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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ferroeste, prefeituras e universidade discutem trem de passageiros entre Londrina e Maringá

O Ministério dos Transportes participará, nesta quarta-feira (26), na Universidade Estadual de Maringá (UEM), do encontro coordenado pela Ferroeste reunindo prefeituras de 13 municípios que podem se beneficiar com a reativação de um trem de passageiros no ramal ferroviário que liga Londrina a Maringá. O Governo Federal será representado pelo diretor do Departamento de Relações Institucionais da Secretaria de Política Nacional de Transportes (SPNT), Afonso Carneiro Filho, coordenador do programa de implantação de trens regionais de passageiros em várias regiões do país.

Afonso Carneiro Filho afirma que as ferrovias, além do aspecto de cargas, devem ser levadas em conta como alternativa para o transporte de passageiros. Entretanto, “o usuário não tem se beneficiado diretamente” dos investimentos no setor, disse ele. O programa dos trens regionais, explicou, tem como “mote” colocar a ferrovia “para atender o cidadão e permitir que possa se locomover e levar suas mercadorias”. Estudos para reativar o transporte de passageiros na ferrovia Caxias-Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, já estão adiantados, informa o diretor da SPNT. “Eles estão bem mobilizados”.


A reunião é conseqüência de iniciativa do governador Roberto Requião em encaminhar ao presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, a manifestação de um cidadão londrinense em defesa da aceleração do trem. Gomes esteve dia 19, em Brasília, no Ministério dos Transportes, quando foi acertada a realização da reunião da próxima quarta-feira, em Maringá. O prefeito do município, Sílvio Barros, declarou estar “satisfeito que a Ferroeste tenha assumido a liderança da discussão no sentido de adiantar o estudo de viabilidade do trem regional de passageiros”.

“Esta será uma reunião de trabalho, entre o governo do Estado, a região e o Ministério dos Transportes”, esclarece Samuel Gomes, “para estabelecer objetivos, definir responsabilidades e fixar prazos para a implantação do trem”. Para o presidente da Ferroeste, “a união do governo do Estado, das prefeituras, das universidades e de toda a sociedade da região em torno do trem de passageiros entre Londrina e Maringá, que apresenta claros elementos de viabilidade, é o fator que definirá o êxito do movimento em favor de sua implantação. O Paraná tem a vantagem de contar com uma empresa ferroviária do Estado, a Ferroeste, para colaborar para o êxito do projeto.”

PREFEITOS - O prefeito de Rolândia, Johny Lehmann, que confirmou presença na reunião, disse que está ligando pessoalmente para os prefeitos da região metropolitana de Londrina para garantir o maior número de participantes no encontro. “É de vital importância fazer o esforço que for necessário para restabelecer o trem de passageiros entre Londrina e Maringá”, justifica. ¨É uma antiga reivindicação de toda a região e, no que depender da prefeitura de Rolândia, vamos fazer tudo quanto for possível para o sucesso do projeto.”

A implantação do “trem pé-vermelho” para o transporte de passageiros, unindo Norte e Noroeste paranaense, já ligados por linha férrea, vai beneficiar os seguintes municípios: Ibiporã, Londrina, Cambé, Rolândia, Arapongas, Apucarana, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Marialva, Sarandi, Maringá e Paiçandu.

A partir das informações que serão trazidas pelo Ministério dos Transportes, segundo o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, a reunião estabelecerá uma agenda de trabalho para a implantação do projeto com a participação dos vários agentes envolvidos, em especial órgãos federais e estaduais, municípios e universidades da região.

O transporte de passageiros na estrada de ferro Londrina-Maringá é promissor, conforme o “Estudo de viabilidade técnico-econômica de sistemas de transporte ferroviário de passageiros de interesse regional”, encomendado pelo BNDES à Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ).

O estudo realizado pela área de pós-graduação de engenharia da UFRJ aponta a existência de nove trechos viáveis, em todo o Brasil. Um dos mais promissores, segundo o estudo, é o que liga Londrina-Maringá. A região, diz o estudo, “possui um padrão de desenvolvimento social e econômico dos mais elevados do país”. O documento garante que os benefícios serão tanto econômicos quanto de melhoria na oferta de transporte de massa. Samuel Gomes sublinha que o estudo, realizado em 2000, comprova a viabilidade do projeto, mas “quase dez anos se passaram e a região passou por um profundo desenvolvimento econômico e social. Se em 2000, o projeto era viável, mais viável será hoje. É hora de botar este trem para rodar”.

A Ferroeste vem participando, a pedido da Secretaria dos Transportes, das discussões sobre o projeto, em parceria com o Ministério dos Transportes, CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) e BNDES, já faz alguns anos. A reunião de quarta-feira, na UEM, coordenada pela Ferroeste e prefeituras de Maringá e Londrina, faz parte deste esforço.

Para a doutora em sociologia urbana, Ana Lúcia Rodrigues, da UEM, coordenadora do Observatório das Metrópoles-Núcleo Regional Metropolitano de Maringá, para um país de dimensões continentais como Brasil, é “inviável continuar a investir apenas em transporte rodoviário”, tanto de cargas quanto de passageiros. As políticas de transporte, ressalta, “devem ser racionais e considerar a ferrovia”, que, além de todas as vantagens econômicas e sociais, representa ainda “ganhos ambientais”. Fonte: Agência Estadual de Notícias

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