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quinta-feira, 11 de março de 2010

Contra proposta salarial, PM faz paralisação em Curitiba

Policiais na entrada do 13.º Batalhão, em Curitiba: praças teriam se aquartelado e deixado de atender ocorrências desde o início da noite - Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Policiais se aquartelaram em dois batalhões da capital. Mulheres estariam sendo convocadas para fazer piquetes em quartéis

Em protesto contra a proposta salarial apresentada ontem pelo vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) na Assembleia Legislativa os policiais militares de Curitiba pararam de atender ocorrências na noite de ontem. Eles ficaram aquartelados em pelo menos dois batalhões – o 13.º e o 17.º – e usaram a própria frequência de rádio da polícia para organizar a paralisação. As esposas também já foram convocadas para a mobilização. Pela lei, os policiais militares são proibidos de fazer qualquer tipo de greve ou paralisação sob pena de serem presos. Usualmente, as esposas são chamadas para fazer piquetes em frente aos quartéis, impedindo a saída dos carros – o que elimina, em tese, a responsabilidade dos PMs sobre a paralisação.

A movimentação começou na tarde de ontem, após a apresentação do projeto de reajuste salarial ao Legislativo estadual. O protesto foi marcado por uma série de informações desencontradas. Policiais militares que não se identificaram disseram à reportagem que houve interferências propositais no rádio da polícia e dizem que existiu paralisação de atendimento de ocorrências também no interior do estado. No entanto, ninguém confirmou oficialmente as informações.

Em protesto contra a proposta salarial apresentada ontem pelo vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) na Assembleia Legislativa os policiais militares de Curitiba pararam de atender ocorrências na noite de ontem. Eles ficaram aquartelados em pelo menos dois batalhões – o 13.º e o 17.º – e usaram a própria frequência de rádio da polícia para organizar a paralisação. As esposas também já foram convocadas para a mobilização. Pela lei, os policiais militares são proibidos de fazer qualquer tipo de greve ou paralisação sob pena de serem presos. Usualmente, as esposas são chamadas para fazer piquetes em frente aos quartéis, impedindo a saída dos carros – o que elimina, em tese, a responsabilidade dos PMs sobre a paralisação.

A movimentação começou na tarde de ontem, após a apresentação do projeto de reajuste salarial ao Legislativo estadual. O protesto foi marcado por uma série de informações desencontradas. Policiais militares que não se identificaram disseram à reportagem que houve interferências propositais no rádio da polícia e dizem que existiu paralisação de atendimento de ocorrências também no interior do estado. No entanto, ninguém confirmou oficialmente as informações.

As mensagens passadas no rádio afirmavam que, pelo projeto do governo, haveria uma disparidade do aumento entre praças e oficiais. Até mesmo uma gravação do governador Roberto Requião (PMDB) parabenizando a corporação entrou no rádio da polícia.

De acordo com depoimentos dos policiais militares não identificados, o protesto ocorreu porque a proposta de reajuste entregue pelo governo do estado não continha uma tabela de vencimentos. “Os aumentos salariais ficariam em R$ 150 para os praças e em R$ 3 mil para os oficiais. Os praças ficaram indignados e resolveram parar”, afirma um dos policiais. Na hierarquia da Polícia Militar, os praças são os policiais que atuam nas ruas, ou seja, os soldados, cabos, sargentos e subtenentes. Já os oficiais são os que possuem patentes de tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel.

Trabalharam normalmente em Curitiba apenas os policiais destacados para fazer a segurança no Estádio Couto Pereira, no jogo entre Coritiba e Luverdense, pela Copa do Brasil. Um policial militar convocado para este serviço ontem e que preferiu não se identificar confirmou que as interferências no rádio estavam ocorrendo. “Estamos trabalhando normalmente. A última vez que estas interferências ocorreram foi em 2001, quando houve o movimento das esposas dos policiais militares”, diz.

Segundo um major que não quis se identificar, duas viaturas de cada companhia foram convocadas no início da noite pelo Co­­mando de Policiamento da Capital para comparecer ao quartel central da PM e esclarecer a questão salarial. O major diz acreditar que a movimentação ocorreu por falta de informação da proposta de reajuste salarial proposto pelo governo estadual.

Ainda de acordo com o major, o esquema de paralisação iniciado pelos policiais militares pode ser sinal de uma insubordinação. “Os policiais se negam a atender os chamados e tudo ocorre durante esta conversa de esclarecimento no Comando. Não devemos chegar ao ponto de os policiais serem punidos”, afirma.

Porém policiais que ouviram as mensagens passadas pelo rádio durante a noite informam que foi levantada a hipótese de confronto com o Batalhão de Choque, responsável por fazer a prisão caso os policiais entrem em greve. O Choque estaria de prontidão no quartel central. “A tropa ficou indignada. Misturou com outros descontentamentos. Não há associação envolvida. A conturbação foi geral”, afirma. Além do descontentamento com a proposta de reajuste salarial feita ontem pelo governo do estado, os policiais reclamam da demora na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, que tramita no Congresso Nacional e dispõe sobre aumento salarial de toda a categoria. O governo federal chegou a pedir aos parlamentares que deixassem a votação para depois das eleições. Caso haja o congelamento da votação, os policiais militares de todo o país prometem fazer paralisação nacional. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Jorge Olavo e Tatiana Duarte

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