. “Não acreditamos que o governo vai desrespeitar a lei. Ele tem que dar o exemplo para qualquer cidadão. Por isso estamos entendendo que ele não vai ser caloteiro.”

O aumento de 5% vale para os 252,5 mil servidores estaduais, entre pessoal da ativa, aposentados e pensionistas. O impacto na folha de pagamento do Executivo será de R$ 67,7 milhões mensais. Atualmente, os gastos do governo estadual com pessoal são de R$ 680 milhões por mês. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Euclides Lucas Garcia

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