A decisão foi tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após ter sido alertado pela reportagem do Estado de S.Paulo sobre a quebra do sigilo do exame. Prova deve ser aplicada em 45 dias
O vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou o Ministério da Educação a cancelar nesta madrugada a prova, que seria aplicada no fim de semana para 4,1 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País. A decisão foi tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após ter sido alertado pela reportagem do Estado sobre a quebra do sigilo do exame. "Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance", afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, por volta da 1 hora, por telefone.
Na tarde de quarta-feira (30) o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. "Isto aqui é muito sério, derruba o ministério", afirmou o homem.
No Paraná
Em todo do Paraná, 219.854 estudantes estão inscritos para fazer a prova do Enem, segundo dados consolidados do Inep. O exame seria aplicado em 594 diferentes locais em 98 dos 399 municípios do estado.
Quatro universidades paranaenses adotarão já neste ano a nota do Enem, de forma parcial ou integral, como critério de seleção para ingresso na graduação. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), a nota do exame terá peso de 10% na nota final do vestibular. Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Enem substituirá totalmente o processo seletivo, assim como na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), de Foz do Iguaçu. Já a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), de Guarapuava, usará o Enem apenas para a seleção de candidatos para vagas remanescentes.
O Estado consultou rapidamente o material, para checar sua veracidade, sem se comprometer com a compra. Haddad, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem. A comprovação da fraude se baseou em elementos repassados ao ministro pela reportagem, via telefone e e-mail. As questões originais estavam guardadas em um cofre, que foi aberto quarta-feira à noite para confirmar a informação.
O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu quarta à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas.
"Ninguém aqui é bandido, ninguém tem ficha na polícia, nós dois temos emprego", disse o homem. Ele afirmou que recebeu o material "de Brasília, de gente do Inep, do MEC (Ministério da Educação)". Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro. "Não tenho motivação política." Ele afirmou que procurou um advogado para orientá-lo. "Registramos em cartório cópias das provas.
Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. "Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada." Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. "A gente vende isto aqui até por mais dinheiro", disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV.
Novo exame
O MEC tem uma outra versão da prova do Enem pronta para substituir a que foi cancelada. A expectativa do ministério é realizar o exame em 45 dias. Como a metodologia do Enem exige que as questões sejam pré-testadas, o Inep tem um banco com cerca de 1,8 mil delas. O exame mudou este ano para funcionar como vestibular unificado nacional: 24 universidades federais tinham abolido seus processos seletivos em favor do novo Enem. Fonte: Gazeta do Povo
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Enem vaza e ministério anuncia cancelamento do exame
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