A mudança do hospital contratado pelo governo do Paraná para prestar assistência aos servidores estaduais de Curitiba e região não melhorou de forma significativa o atendimento, na percepção dos usuários do Sistema de Assistência à Saúde (SAS), espécie de plano de saúde do estado para o quadro de ativos, aposentados e seus dependentes. Eles reclamam da dificuldade de marcar consultas e da falta de especialistas no Hospital São Vicente. Desde maio, depois de derrotar o Hospital Evangélico em licitação, a instituição é a responsável pelo atendimento na macrorregião de Curitiba, que engloba a região metropolitana e o litoral do estado.
Os usuários do SAS só podem consultar um especialista após o encaminhamento do clínico-geral. Mas a espera por uma consulta leva até três meses, dizem os pacientes. O servidor da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania Amarildo Mendes, 44 anos, conta que esperou dois meses para se consultar com um dermatologista. Agora, tenta marcar o retorno ao especialista. “Disseram que a agenda da doutora que me atendeu está cheia e que era para eu ligar todo dia para achar um horário”, relata.
Servidores sugerem mudança
O Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, que representa todas as classes de servidores do estado, afirma que a causa para todos os problema do SAS é o modelo de remuneração dos hospitais. Para a entidade, se o sistema for mantido, as reclamações irão continuar independentemente do hospital que preste o serviço. Os usuários do SAS são atendidos por empresas privadas, contratadas pelo estado por meio de licitação.
Atualmente o estado paga um valor fixo mensal por servidor de R$ 21,95 ao Hospital São Vicente. O contrato tem vigência de um ano e valor total de R$ 2,4 milhões. O problema, diz Idemar Beki, representante do Fórum, é que o valor é pago mesmo que o servidor não precise de assistência, como em um plano de saúde convencional.
“Somos a favor da adoção de um modelo diferente, em que o hospital seja pago por cada procedimento. Desta forma, quanto melhor for o serviço que ele prestar, mais dinheiro vai receber”, defende. O sistema seria como o Instituto de Previdência e Saúde, que administrou o fundo de pensão e o serviço de saúde dos servidores até 1998, quando foi extinto. O gestor do SAS no Hospital São Vicente Marciel Carlos Ribeiro Jr. alerta que um sistema desses elevaria o custo ao estado. “Seria um sistema ‘pós-pago’, de acordo com os gastos realizados no período”, explica. (PC)
O professor Donizethe Aparecido Barbosa, 46 anos, ouviu a mesma orientação. Ele precisa retornar ao oftalmologista para ajustar os graus das lentes dos óculos, só que sua última consulta foi pelo sistema antigo. “Dizem que eu posso passar por cima da exigência do clínico-geral, só que eu teria de ligar todo dia para conseguir.”
Três meses foi o tempo que a servidora da Secretaria de Estado da Educação Elizabeth dos Santos Valentim, 53 anos, já esperou por um ortopedista. Isso, depois de um mês para consultar um clínico-geral, conta. “Reumatologia eu não consegui marcar até agora. Ficam dizendo para eu tentar outro dia”, protesta.
Os problemas no atendimento não começaram no Hospital São Vicente. Idemar Beki, secretário de Saúde e Previdência do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) diz que a situação foi importada do Hospital Evangélico. “São problemas que persistem. Já esperávamos esse volume de queixas”, pondera. Beki é o representante do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, entidade que congrega sindicatos de funcionários do estado, nas reuniões mensais com a administração do hospital. “A principal queixa que apresentamos foi sobre a falta de especialistas, em particular, oftalmologistas. Tivemos um compromisso do diretor do hospital de que o quadro dessa especialidade seria aumentado”, relata.
