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sábado, 10 de abril de 2010

Polícia prende suposto mandante e suspeitos de ataque a ônibus

Megaoperação mobilizou policiais militares, civis, Gaeco e Cope, de Curitiba. Outras quatro pessoas foram detidas por tráfico de drogas e porte de arma de uso restrito

Quatro pessoas suspeitas de participação em dois atentados contra ônibus do transporte coletivo de Londrina foram presas em uma megaoperação realizada pelas polícias militar e civil, além do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Além deles, outros quatro rapazes foram detidos por crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte de arma de uso restrito. Um celular com imagens dos criminosos cantando um rap momentos antes de incendiar um dos veículos também foi apreendido.

Depois dos dois ataques, ocorridos em menos de 24 horas, em que dois ônibus foram incendiados por suposta represália por maus tratos no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), a polícia intensificou o policiamento em bairros da zona sul. Participaram da operação durante a tarde desta sexta-feira (9) 130 policiais e cerca de 30 carros da polícia, entre militares, Gaeco e até o Comando de Operações Especiais (Cope) da Polícia Civil, que veio de Curitiba para a operação.

"O caso

No final da noite da quinta-feira (8), um micro-ônibus da empresa Grande Londrina foi incendiado no Jardim Pindorama, zona leste. Durante a madrugada, o ônibus da linha 210 do Jardim União da Vitória, na Zona Sul, foi totalmente destruído pelo fogo. Nos dois casos, cinco homens armados renderam os motoristas e passageiros, espalharam um líquido inflamável e atearam fogo nos veículos. Ninguém ficou ferido e nenhum dos suspeitos foi preso. "


“A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em três bairros: Jardim União da Vitória, Ouro Branco e Vila Fraternidade”, afirmou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso. No Jardim União da Vitória, por exemplo, as entradas do bairro foram fechadas por policiais, que revistavam todas as pessoas que entraram no local. Carros, motos e ônibus foram parados antes de seguirem caminho ao bairro. Nos ônibus, todos os passageiros eram obrigados a descer para serem revistados. A imprensa não teve acesso ao bairro durante a operação policial.

De acordo com Barroso, oito pessoas foram detidas. Quatro delas suspeitas de participação nos atentados aos ônibus. Um dos quatro rapazes seria o mandante dos dois ataques, executados por grupos diferentes de pessoas. “O mandante foi encontrado dentro de casa com dois primos. Lá havia uma metralhadora 9 milímetros, crack, cocaína, balança de precisão, um revólver calibre 38 e três carregadores de metralhadora”, afirmou o delegado. Os dois primos do suposto mandante foram autuados por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte de arma de uso restrito. Os dois não teriam participação nos atentados.

Segundo o delegado, os quatro suspeitos de participação na queima dos ônibus teriam sido reconhecidos por testemunhas. Além deles e dos dois rapazes, a polícia prendeu outro homem, cuja participação ainda está sendo investigada. Por fim, um adolescente foi apreendido com um celular em que havia imagens de um dos dias dos atentados. “O adolescente tinha um celular filmando momentos antes do ônibus pegar fogo, cantando um rap”, disse Barroso.

De acordo com o tenente Ricardo Eguedis, porta-voz da Polícia Militar (PM), em uma das casas havia roupas queimadas e um celular destruído, o que poderia ser destruição de provas. Eguedis afirmou ainda que a imprensa poderia fazer imagens da metralhadora e poderia ter acesso ao vídeo gravado pelo adolescente. Entretanto, o tenente deixou a delegacia para conceder entrevista a uma emissora de televisão local.

Represália

Nos dois atentados, os criminosos deixaram mensagens afirmando que os atos eram represália a supostos maus tratos no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR). Pela manhã, o diretor do CDR, major Raul Leão Vidal, afirmou que não há qualquer irregularidade e também não foram registradas queixas dos detentos nos últimos dias. “As diretrizes são as mesmas desde o início das atividades da unidade. Nada foi alterado. Temos as nossas regras e elas continuaram a ser cumpridas”, declarou.

Ele ainda disse não acreditar que os crimes estejam relacionadas a atuação de facções criminosos. No entanto, Vidal entregou aos promotores do Gaeco uma lista com 26 nomes de presos ligados a organizações, a maioria ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que estão isolados em uma ala do presídio. “O caso foi uma surpresa, pois este tipo de retaliação parte na maioria das vezes de dentro para fora das unidades. Desta vez, está ocorrendo de fora para dentro. Não houve nenhuma movimentação dos presos e nem dos familiares”, afirmou. Fonte: Jornal de Londrina, reportagem de Fábio Luporini

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