O Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear) está procurando "sócios". E o Brasil é um dos mais cotados.
O ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) assinou ontem em Genebra um protocolo para que o país faça parte da discussão sobre os termos da colaboração com o laboratório que abriga o superacelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons) --que deve se tornar mais convidativa.
"Quando o Cern foi ganhando dimensão, eles criaram uma figura de país associado ou correspondente. Só que nenhum país ainda é associado, porque eles colocaram muitas limitações, impuseram valores de contribuição muito altos", disse Rezende à Folha. "Hoje o Cern não tem nenhum membro de fora da Europa."
A ideia agora, afirma o ministro, é que as formas de colaboração de eventuais associados sejam rediscutidas com a participação dos países em que o Cern tem maior interesse --de acordo com Rezende, Brasil, EUA, Canadá, Índia e China.
Com 71 cientistas hoje no Cern, o Brasil é o terceiro país não-participante com maior intercâmbio com o centro em Genebra (o primeiro é os EUA).
"O Brasil não vai pensar em um grande acelerador de partículas nos próximos tempos. O que temos de fazer é nos associarmos a grandes experimentos internacionais", defende o ministro.
Segundo ele, a redefinição das contribuições deve incluir não apenas valores em dinheiro, mas também em material. "Nós, por exemplo, podemos participar pela Nuclep [a estatal Nuclebrás Equipamentos Pesados], que produz grandes peças de aço que podem ser usadas no acelerador."
Rezende disse ainda estar consolidando a Rede Nacional de Física de Altas Energias (Renafae), a qual deve receber um financiamento de R$ 8 milhões em três anos a fim de investir sobretudo no intercâmbio de cientistas brasileiros.
Hoje, o ministro deve assinar em Berna um acordo de cooperação científica com o governo suíço nas áreas de neurologia, energia e ambiente. Fonte: Folha Online
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terça-feira, 29 de setembro de 2009
Brasil é cotado para virar sócio de centro europeu de física
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