Outro lado
O Hospital São Vicente comunica, por meio do gestor do SAS na instituição, Marcial Carlos Ribeiro Jr., que cumpre o contrato estipulado pelo estado. O prazo para a realização de consultas com especialistas, exames e procedimentos não emergenciais, diz Ribeiro Jr., é de 90 dias. Já no caso de um clínico-geral, a espera máxima é de sete dias quando a marcação é feita no ambulatório. “As pessoas que não conseguem é porque tentam via telefone, e daí a espera é de até 30 dias”, afirma. A Secretaria de Estado de Administração e Previdência, gestora do SAS, afirma em nota que já pediu ao hospital a ampliação do quadro de oftalmologistas. Quanto aos prazos longos para consultas, diz que se as faltas de pacientes fossem em menor número ou comunicadas com antecedência, haveria maior agilidade. Fonte: Gazeta do Povo
Os usuários do SAS só podem consultar um especialista após o encaminhamento do clínico-geral. Mas a espera por uma consulta leva até três meses, dizem os pacientes. O servidor da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania Amarildo Mendes, 44 anos, conta que esperou dois meses para se consultar com um dermatologista. Agora, tenta marcar o retorno ao especialista. “Disseram que a agenda da doutora que me atendeu está cheia e que era para eu ligar todo dia para achar um horário”, relata.
Servidores sugerem mudança
O Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, que representa todas as classes de servidores do estado, afirma que a causa para todos os problema do SAS é o modelo de remuneração dos hospitais. Para a entidade, se o sistema for mantido, as reclamações irão continuar independentemente do hospital que preste o serviço. Os usuários do SAS são atendidos por empresas privadas, contratadas pelo estado por meio de licitação.
Atualmente o estado paga um valor fixo mensal por servidor de R$ 21,95 ao Hospital São Vicente. O contrato tem vigência de um ano e valor total de R$ 2,4 milhões. O problema, diz Idemar Beki, representante do Fórum, é que o valor é pago mesmo que o servidor não precise de assistência, como em um plano de saúde convencional.
“Somos a favor da adoção de um modelo diferente, em que o hospital seja pago por cada procedimento. Desta forma, quanto melhor for o serviço que ele prestar, mais dinheiro vai receber”, defende. O sistema seria como o Instituto de Previdência e Saúde, que administrou o fundo de pensão e o serviço de saúde dos servidores até 1998, quando foi extinto. O gestor do SAS no Hospital São Vicente Marciel Carlos Ribeiro Jr. alerta que um sistema desses elevaria o custo ao estado. “Seria um sistema ‘pós-pago’, de acordo com os gastos realizados no período”, explica. (PC)
O professor Donizethe Aparecido Barbosa, 46 anos, ouviu a mesma orientação. Ele precisa retornar ao oftalmologista para ajustar os graus das lentes dos óculos, só que sua última consulta foi pelo sistema antigo. “Dizem que eu posso passar por cima da exigência do clínico-geral, só que eu teria de ligar todo dia para conseguir.”
Três meses foi o tempo que a servidora da Secretaria de Estado da Educação Elizabeth dos Santos Valentim, 53 anos, já esperou por um ortopedista. Isso, depois de um mês para consultar um clínico-geral, conta. “Reumatologia eu não consegui marcar até agora. Ficam dizendo para eu tentar outro dia”, protesta.
Os problemas no atendimento não começaram no Hospital São Vicente. Idemar Beki, secretário de Saúde e Previdência do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) diz que a situação foi importada do Hospital Evangélico. “São problemas que persistem. Já esperávamos esse volume de queixas”, pondera. Beki é o representante do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, entidade que congrega sindicatos de funcionários do estado, nas reuniões mensais com a administração do hospital. “A principal queixa que apresentamos foi sobre a falta de especialistas, em particular, oftalmologistas. Tivemos um compromisso do diretor do hospital de que o quadro dessa especialidade seria aumentado”, relata.
Outro lado
O Hospital São Vicente comunica, por meio do gestor do SAS na instituição, Marcial Carlos Ribeiro Jr., que cumpre o contrato estipulado pelo estado. O prazo para a realização de consultas com especialistas, exames e procedimentos não emergenciais, diz Ribeiro Jr., é de 90 dias. Já no caso de um clínico-geral, a espera máxima é de sete dias quando a marcação é feita no ambulatório. “As pessoas que não conseguem é porque tentam via telefone, e daí a espera é de até 30 dias”, afirma. A Secretaria de Estado de Administração e Previdência, gestora do SAS, afirma em nota que já pediu ao hospital a ampliação do quadro de oftalmologistas. Quanto aos prazos longos para consultas, diz que se as faltas de pacientes fossem em menor número ou comunicadas com antecedência, haveria maior agilidade. Fonte: Gazeta do Povo
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