Presos dizem que sete pessoas foram mortas durante a rebelião. Governador Roberto Requião confirmou, via twitter, três mortes. Negociações entre as autoridades e os detentos devem ser retomadas às 13h
Foi libertado por volta das 10h30 desta sexta-feira (15) um dos agentes penitenciários que era mantido refém na rebelião realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Ele foi identificado apenas como Antônio, e foi liberado na presença de alguns cinegrafistas de emissoras de televisão que tiveram acesso ao local.
No mesmo horário, oito detentos feridos foram retirados da PCE em uma ambulância. A informação é da secretária da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Isabel Kugler Mendes, que participa da negociação entre as autoridades e os presos. Novas conversas entre os dois lados devem acontecer a partir da 13h.
A rebelião, iniciada na noite de quinta-feira (14), pode ter deixado sete pessoas mortas, de acordo com detentos da PCE que entraram em contato com familiares que estão em frente à penitenciária. O governador Roberto Requião (PMDB) informou no início da madrugada, por meio do microblog twitter, que três presos estariam mortos na rebelião. As possíveis vítimas fatais seriam detentos que, no linguajar do presídio, estariam “no seguro”, isto é, ameaçados de morte e, por isso, isolados.
Dois agentes penitenciários ainda são reféns dos presos. As primeiras negociações começaram por volta das 9h30, depois da chegada do juiz corregedor Márcio Tockars. “Cremos que a negociação vai ser tranquila e que não vamos precisar invadir o local”, disse o representante da Polícia Militar (PM) no local, capitão Neto. A entrada de alguns cinegrafistas e de um fotógrafo foi permitida na penitenciária.
O diálogo com os detentos está sendo coordenado pela PM. Além dos representantes da OAB e do juiz corregedor, também estão na PCE o secretário da Justiça do Paraná, Jair Ramos Braga, e o coordenador do Departamento Penitenciário (Depen), Sezinando Paredes.
Os presos informaram que querem melhorias na comida, no serviço de atendimento psicológico e mais tempo para o banho de sol. Alguns detentos solicitam transferência para outras regiões do estado e também para fora do Paraná. Eles ainda pedem que, depois que se entregarem, não haja represália por parte da polícia.
Nesta manhã, diversos presos continuavam em cima da laje da penitenciária e queimavam colchões. Entre parentes de presidiários e representantes da imprensa, cerca de 50 pessoas se concentravam em frente à PCE. A rebelião teria começado na 10.ª galeria, durante a contagem dos presos, e se espalhado pelo presídio. Uma briga entre grupos rivais de detentos pode ter motivado o motim, o que ainda não foi confirmado oficialmente.
Retirada da Polícia Militar
A ação dos presidiários acontece na mesma semana em que, por ordem da Secretaria da Segurança do Paraná (Sesp), foram retirados os 48 policiais militares que faziam a guarda armada do local, em apoio aos agentes. Dezesseis trabalhavam em cada turno do dia. Os PMs atuavam dentro da PCE desde o ano 2001, data da última rebelião que aconteceu no local. Os policiais teriam sido retirados para atender o público externo durante a Operação Verão, quando muitos policiais são deslocados para o litoral. “O secretário da Justiça informou à Secretaria de Segurança que não havia condição de ficar sem a polícia no local, mas não houve resposta da Sesp”, conta Isabel.
O perigo de rebelião já havia sido alertado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, quando soube da saída dos PMs. O presidente do sindicato, Clayton Agostino Auwertzr avisou, em ofício, a OAB. O presidente da OAB-PR, Lucio Glomb, que tomou posse no dia 1.º de janeiro, teria conversado com Cezinando Paredes a respeito da falta de segurança e uma comissão da OAB teria agendado para esta sexta-feira uma visita à PCE.
Isabel Mendes afirmou que os presos foram impedidos de tomar banho de sol e circular após a retirada dos PMs, que teria sido ordenada na segunda-feira e executada na terça-feira. No entanto, ontem os presos voltaram a poder circular, o que teria propiciado a rebelião. Sem os PMs, ficam apenas no máximo 30 agentes penitenciários fazendo a segurança de 1,5 mil presos em 13 galerias que compõem o complexo de 40 mil metros quadrados de área construída. Fonte: Gazeta do Povo
Foi libertado por volta das 10h30 desta sexta-feira (15) um dos agentes penitenciários que era mantido refém na rebelião realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Ele foi identificado apenas como Antônio, e foi liberado na presença de alguns cinegrafistas de emissoras de televisão que tiveram acesso ao local.
