Em visita à Alemanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo nesta quinta-feira à comunidade internacional para que mantenha as negociações com o Irã, após declaração da chanceler alemã Angela Merkel sobre a falta de progressos nas discussões do programa nuclear iraniano. Merkel falou em "perder a paciência" com o Irã, uma vez que a questão se arrasta desde que ela se assumiu o poder, há quatro anos.
A chanceler disse que depois de anos de esforço e busca de diálogo "não se pode reconhecer progresso algum" nos contatos com Teerã. Ela defendeu novas sanções caso não haja avanço nas negociações, enquanto o presidente brasileiro insistiu na necessidade de manutenção do diálogo.
"O melhor e mais barato é acreditarmos nas negociações e termos muita paciência. Eu penso que tratar o Irã como se fosse um país insignificante, aumentado a cada dia a pressão, poderá não resultar em uma coisa boa. Precisamos aumentar o grau de paciência para aumentar o grau de conversação com o Irã", disse Lula em entrevista coletiva concedida ao lado da chanceler alemã.
Para ele, Estados Unidos e Rússia também deveriam desmontar seus arsenais nucleares.
"Autoridade moral para pedir que os outros não tenham é a gente também não ter. É importante que os que têm, comecem a desmontar seus arsenais, para que a gente tenha mais argumentos", afirmou.
O presidente lembrou que a Constituição do Brasil proíbe o uso de armas nucleares, mas o país desenvolve um programa de enriquecimento de urânio voltado para produção de energia elétrica. "O mesmo que o Brasil aceita para si, nós aceitamos para o Irã", disse o presidente, que já defendera a mesma posição durante a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, no mês passado.
Ele acrescentou que é necessário um esforço para "dissipar a desconfiança mútua" entre o Irã e o Ocidente.
Merkel admitiu que havia "pequenas diferenças de abordagem", com o Brasil, mas afirmou que ela e Lula têm o mesmo objetivo fundamental de assegurar a "transparência absoluta" por parte de Teerã.
Nos EUA, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que o tempo "está se esgotando" para que o Irã dê uma resposta à proposta internacional sobre seu programa nuclear e evite a imposição de novas sanções. Ele reiterou que o prazo vai até o fim deste ano.
Em outubro, as potências internacionais propuseram a Teerã um acordo segundo o qual o país enviaria ao exterior seu urânio pouco enriquecido para ser processado, de modo que pudesse ser usado para fins de pesquisa médica. Inicialmente, o Irã se mostrou disposto a aceitar o plano, mas evitou dar uma resposta clara.
De acordo com Gibbs, está "bastante claro" que os iranianos não têm intenção de aceitar o acordo.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que já tiveram início os contatos entre as potências internacionais para a possível imposição de novas sanções contra o Irã caso o país não responda de forma positiva.
Os EUA creem que o programa nuclear iraniano tem fins militares, enquanto Teerã assegura que seus objetivos são civis.
Em resposta às pressões, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, anunciou nesta quinta-feira que revisará as relações de Teerã com os 25 países que votaram a favor da resolução de condenação ao Irã aprovada em 27 de novembro pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Em declarações divulgadas pela agência de notícias iraniana Irna, Larijani, que já foi o negociador nuclear iraniano, disse também que seu país quer manter a cooperação com a citada agência da ONU, mas que os recentes levaram a um estudo cuidadoso de diferentes aspectos relacionados a essa cooperação.
"A Comissão de Segurança Nacional e Relações Exteriores do Parlamento revisará as relações com todos aqueles Estados que votaram contra o Irã", disse.
O Irã está especialmente decepcionado com o apoio dado à resolução --a primeira aprovada desde 2006-- por Rússia e China, dois países que antes tinham sido reticentes em adotar medidas contra o regime iraniano.
O presidente iraniano criticou na terça-feira (1°) especialmente Moscou, ao qual acusou de ter cometido um grave erro por não ter analisado a conjuntura internacional.
Na semana passada, 25 dos 36 países do Conselho de Governadores da AIEA definiram um documento de condenação ao Irã no qual recriminaram o país pela fala de transparência em relação a seu programa nuclear e por não ter informado a tempo que está construindo uma nova central de enriquecimento urânio. Cuba, Venezuela e Malásia votaram contra a medida, e Turquia, Paquistão, Afeganistão, Brasil, África do Sul e Egito se abstiveram. O Azerbaijão deixou a sala antes da votação.
Logo após saber da resolução, Teerã anunciou que reduziria sua cooperação com o citado organismo subordinado à ONU, o que intensificou ainda mais o conflito nuclear.
Na terça-feira, Ahmadinejad esclareceu que essa colaboração será mínima, e explicou que se limitará a aplicar unicamente e de forma estrita a lei.
