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quinta-feira, 4 de março de 2010

Ex-mulher do prefeito é acusada de ser a mandante do crime

Para Sesp, separação do casal e partilha de bens podem ter motivado o crime. Além da mulher, um homem foi preso e outros dois estão foragidos

O assassinato do prefeito de Rio Branco do Sul, Adel Rutz, ocorrido na noite de segunda-feira (1.º), teve motivos passionais, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). A ex-mulher do prefeito, Josiane Portes de Barros Rutz, é acusada de ter sido a mandante do crime. Ela foi presa na noite de quarta-feira (3) e nega envolvimento com o homicídio.

A polícia também informou que, desde terça-feira (2), está preso Fábio Faria, de 26 anos, que teria confessado a participação no crime. Ele confirmou às autoridades que foi contratado por Josiane para executar o prefeito. O homem seria o autor dos dois primeiros disparos que atingiram Rutz. Outras duas pessoas que teriam envolvimento com a execução ainda são procuradas pela polícia. Selmo dos Santos, 25, e Daniel Jeremias dos Santos, 27, estão foragidos, mas já tiveram o mandado de prisão expedido pela Justiça.

O secretário Luiz Fernando Delazari declarou que a partilha de bens do casal e supostos casos de adultério podem ter motivado o assassinato. “A separação do casal foi drástica, com denúncias de adultério dos dois lados. Também havia discussões por causa da partilha dos bens”, disse o secretário em entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira (4), em Curitiba.

O advogado Elias Mattar Assad foi contratado para assumir a defesa de Josiane Rutz. Ele disse que a mulher está detida na sede do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e confirmou que ela alega que não tem nenhuma conexão com o fato. Assad relata que vai estudar o caso antes de entrar com um pedido de revogação da prisão ou de habeas-corpus. “Por enquanto fiz três requerimento: para que a imagem dela fosse preservada, para que ela fosse isolada de outros presos e que não haja abuso no uso das algemas”, afirma.

O crime

Segundo Delazari, o crime começou a ser planejado há cerca de 20 dias. “Ela negociou tudo diretamente com os rapazes e até teria comprado um aparelho celular apenas para conversar com eles, pois tinha o receio de ser grampeada em qualquer outro número”, afirma. Os assassinos receberiam R$ 25 mil pela execução, dos quais R$ 15 mil já teriam sido pagos por Josiane.

A versão oficial aponta que por volta das 20 horas da noite de segunda, Adel Rutz foi abordado por dois motociclistas, enquanto chegava em casa, no Centro de Rio Branco do Sul. Ele foi atingido por cinco tiros. Os disparos foram efetuados por Faria e Daniel Santos que estavam na mesma moto. Os dois contavam com a cobertura de Selmo dos Santos, que acompanhava a ação criminosa em outra motocicleta.

O deputado estadual Kleiton Kielse (PMDB), amigo e aliado de Rutz, na quarta-feira, havia informado a Polícia Civil que o prefeito sofria constantes ameaças e que, cerca de dez dias antes de ter sido assassinado, teria sido vítima de um atentando. O secretario, no entanto, disse que, como Adel Rutz não registrou essa ocorrência, não há como a polícia afirmar se a ex-mulher do prefeito está ligada ao crime.

Com a entrevista coletiva, a Sesp pôs fim a uma série de especulações e de informações desencontradas a cerca das investigações do crime. O governador Roberto Requião chegou a divulgar, por meio do Twitter, o envolvimento de Josiane Rutz no crime. Em Maringá, no Noroeste do estado, onde cumpriu agenda oficial, Requião confirmou a prisão da ex-mulher do prefeito.

Na quarta-feira (3) uma multidão ficou em frente à delegacia de Rio Branco do Sul cobrando a solução do caso. O corpo de Adel Rutz foi sepultado às 10 horas de quarta-feira (3), no cemitério São Vicente, no distrito de Açungui, localidade onde o prefeito nasceu. Centenas de pessoas acompanharam o cortejo.

Histórico

Adel Rutz assumiu a prefeitura da cidade em janeiro de 2009 depois de ser eleito no ano anterior. Entre 2005 e 2008, Rutz exerceu o cargo de vereador no município. O prefeito anterior da cidade, Amauri Johnsson (PSC), renunciou ao cargo em outubro de 2008 depois de sofrer um processo do Ministério Público do Paraná que o acusava de fraudar licitação. O município de Rio Branco do Sul fica ao norte de Curitiba e possui aproximadamente 33 mil habitantes. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Adriano Ribeiro, Adriano Kotsan e Felippe Aníbal

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