No mesmo horário, oito detentos feridos foram retirados da PCE em uma ambulância. A informação é da secretária da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Isabel Kugler Mendes, que participa da negociação entre as autoridades e os presos. Novas conversas entre os dois lados devem acontecer a partir da 13h.
A rebelião, iniciada na noite de quinta-feira (14), pode ter deixado sete pessoas mortas, de acordo com detentos da PCE que entraram em contato com familiares que estão em frente à penitenciária. O governador Roberto Requião (PMDB) informou no início da madrugada, por meio do microblog twitter, que três presos estariam mortos na rebelião. As possíveis vítimas fatais seriam detentos que, no linguajar do presídio, estariam “no seguro”, isto é, ameaçados de morte e, por isso, isolados.
Dois agentes penitenciários ainda são reféns dos presos. As primeiras negociações começaram por volta das 9h30, depois da chegada do juiz corregedor Márcio Tockars. “Cremos que a negociação vai ser tranquila e que não vamos precisar invadir o local”, disse o representante da Polícia Militar (PM) no local, capitão Neto. A entrada de alguns cinegrafistas e de um fotógrafo foi permitida na penitenciária.
O diálogo com os detentos está sendo coordenado pela PM. Além dos representantes da OAB e do juiz corregedor, também estão na PCE o secretário da Justiça do Paraná, Jair Ramos Braga, e o coordenador do Departamento Penitenciário (Depen), Sezinando Paredes.
Os presos informaram que querem melhorias na comida, no serviço de atendimento psicológico e mais tempo para o banho de sol. Alguns detentos solicitam transferência para outras regiões do estado e também para fora do Paraná. Eles ainda pedem que, depois que se entregarem, não haja represália por parte da polícia.
Nesta manhã, diversos presos continuavam em cima da laje da penitenciária e queimavam colchões. Entre parentes de presidiários e representantes da imprensa, cerca de 50 pessoas se concentravam em frente à PCE. A rebelião teria começado na 10.ª galeria, durante a contagem dos presos, e se espalhado pelo presídio. Uma briga entre grupos rivais de detentos pode ter motivado o motim, o que ainda não foi confirmado oficialmente.
Retirada da Polícia Militar
A ação dos presidiários acontece na mesma semana em que, por ordem da Secretaria da Segurança do Paraná (Sesp), foram retirados os 48 policiais militares que faziam a guarda armada do local, em apoio aos agentes. Dezesseis trabalhavam em cada turno do dia. Os PMs atuavam dentro da PCE desde o ano 2001, data da última rebelião que aconteceu no local. Os policiais teriam sido retirados para atender o público externo durante a Operação Verão, quando muitos policiais são deslocados para o litoral. “O secretário da Justiça informou à Secretaria de Segurança que não havia condição de ficar sem a polícia no local, mas não houve resposta da Sesp”, conta Isabel.
O perigo de rebelião já havia sido alertado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, quando soube da saída dos PMs. O presidente do sindicato, Clayton Agostino Auwertzr avisou, em ofício, a OAB. O presidente da OAB-PR, Lucio Glomb, que tomou posse no dia 1.º de janeiro, teria conversado com Cezinando Paredes a respeito da falta de segurança e uma comissão da OAB teria agendado para esta sexta-feira uma visita à PCE.
Isabel Mendes afirmou que os presos foram impedidos de tomar banho de sol e circular após a retirada dos PMs, que teria sido ordenada na segunda-feira e executada na terça-feira. No entanto, ontem os presos voltaram a poder circular, o que teria propiciado a rebelião. Sem os PMs, ficam apenas no máximo 30 agentes penitenciários fazendo a segurança de 1,5 mil presos em 13 galerias que compõem o complexo de 40 mil metros quadrados de área construída. Fonte: Gazeta do Povo
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