Palco involuntário das recentes respostas do Brasil às críticas americanas em relação à aproximação com o Irã, o 3º Fórum da Aliança das Civilizações chegou ao fim hoje (29), no Rio, tendo "reforçado a necessidade de encarar a diversidade global na sua urgência".
É o que disse o alto representante da ONU para a Aliança, Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal. Ele evitou comentar, porém, as divergências entre Brasil e Estados Unidos sobre o tema.
"É evidente que a Aliança não trará soluções políticas para problemas políticos. Há sempre uma enorme utopia em todo isso, situações que melhoram e que agravam. Temos que trabalhar com a realidade e esperar que o impulso faça surgirem as forças", afirmou.
Na sexta-feira, Lula havia criticado, durante o evento, "posições inflexíveis" que "ajudam a confrontação e afastam a possibilidade de paz", afirmando, em seguida, que o Brasil era credenciado a buscar um acordo de paz na questão nuclear.
As frases de Lula foram entendidas como respostas indiretas ao comentário da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Na quinta-feira, ela afirmara que Brasil e EUA tinham "sérias discordâncias" em relação ao Irã e que o fato de o Brasil ter, junto com a Turquia, levado o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a assinar um acordo para enriquecimento de urânio tornava "o mundo mais perigoso".
No fim da tarde de ontem, o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, havia comentado que "tem muita gente decepcionada porque o diálogo produziu resultados".
Sampaio comemorou o fato de 7 mil pessoas terem se inscrito no evento, que começou na quinta-feira. "Sabíamos que o Rio é bonito, mas havia o problema da distância. Há pessoas que têm que viajar um dia inteiro para falar apenas 15 minutos. Mas foi surpreendente", disse.
O representante da ONU afirmou que o desafio do próximo Fórum, em 2011, em Doha, no Catar, será chegar a 10 mil inscrições.
Esperado para o encerramento do Fórum, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, não apareceu, sob a alegação de problemas de saúde na família. A representação do Itamaray coube à embaixadora Vera Machado.
Antes de formada a mesa de encerramento, ocorreu uma cena inusitada. Sampaio sentou-se sozinho à mesa e esperou, por alguns segundos, a chegada dos chanceleres turco, Arhmet Davutoglu, e espanhol, Miguel Moratinos, além da embaixadora brasileira. Como ninguém chegava, ele pediu licença para ir buscá-los. Levantou-se e se dirigiu para trás do palco, onde havia uma sala de estar. Segundos depois, vieram um a um, Moratinos, Machado e Sampaio, além do representante dos 50 jovens embaixadores do evento.
Davutoglu chegou quando todos estavam sentados e já era sua vez de falar. Ia sentar-se, quando Sampaio ordenou que se dirigisse ao púlpito, para falar. Em seu discurso, exaltou a Aliança das Civilizações e não tocou no acordo feito por seu país e pelo Brasil com o Irã. Fonte: Uol Notícias, reportagem de Samantha Lima
É o que disse o alto representante da ONU para a Aliança, Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal. Ele evitou comentar, porém, as divergências entre Brasil e Estados Unidos sobre o tema.
"É evidente que a Aliança não trará soluções políticas para problemas políticos. Há sempre uma enorme utopia em todo isso, situações que melhoram e que agravam. Temos que trabalhar com a realidade e esperar que o impulso faça surgirem as forças", afirmou.
Na sexta-feira, Lula havia criticado, durante o evento, "posições inflexíveis" que "ajudam a confrontação e afastam a possibilidade de paz", afirmando, em seguida, que o Brasil era credenciado a buscar um acordo de paz na questão nuclear.
As frases de Lula foram entendidas como respostas indiretas ao comentário da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Na quinta-feira, ela afirmara que Brasil e EUA tinham "sérias discordâncias" em relação ao Irã e que o fato de o Brasil ter, junto com a Turquia, levado o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a assinar um acordo para enriquecimento de urânio tornava "o mundo mais perigoso".
No fim da tarde de ontem, o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, havia comentado que "tem muita gente decepcionada porque o diálogo produziu resultados".
Sampaio comemorou o fato de 7 mil pessoas terem se inscrito no evento, que começou na quinta-feira. "Sabíamos que o Rio é bonito, mas havia o problema da distância. Há pessoas que têm que viajar um dia inteiro para falar apenas 15 minutos. Mas foi surpreendente", disse.
O representante da ONU afirmou que o desafio do próximo Fórum, em 2011, em Doha, no Catar, será chegar a 10 mil inscrições.
Esperado para o encerramento do Fórum, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, não apareceu, sob a alegação de problemas de saúde na família. A representação do Itamaray coube à embaixadora Vera Machado.
Antes de formada a mesa de encerramento, ocorreu uma cena inusitada. Sampaio sentou-se sozinho à mesa e esperou, por alguns segundos, a chegada dos chanceleres turco, Arhmet Davutoglu, e espanhol, Miguel Moratinos, além da embaixadora brasileira. Como ninguém chegava, ele pediu licença para ir buscá-los. Levantou-se e se dirigiu para trás do palco, onde havia uma sala de estar. Segundos depois, vieram um a um, Moratinos, Machado e Sampaio, além do representante dos 50 jovens embaixadores do evento.
Davutoglu chegou quando todos estavam sentados e já era sua vez de falar. Ia sentar-se, quando Sampaio ordenou que se dirigisse ao púlpito, para falar. Em seu discurso, exaltou a Aliança das Civilizações e não tocou no acordo feito por seu país e pelo Brasil com o Irã. Fonte: Uol Notícias, reportagem de Samantha Lima
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