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sábado, 6 de junho de 2009

Maringá comemora vinda de companhias aéreas


Com a saída da TAM em março de 2008, o aeroporto de Maringá viu seus embarques e desembarques caírem quase pela metade. Depois de um ano os passageiros voltaram e as expectativas mostram crescimento

Com a entrada de três novas companhias aéreas operando voos comerciais no aeroporto de Maringá entre maio e junho, a aviação civil na região Noroeste dá mostras de retomada no crescimento. Em março de 2008, A TAM que era responsável por 42% do mercado local abandonou operações na cidade, fazendo o número de embarques e desembarques cair de 20 mil para 11,6 mil por mês. Mesmo assim, depois de doze meses, as duas companhias que ficaram, Gol e Trip, conseguiram dar conta de toda a demanda deixada, o aeroporto recuperou o patamar de um ano antes e outras empresas cresceram os olhos para o mercado da região.

Entre as novas companhias, está a Azul Linhas Aéreas que fez seu voo inaugural nesta quinta-feira (4), e disponibiliza agora duas rotas diárias ligando Maringá ao aeroporto de Viracopos, em Campinas. Depois de Curitiba, Maringá é a segunda cidade paranaense atendida pela empresa. Em 18 de maio foi a vez da Pantanal iniciar suas operações na cidade e a recém criada Sol Linhas Aéreas deve estrear ainda no mês de junho. Além disso, a Trip que já atua na região passa a operar aviões maiores, o que vai significar um impulso maior na oferta de passagens.

A expectativa é que o fluxo de embarques e desembarques passe dos atuais 20 mil para 30 mil no prazo de três meses. “Um crescimento de 50% nos próximos três meses é uma estimativa fácil de alcançar, mas nossa meta mesmo é trabalhar para acomodar os novos passageiros”, disse Marcos Valêncio, superintendente do Aeroporto Regional Silvio Name Junior. Segundo ele, já são nove os destinos diretos para quem parte de Maringá, além das conexões possíveis. Com a entrada da Sol, Foz do Iguaçu poderá ser a décima opção.

Além das novas companhias, o fortalecimento da Trip Linhas Aéreas também é visto com entusiasmo pelo consultor Paulo Bittencourt Sampaio, da Multiplan Consultoria Aeronáutica. Ele ressalta que a empresa adquiriu neste ano jatos da Embraer com 86 lugares e que as novas aeronaves devem voar para Maringá, aumentando assim a oferta de passagens. “A Trip não é mais uma empresa de turboélices, e com isso Maringá vai contar com três companhias operando jatos”, disse Sampaio, referindo-se também à Gol e à Azul.

Sampaio, porém, vê com ressalvas a participação da Pantanal. Ele entende que a empresa teve que optar pelo mercado do Noroeste do Paraná depois que a concorrência com a Gol fez com que abandonasse as operações em Presidente Prudente, São Paulo, cerca de 170 quilômetros de Maringá. Embora considere positiva a conexão com Congonhas promovida pela companhia, Sampaio acredita que a rota direta não seja mantida por muito tempo. “A Pantanal está em recuperação judicial e seus slots (tempo de operação que a empresa dispõe em solo) em Congonhas devem ser leiloados”, disse o consultor.

Quando a Azul iniciou operações em Curitiba, em 14 de janeiro, a empresa anunciou a intenção de atuar em outros mercados do estado, mas apenas a partir de 2010. Os planos foram antecipados. Embora Maringá seja a segunda cidade paranaense atendida pela companhia, Londrina também foi sondada. “Londrina trabalhou muito politicamente para nos ter trabalhando lá. Chegamos a ver o aeroporto (de Londrina), mas achamos Maringá como um ponto de atuação mais importante para o Paraná”, disse Pedro Janot, presidente da Azul.

Voando para São Paulo

Por ordem, os principais destinos dos passageiros que partem de Maringá são Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, mas a capital paranaense está com essa liderança ameaçada. Das três novas companhias, apenas a Sol pretende voar para Curitiba, tendo o Aeroporto de Bacacheri como base de operações na cidade. A opção da empresa faz parte da estratégia de rotas estaduais a vai ligar também Cascavel e Foz do Iguaçu.

Nessas primeiras semanas a Pantanal já oferece duas partidas com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, uma delas com escala em Marília, além de dois voos de volta. Já a Azul, embora tenha Campinas como destino, oferece ônibus de graça para os passageiros que queiram ir para capital paulista. “Decidimos voar para Viracopos, que está numa região muito rica, e conectar o Noroeste do Paraná. Ligando esses dois mercados vamos trazer desenvolvimento para ambos. A partir de lá (Campinas) os passageiros (de Maringá) poderão ter acesso a outras cidades muito facilmente” disse Janot. Segundo ele, rotas nacionais são agora mais interessantes para a cidade do que rotas regionais.

Segundo o consultor Sampaio, as rotas para o estado vizinho vêm confirmar um contato tradicional entre as regiões. “São duas necessidades distintas de voos: uma ligação política com Curitiba e uma ligação comercial com São Paulo”, explicou.

Terminal de cargas

De acordo com o superintendente do Aeroporto Silvio Name Júnior, os projetos agora são para consolidação da infraestrutura de transporte de cargas. Segundo Valêncio, apenas 1/3 do projeto do terminal de cargas está concluído, mesmo assim logo deve entrar em operação uma rota semanal entre Miami e Maringá. Espera-se apenas a assinatura do ato de alfandegamento, uma autorização de comércio internacional dada pela Receita Federal e que deve sair nos próximos meses. “Vamos transportar produtos de baixo volume e alto valor agregado”, explicou Valêncio.

Para receber grandes aeronaves a pista de 2,1 quilômetros deve ser ampliada para 3,6 quilômetros. “Não temos problemas com espaço, pois diferente de outros lugares, o nosso aeroporto não está cercado pela cidade”, disse o superintendente.
Fonte: Gazeta do Povo

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