Manifestantes antigoverno que pedem a queda do regime do ditador Muammar Gaddafi na Líbia atearam fogo à sede central do governo líbio e ao prédio que abriga o Ministério da Justiça na capital do país, Trípoli. A informação foi dada pelo jornalista líbio Nezar Ahmed à rede de televisão Al Jazeera no mesmo dia em que a ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou que 233 pessoas já morreram desde o início das manifestações populares.
Da capital líbia, Ahmed também assegurou que as forças de segurança praticamente se retiraram da cidade e que várias delegacias e outros prédios públicos também foram saqueados ou incendiados.
"Praticamente não há forças da ordem. Não se sabe aonde foram. Esta situação favorece os rumores alarmantes", explicou o jornalista, que mencionou como um deles a possível fuga de Gaddafi do país e divergências entre altos dirigentes do Exército e de outros corpos de segurança.
Segundo Ahmed, há apenas um cordão policial em torno da sede da rede de televisão estatal Libya TV.
Testemunhas disseram à agência de notícias France Presse que o prédio que servia de sede para um canal de televisão e uma rádio pública foi saqueado no domingo à noite por manifestantes em Trípoli.
"Um local que abrigava o canal Al-Jamahiriya 2 e a rádio Al-Shababia foi saqueado", afirmou uma testemunha, que pediu anonimato. A programação do canal e da emissora de rádio foi retomada nesta segunda-feira.
A Al-Jamahariya 2, segundo canal público, e a rádio Al-Shababia foram criadas por um dos filhos de Gaddafi, Seif al Islam, em 2008, antes de serem nacionalizadas.
Confrontos entre manifestantes e forças de segurança se espalharam no domingo até a capital líbia. O filho de Gaddafi foi à TV estatal para afirmar que seu pai continua no poder --com apoio do Exército-- e que irá "lutar até o último homem, a última mulher, a última bala".
Até mesmo durante o pronunciamento de Seif al Islam Gaddafi, na noite de domingo, confrontos foram registrados nas proximidades e na praça Verde, no centro de Trípoli, durando até a madrugada de segunda-feira, segundo testemunhas.
Elas informaram que atiradores abriram fogo contra a multidão que tentava assumir o controle da praça, e partidários de Gaddafi passavam pelo local em veículos a altas velocidades, atirando e indo para cima dos manifestantes.
Os protestos e a violência foram os mais fortes até agora na capital, um sinal de que a revolta está se espalhando após seis dias de demonstrações anti-Gaddafi em cidades do leste do país.
Na segunda maior cidade da Líbia, Benghazi, manifestantes tinham assumido, na manhã desta segunda-feira, as ruas depois de dias de confrontos sangrentos e invadiam os escritórios das forças de segurança, saqueando armas.
Um avião da Turkish Airlines que tentava aterrissar em Benghazi foi forçado a sobrevoar o aeroporto e retornar a Istambul.
Os manifestantes em Benghazi tiraram a bandeira líbia que ficava no prédio do principal tribunal da cidade e, em seu lugar, colocaram a bandeira da antiga monarquia do país, derrubada em 1969 em um golpe militar que levou Gaddafi ao poder.
A Líbia tem sido palco da mais sangrenta repressão na onda de protestos que atingiu diversos países árabes e que derrubou os ditadores do Egito e da Tunísia.
PRONUNCIAMENTO
Apesar dos sinais de que os protestos antirregime estão se espalhando, o filho de Gaddafi afirmou na TV, na noite de domingo, que seu pai irá prevalecer. "Não somos a Tunísia e o Egito", afirmou Seif al Islam. "Muammar Gaddafi, nosso líder, está liderando a batalha em Trípoli e nós estamos com ele."
"As forças armadas estão com ele. Dezenas de milhares estão estão vindo para cá para estar com ele. Iremos lutar até o último homem, a última mulher, a última bala", disse ele em um muitas vezes confuso discurso de que quase 40 minutos.
O filho do líder líbio prometeu ainda "reformas políticas significativas" --mesmo criticando os manifestantes antirregime-- e admitiu que a polícia e o Exército cometeram "erros" na repressão aos protestos, mas disse que o número total de mortes é muito menor do que o que tem sido divulgado.
Seif al Islam é frequentemente apresentado como a face do regime de reforma. Muitos dos filhos de Gaddafi têm posições de poder no governo e, nos últimos anos, têm competido por influência.
O filho mais novo de Seif, Mutassim, é o conselheiro para segurança nacional, com um impostante papel entre os militares e forças de segurança. Outro filho, Khamis, lidera a 32ª brigada do Exército que, segundo diplomatas dos Estados Unidos, é a força mais bem treinada e melhor equipada.
Países ocidentais expressaram preocupação com o aumento da violência contra manifestantes antigoverno na Líbia.
O chanceler britânico, William Hague, disse ter conversado com Seif al Islam por telefone e que lhe disse que o país deve começar um "diálogo e a implementação de reformas".
GOLPE
A rebelião dos líbios frustrados com os 42 anos de governo autoritário de Gaddafi se espalhou para mais de meia dúzia de cidades no leste do país.
Em um revés para o regime, a maior tribo líbia --a Warfla-- teria se virado contra o ditador e anunciado que irá se juntar aos protestos, segundo informou o exilado Fathi al Warfali, que vive na Suíça.
Embora tenha uma animosidade de longa data com Gaddafi, a tribo vinha se mantendo neutra nas últimas duas décadas.
O representante líbio da Liga Árabe anunciou que estava renunciando ao cargo para protestar contra a decisão do governo de atirar contra manifestantes em Benghazi.
