A polícia registrou ao menos cem casos de roubo e furto durante a Parada Gay realizada neste domingo (14) em São Paulo. O evento também terminou com 412 atendimentos médicos realizados pela polícia. Em 2007, a prefeitura de São Paulo proibiu a Marcha para Jesus (foto), na avenida Paulista, alegando resguardar a avenida evitando que ela seja depredada.
Na noite desta segunda-feira, balanço da Secretaria Municipal de Saúde e da Santa Casa de São Paulo mostrou que ao menos 54 pessoas ficaram feridas. De acordo com o órgão, entre os feridos há pessoas vítimas de agressões físicas e da explosão de uma bomba caseira lançada no centro da cidade.
Ainda houve nove casos de roubo ou furto de veículos no evento, cujo público esperado era de 3,5 milhões de pessoas. O balanço com o público que se aglomerou da Paulista até a praça da República neste ano ainda não foi divulgado pelos organizadores.
O grande número de casos de violência fez o prefeito Gilberto Kassab (DEM) reavaliar a realização da Parada Gay na avenida Paulista. Para ele, a continuação do evento na Paulista será analisada.
“A Paulista cada vez mais se mostra inadequada para os eventos. O que pode ter atrapalhado [a parada neste domingo] foi a obra do metrô, no final da Paulista”, disse Kassab hoje, após um evento no Palácio dos Bandeirantes. “A avaliação [da parada] será feita com serenidade pela prefeitura. Nada indica que não possa ser [modificado o lugar do evento].”
Brigas e tumultos deixaram feridos ao longo da parada. Um homem de 35 anos sofreu traumatismo craniano ao ser espancado na rua Frei Caneca, nos arredores da Paulista. Outros dois rapazes –entre eles um de 17 anos– estão internados na Santa Casa devido a ferimentos também por espancamentos.
No largo do Arouche, no fim do circuito da parada, a explosão de uma bomba deixou ao menos 22 feridos. A origem do explosivo é investigada pela Polícia Civil.
Marcha para Jesus
Em 2007, o Ministério Público do estado e a Prefeitura de São Paulo assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) determinando que a partir de agora apenas três grandes eventos poderão ser realizados por ano na Avenida Paulista, região central da capital.
No acordo, segundo a Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (SPTuris), a prefeitura definiu que as festas que passariam a ocorrer na avenida seriam o réveillon, a Corrida de São Silvestre e a Parada GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros).
A SPTuris conta que a escolha dos eventos foi definida por vários fatores. No caso do réveillon e da São Silvestre, principalmente pela tradição. A parada GLBT foi escolhida como terceiro evento na avenida por vários motivos. Os principais foram: o fato de ser um desfile e não precisar da montagem de uma estrutura fixa como um palco, o que diminui o tempo de interdição da avenida para o tráfego de veículos; ser um evento tradicional com cerca de dez anos no local; ser um festejo capaz de transmitir à cidade a imagem de modernidade e nenhum preconceito; ser uma festa que traz muitas divisas econômicas para a capital.
Com a escolha da parada GLBT, outros dois grandes eventos que tradicionalmente ocorriam na Paulista não poderão mais ser realizados no local: a festa do trabalhador no 1º de maio e a Marcha para Jesus, caminhada realizada por evangélicos de várias igrejas.
Ainda de acordo com a SPTuris, a decisão foi tomada para resguardar a Avenida Paulista, evitando que ela seja depredada e assegurando sua posição de ícone de São Paulo, e ampliar os espaços destinados a eventos culturais na cidade. Para a empresa de turismo, a capital possui vários locais propícios à realização de grandes eventos que não são muito utilizados, como o Sambódromo (no Anhembi, na Zona Norte), Interlagos e Parque da Independência, ambos na Zona Sul. Neste último local, será realizada já neste ano a festa de 1º de maio pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A Fundação Renascer divulgou,na época, nota oficial comunicando a “surpresa” ao saber que o evento Marcha para Jesus não poderia ser realizado na Avenida Paulista. A fundação, pertencente à Igreja Apostólica Renascer em Cristo, criada pelo casal Estevam e Sônia Hernandes, é a organizadora da marcha.
Segundo a assessoria da fundação, a marcha seria um evento “que já se transformou em tradição paulistana” e que, em maio do ano passado, foi também firmado uma TAC com o Ministério Público do estado em que havia ficado garantido “o direito de, se houvesse qualquer outro evento de massa na Avenida Paulista, ali também seria realizada a Marcha para Jesus”.
Fonte: Folha Gospel
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quarta-feira, 17 de junho de 2009
Violência pode acabar com a Parada Gay na avenida Paulista. Marcha para Jesus, sem violência, foi proibida há dois anos
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