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domingo, 24 de janeiro de 2010

Ministra nega fim das buscas e confirma cifra de 150 mil mortos

O governo haitiano confirmou neste domingo que o número de mortos no país pelo terremoto do último dia 12 já atingiu 150 mil somente na região metropolitana de Porto Príncipe, no epicentro do tremor. Ao mesmo tempo, dezenas de países começaram a enviar representantes à cidade canadense de Montreal para discutir o que pode vir a ser um "Plano Marshall" específico para o país devastado por uma das piores tragédias recentes.

"Ninguém sabe quantos corpos estão enterrados sobre os escombros --200 mil, 300 mil? Quem sabe o número total?", disse a ministra haitiana das Comunicações, Marie-Laurence Jocelyn Lassegue, à agência Associated Press.

Os números de vítimas do terremoto de 7 graus (escala Richter) podem variar conforme a fonte. O último balanço das Nações Unidas indicava um total de 111.481 mil cadáveres, enquanto ontem autoridades haitianas já estimavam um cifra na casa dos 120 mil, podendo chegar a 200 mil.

Especialistas afirmam que ainda há chances de que mais sobreviventes sejam encontrados nos escombros. Ontem, equipes de resgate internacionais conseguiram tirar com vida um homem de 24 anos, 11 dias após a tragédia que devastou o país. Wismond Exantus, soterrado sob os destroços de um mercado, alegou ter sobrevivido a base de refrigerantes e guloseimas. Ele passava o tempo rezando, cantando salmos ou dormindo.

Montreal

A reunião sobre o Haiti, que acontecerá amanhã, "estabelecerá uma visão clara e comum na comunidade internacional" para a recuperação e reconstrução a longo prazo do Haiti, disse hoje o ministro canadense de Relações Exteriores, Lawrence Cannon, durante conferência à imprensa. "Esta conferência será um passo inicial mas crítico no largo caminho da recuperação", acrescentou.

Enquanto isso, equipes internacionais continuavam o trabalho de distribuir comidas e demais mantimentos para as centenas de milhares de desabrigados pelo tremor. A distribuição de víveres, no entanto, ainda é alvo de críticas severas por especialistas, que fizeram reservas às estratégias do exército americano, que tem usado aviões e paraquedas para despachar alimentos.

"Precisamos de uma distribuição ordenada e respeitosa da comida", disse a Coordenadora Humanitária do Programa Mundial de Alimentos, Kim Bolduc.

Tropas internacionais da ONU (Organização das Nações Unidas) lideradas pelo Brasil distribuíram comida e água em uma das maiores favelas do Haiti neste domingo.

Na favela Cité Soleil, membros do Exército norte-americano formaram um corredor ao lado de casas, enquanto centenas de haitianos fizeram fila para receber pacotes de comida, água e biscoitos. A favela tem sido um foco de violência, mas não houve registros de problemas durante a entrega dos alimentos.

"A ajuda que temos disponível está sendo distribuída", disse o tenente-general Ken Keen, comandante da operação militar norte-americana no Haiti. "Mas a necessidade é tremenda (...) Todo dia é um dia melhor do que ontem. Amanhã será um dia melhor do que hoje." Fonte: Folha Online com Associated Press, Efe e France Presse

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