Como segunda medida, o governo iraniano revelou no domingo (29) que pretende construir outras dez usinas de enriquecimento de urânio em diversas partes do país, para gerar seu próprio combustível nuclear. Fonte: Folha Online
A chanceler disse que depois de anos de esforço e busca de diálogo "não se pode reconhecer progresso algum" nos contatos com Teerã. Ela defendeu novas sanções caso não haja avanço nas negociações, enquanto o presidente brasileiro insistiu na necessidade de manutenção do diálogo.
"O melhor e mais barato é acreditarmos nas negociações e termos muita paciência. Eu penso que tratar o Irã como se fosse um país insignificante, aumentado a cada dia a pressão, poderá não resultar em uma coisa boa. Precisamos aumentar o grau de paciência para aumentar o grau de conversação com o Irã", disse Lula em entrevista coletiva concedida ao lado da chanceler alemã.
Para ele, Estados Unidos e Rússia também deveriam desmontar seus arsenais nucleares.
"Autoridade moral para pedir que os outros não tenham é a gente também não ter. É importante que os que têm, comecem a desmontar seus arsenais, para que a gente tenha mais argumentos", afirmou.
O presidente lembrou que a Constituição do Brasil proíbe o uso de armas nucleares, mas o país desenvolve um programa de enriquecimento de urânio voltado para produção de energia elétrica. "O mesmo que o Brasil aceita para si, nós aceitamos para o Irã", disse o presidente, que já defendera a mesma posição durante a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, no mês passado.
Ele acrescentou que é necessário um esforço para "dissipar a desconfiança mútua" entre o Irã e o Ocidente.
Merkel admitiu que havia "pequenas diferenças de abordagem", com o Brasil, mas afirmou que ela e Lula têm o mesmo objetivo fundamental de assegurar a "transparência absoluta" por parte de Teerã.
Nos EUA, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que o tempo "está se esgotando" para que o Irã dê uma resposta à proposta internacional sobre seu programa nuclear e evite a imposição de novas sanções. Ele reiterou que o prazo vai até o fim deste ano.
Em outubro, as potências internacionais propuseram a Teerã um acordo segundo o qual o país enviaria ao exterior seu urânio pouco enriquecido para ser processado, de modo que pudesse ser usado para fins de pesquisa médica. Inicialmente, o Irã se mostrou disposto a aceitar o plano, mas evitou dar uma resposta clara.
De acordo com Gibbs, está "bastante claro" que os iranianos não têm intenção de aceitar o acordo.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que já tiveram início os contatos entre as potências internacionais para a possível imposição de novas sanções contra o Irã caso o país não responda de forma positiva.
Os EUA creem que o programa nuclear iraniano tem fins militares, enquanto Teerã assegura que seus objetivos são civis.
Em resposta às pressões, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, anunciou nesta quinta-feira que revisará as relações de Teerã com os 25 países que votaram a favor da resolução de condenação ao Irã aprovada em 27 de novembro pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Em declarações divulgadas pela agência de notícias iraniana Irna, Larijani, que já foi o negociador nuclear iraniano, disse também que seu país quer manter a cooperação com a citada agência da ONU, mas que os recentes levaram a um estudo cuidadoso de diferentes aspectos relacionados a essa cooperação.
"A Comissão de Segurança Nacional e Relações Exteriores do Parlamento revisará as relações com todos aqueles Estados que votaram contra o Irã", disse.
O Irã está especialmente decepcionado com o apoio dado à resolução --a primeira aprovada desde 2006-- por Rússia e China, dois países que antes tinham sido reticentes em adotar medidas contra o regime iraniano.
O presidente iraniano criticou na terça-feira (1°) especialmente Moscou, ao qual acusou de ter cometido um grave erro por não ter analisado a conjuntura internacional.
Na semana passada, 25 dos 36 países do Conselho de Governadores da AIEA definiram um documento de condenação ao Irã no qual recriminaram o país pela fala de transparência em relação a seu programa nuclear e por não ter informado a tempo que está construindo uma nova central de enriquecimento urânio. Cuba, Venezuela e Malásia votaram contra a medida, e Turquia, Paquistão, Afeganistão, Brasil, África do Sul e Egito se abstiveram. O Azerbaijão deixou a sala antes da votação.
Logo após saber da resolução, Teerã anunciou que reduziria sua cooperação com o citado organismo subordinado à ONU, o que intensificou ainda mais o conflito nuclear.
Na terça-feira, Ahmadinejad esclareceu que essa colaboração será mínima, e explicou que se limitará a aplicar unicamente e de forma estrita a lei.
Como segunda medida, o governo iraniano revelou no domingo (29) que pretende construir outras dez usinas de enriquecimento de urânio em diversas partes do país, para gerar seu próprio combustível nuclear. Fonte: Folha Online
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