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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Uma nova cidade no antigo aeroporto de Maringá

O prédio do novo Fórum Estadual, que estava na iminência de ter as obras iniciadas no espaço do futuro Centro Cívico de Maringá, na área do extinto aeroporto Gastão Vidigal, poderá sofrer alterações importantes que podem, inclusive, mudar a previsão de conclusão, mesmo estando em fase avançada na burocracia que antecede a ordem de serviço.

O motivo é a elaboração de um projeto arquitetônico inovador, já apresentado às autoridades municipais, que promete transformar a paisagem urbana dessa região da cidade.

Encomendado por um grupo de empresários investidores, que tem à frente o empresário maringaense Jefferson Nogaroli, o projeto arquitetônico e urbanístico foi desenvolvido pelo prestigiado escritório parisiense de arquitetura Archi 5, um dos finalistas do Festival Mundial de Arquitetura de Barcelona, na Espanha, em 2008.

A proposta foi tão bem recebida por quem teve acesso a ela que provocou uma parada nos planos do prefeito Silvio Barros (PP) e de seus secretários para repensarem a ocupação da área. Até a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que controla os ativos imobilizados federais, está repensando as doações de áreas sob sua autoridade, naquele local.


Novidades

O projeto prevê uma mudança radical nas diretrizes viárias da região e altera por completo todo o conceito previamente estabelecido para o Centro Cívico. Em vez de prédios autônomos e dissociados arquitetônica e urbanisticamente, está prevista uma interligação simbiótica entre os edifícios, por meio do conceito arquitetônico de prédios fita de formas sinuosas, ecológicos e ambientalmente sustentáveis.

O que surge como problema é o fato do projeto ter sido desenvolvido por um grupo privado que pretende integrar urbanisticamente uma área privada à área pública.
Fotos/DivulgaçãoFoto do extinto aeroporto, para o qual foi desenvolvido o projeto arquitetônico, mostrado nas imagens acima

Na verdade, o interesse do grupo, que adquiriu recentemente da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) uma área contígua ao aeroporto, de quase 60 hectares, é transformar a região num novo oásis de investimento na cidade, podendo gerar, com isso, um estoque potencial de novos empreendimentos que pode ultrapassar os R$ 4 bilhões. Os mais otimistas arriscam R$ 6 bilhões.

A ideia é que um ambiente gerado em sinergia agrega valor para ambos, poder público e setor privado. O fato é que o projeto deu um nó na administração municipal, que se vê muito tentada a se mobilizar para adotar o desenho para a região.

E, para isso, precisará abandonar o parcelamento de solo original já aprovado na prefeitura, e mudar todo o arruamento planejado. Uma mudança que fará os prédios planejados para aquele local trocarem de endereço.

Limitações

O problema, nesse caso, é que a SPU já fez muitas doações com escritura final para órgãos federais, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Receita Federal, e também estaduais, como foi o caso do Fórum Eleitoral, que já teve as obras iniciadas, e também do Fórum Estadual.

Essas áreas precisariam retornar ao patrimônio da União para serem novamente parceladas. E, aí, o prazo de execução das obras sofrerá a intercorrência do atraso. E, o mais importante: todos que já receberam os terrenos, teriam que concordar com as alterações.

O projeto dos franceses ainda não foi adotado pelo município e há um caminho duro até lá, que exige a discussão com a sociedade e a aprovação da Câmara Municipal. A ideia dos investidores é oferecer o projeto para a discussão e doá-lo ao município, caso a comunidade entenda que deva ser aprovado.

O prefeito Silvio Barros entende que "se trata de uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Esse é um empreendimento que ultrapassa o meu mandado; não será edificado na minha gestão, mas é muito importante para o futuro da cidade".

Dimensão
140 hectares é o tamanho aproximado do terreno ocupado pelo extinto aeroporto Gastão Vidigal. Fonte: O Diário, reportagem de Milton Ravagnani

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