A internet continua não funcionando no país e moradores não conseguem fazer ligações internacionais. Jornalistas também são impedidos de trabalhar livremente. Fonte: Folha Online
Da capital líbia, Ahmed também assegurou que as forças de segurança praticamente se retiraram da cidade e que várias delegacias e outros prédios públicos também foram saqueados ou incendiados.
"Praticamente não há forças da ordem. Não se sabe aonde foram. Esta situação favorece os rumores alarmantes", explicou o jornalista, que mencionou como um deles a possível fuga de Gaddafi do país e divergências entre altos dirigentes do Exército e de outros corpos de segurança.
Segundo Ahmed, há apenas um cordão policial em torno da sede da rede de televisão estatal Libya TV.
Testemunhas disseram à agência de notícias France Presse que o prédio que servia de sede para um canal de televisão e uma rádio pública foi saqueado no domingo à noite por manifestantes em Trípoli.
"Um local que abrigava o canal Al-Jamahiriya 2 e a rádio Al-Shababia foi saqueado", afirmou uma testemunha, que pediu anonimato. A programação do canal e da emissora de rádio foi retomada nesta segunda-feira.
A Al-Jamahariya 2, segundo canal público, e a rádio Al-Shababia foram criadas por um dos filhos de Gaddafi, Seif al Islam, em 2008, antes de serem nacionalizadas.
Confrontos entre manifestantes e forças de segurança se espalharam no domingo até a capital líbia. O filho de Gaddafi foi à TV estatal para afirmar que seu pai continua no poder --com apoio do Exército-- e que irá "lutar até o último homem, a última mulher, a última bala".
Até mesmo durante o pronunciamento de Seif al Islam Gaddafi, na noite de domingo, confrontos foram registrados nas proximidades e na praça Verde, no centro de Trípoli, durando até a madrugada de segunda-feira, segundo testemunhas.
Elas informaram que atiradores abriram fogo contra a multidão que tentava assumir o controle da praça, e partidários de Gaddafi passavam pelo local em veículos a altas velocidades, atirando e indo para cima dos manifestantes.
Os protestos e a violência foram os mais fortes até agora na capital, um sinal de que a revolta está se espalhando após seis dias de demonstrações anti-Gaddafi em cidades do leste do país.
Na segunda maior cidade da Líbia, Benghazi, manifestantes tinham assumido, na manhã desta segunda-feira, as ruas depois de dias de confrontos sangrentos e invadiam os escritórios das forças de segurança, saqueando armas.
Um avião da Turkish Airlines que tentava aterrissar em Benghazi foi forçado a sobrevoar o aeroporto e retornar a Istambul.
Os manifestantes em Benghazi tiraram a bandeira líbia que ficava no prédio do principal tribunal da cidade e, em seu lugar, colocaram a bandeira da antiga monarquia do país, derrubada em 1969 em um golpe militar que levou Gaddafi ao poder.
A Líbia tem sido palco da mais sangrenta repressão na onda de protestos que atingiu diversos países árabes e que derrubou os ditadores do Egito e da Tunísia.
PRONUNCIAMENTO
Apesar dos sinais de que os protestos antirregime estão se espalhando, o filho de Gaddafi afirmou na TV, na noite de domingo, que seu pai irá prevalecer. "Não somos a Tunísia e o Egito", afirmou Seif al Islam. "Muammar Gaddafi, nosso líder, está liderando a batalha em Trípoli e nós estamos com ele."
"As forças armadas estão com ele. Dezenas de milhares estão estão vindo para cá para estar com ele. Iremos lutar até o último homem, a última mulher, a última bala", disse ele em um muitas vezes confuso discurso de que quase 40 minutos.
O filho do líder líbio prometeu ainda "reformas políticas significativas" --mesmo criticando os manifestantes antirregime-- e admitiu que a polícia e o Exército cometeram "erros" na repressão aos protestos, mas disse que o número total de mortes é muito menor do que o que tem sido divulgado.
Seif al Islam é frequentemente apresentado como a face do regime de reforma. Muitos dos filhos de Gaddafi têm posições de poder no governo e, nos últimos anos, têm competido por influência.
O filho mais novo de Seif, Mutassim, é o conselheiro para segurança nacional, com um impostante papel entre os militares e forças de segurança. Outro filho, Khamis, lidera a 32ª brigada do Exército que, segundo diplomatas dos Estados Unidos, é a força mais bem treinada e melhor equipada.
Países ocidentais expressaram preocupação com o aumento da violência contra manifestantes antigoverno na Líbia.
O chanceler britânico, William Hague, disse ter conversado com Seif al Islam por telefone e que lhe disse que o país deve começar um "diálogo e a implementação de reformas".
GOLPE
A rebelião dos líbios frustrados com os 42 anos de governo autoritário de Gaddafi se espalhou para mais de meia dúzia de cidades no leste do país.
Em um revés para o regime, a maior tribo líbia --a Warfla-- teria se virado contra o ditador e anunciado que irá se juntar aos protestos, segundo informou o exilado Fathi al Warfali, que vive na Suíça.
Embora tenha uma animosidade de longa data com Gaddafi, a tribo vinha se mantendo neutra nas últimas duas décadas.
O representante líbio da Liga Árabe anunciou que estava renunciando ao cargo para protestar contra a decisão do governo de atirar contra manifestantes em Benghazi.
A internet continua não funcionando no país e moradores não conseguem fazer ligações internacionais. Jornalistas também são impedidos de trabalhar livremente. Fonte: Folha Online
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