Agentes penitenciários ficaram concentrados na frente do CDR em Londrina. Eles querem autorização para o porte de arma
Serviços essenciais estão mantidos, mas presos não estão saindo das celas. Protesto pede permissão de porte de arma de fogo e critica falta de segurança da categoria
Agentes penitenciários de 23 presídios paranaenses promovem um dia de paralisação nesta terça-feira (13) em protesto pela permissão de porte de arma de fogo e contra a falta de segurança da categoria. O estopim, segundo os trabalhadores, foi o assassinato do agente Walter Giovani de Brito, de 26 anos, ocorrida na madrugada de segunda-feira (12). De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), somente serviços essenciais serão mantidos nesta terça.
“Como não tivemos tempo suficiente para deflagrar e comunicar uma greve ao estado, o pessoal que tem de trabalhar está mantendo a segurança nos presídios”, explica José Roberto das Neves, vice-presidente do Sindarspen. “Mas nada está funcionando; os presos não estão saindo das celas para o banho de sol”, afirma. “Enquanto isso, os agentes em folga e aqueles que trabalham em outros turnos fazem concentrações em frente às unidades penitenciárias de todo o estado”. Como esta terça-feira não é dia de visitas aos presos, a atividade não será prejudicada.
O sistema penitenciário do Paraná conta com 3,5 mil agentes lotados em unidades em Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Ponta Grossa, além de Curitiba e região metropolitana. “Agentes de todos os 23 presídios aderiram ao movimento”, diz Neves.
Além da falta de segurança da categoria, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná reclama da falta de uma regulamentação por parte do estado sobre a permissão do porte de arma de fogo aos agentes. Na segunda-feira, na ocasião em que o agente Giovani de Brito foi assassinado, outro agente, Levino Custódio Júnior, de 34 anos, que trazia uma arma calibre ponto 40 no porta-luvas do veículo, reagiu e acertou dois tiros no autor dos primeiros disparos, mas acabou preso por porte ilegal de arma de fogo.
“A arma foi comprada legalmente e estava registrada no nome dele. O problema é que ele não tinha uma permissão da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Seju) para uso do equipamento durante o cumprimento das funções de agente”, explica Neves. Segundo ele, o Paraná é um dos únicos estado do país que não regulamentou o porte de arma aos agentes de modo a permitir à categoria utilizar os equipamentos durante o exercício da profissão. “Assim, qualquer agente pego com arma é preso”.
O Sindarspen deve agendar uma assembleia geral da categoria ainda nesta semana para discutir novas manifestações. Uma greve por tempo indeterminado não está descartada.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Justiça por volta das 9 horas e aguarda uma resposta da secretaria a respeito das reclamações feitas pelos agentes penitenciários. Fonte: Gazeta do Povo
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