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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Israel teme denúncias judiciais e adia visita de militares a Londres

Uma delegação de militares israelenses adiou uma visita ao Reino Unido por medo de que fosse objeto de denúncias judiciais por crimes de guerra, disse o vice-chanceler de Israel, Danny Ayalon, nesta terça-feira. "Os militares foram convidados ao Reino Unido, porém permanecerão em Israel até que tenhamos 100% de certeza de que não serão objeto de denúncias judiciais naquele país", declarou Ayalon.

O vice-ministro afirmou que discutirá nesta terça-feira com a procuradora geral britânica, Patricia Janet Scotand, que atualmente faz uma visita a Israel, a respeito da necessidade de reformar o princípio de competência universal incluído na legislação britânica. Este princípio habilita os juízes britânicos a ordenar a prisão de personalidades estrangeiras em visita ao país denunciadas por crimes de guerra ou crimes contra a humanidade.

"Esta legislação dá margem a todo tipo de equívocos. Inicialmente tinha como objetivo os criminosos nazistas, mas organizações terroristas como o [grupo radical palestino] Hamas a utilizam atualmente para tomar como reféns as democracias", declarou Ayalon. "É preciso acabar com esta situação absurda, que afeta as excelentes relações bilaterais israelo-britânicas", completou.

Em dezembro passado, um tribunal londrino aceitou uma ordem de prisão contra Tzipi Livni, ex-chanceler e líder do partido de oposição Kadima. O pedido havia sido feito por grupos de defesa dos palestinos e tinha como justificativa o seu papel na megaofensiva militar realizada pelo Exército israelense de dezembro de 2008 a janeiro de 2009 contra o Hamas, na faixa de Gaza, que matou cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses.

Depois da decisão, Livni cancelou uma visita ao país alegando "problemas de agenda".

Ofensiva

Israel organizou uma grande ofensiva, encerrada em 17 de janeiro, com objetivo declarado de retaliar o lançamento de foguetes contra o território israelense. Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, a operação deixou 1.434 palestinos mortos --incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Já as Forças de Defesa israelenses admitiram ter matado 1.370 pessoas, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos.

O ataque levou a diversas acusações de crimes de guerra contra o Exército de Israel e denúncias dos próprios soldados do país.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) publicou o relatório Goldstone que afirma que Israel fez uso desproporcional da força e violou o direito humanitário internacional. O texto porém pondera que o lançamento de foguetes pelos insurgentes palestinos também configura crime de guerra. Fonte:da Folha Online da France Presse, em Jerusalém

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