Uma das principais organizações humanitárias da França acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de prejudicarem as operações de auxílio no Haiti e de causarem graves atrasos para os médicos que tentam levar ajuda vital às vítimas do terremoto deste mês.
Françoise Saulnier, diretora jurídica dos Médicos Sem Fronteiras, disse que vários dias foram perdidos porque o principal aeroporto de Porto Príncipe, agora sob controle dos EUA, foi bloqueado para o tráfego militar. "Perdemos três dias", afirmou ela à TV Reuters. "E esses três dias criaram um enorme problema de infecções e gangrenas, com amputações que agora são necessárias, enquanto poderíamos realmente ter poupado isso a essa gente."
A entidade, criada em 1971 por um grupo de jornalistas e médicos, entre os quais o atual chanceler francês, Bernard Kouchner, queixou-se de que cinco aeronaves levando 85 toneladas de medicamentos e suprimentos cirúrgicos foram barradas no aeroporto de Porto Príncipe desde domingo (17) à noite.
O secretário francês da Cooperação Internacional, Alain Joyandet, queixou-se no fim de semana às autoridades dos EUA depois que um avião da França com ajuda humanitária foi impedido de pousar na capital haitiana. Mas a presidência francesa minimizou o incidente, dizendo que o governo estava satisfeito com o grau de cooperação com os EUA.
Os EUA levaram ou estão levando cerca de 12 mil soldados ao Haiti por causa do terremoto do dia 12, que matou até 200 mil pessoas e deixou cerca de 3 milhões de feridos e desabrigados.
Saulnier declarou que a situação dos cirurgiões que atuam no Haiti está extremamente difícil, e que as equipes de auxílio foram obrigadas a comprar equipamentos improvisados nos mercados locais para serrar ossos. "Está simplesmente apocalíptico no momento, com pessoas em péssima situação e uma condição em deterioração", disse ela, acreditando que houve uma "verdadeira má gestão de questões vitais".
"Você tem os primeiros três dias para tentar tirar as pessoas dos [escombros de] edifícios, outros três para lhes dar atenção médica e cirúrgica, e então todo o resto, emergências, comida, abrigo, água --tudo vem depois disso", afirmou.
"E, agora, tudo foi misturado e a atenção urgente e vital ao povo foi adiada [por causa da] logística militar, que é útil, mas não no terceiro dia, não no quarto dia, mas talvez no oitavo dia. Esta logística militar realmente congestionou o aeroporto e levou a esta má gestão." Fonte: Reuters, reportagem de Morade Azzouz
Françoise Saulnier, diretora jurídica dos Médicos Sem Fronteiras, disse que vários dias foram perdidos porque o principal aeroporto de Porto Príncipe, agora sob controle dos EUA, foi bloqueado para o tráfego militar. "Perdemos três dias", afirmou ela à TV Reuters. "E esses três dias criaram um enorme problema de infecções e gangrenas, com amputações que agora são necessárias, enquanto poderíamos realmente ter poupado isso a essa gente."
A entidade, criada em 1971 por um grupo de jornalistas e médicos, entre os quais o atual chanceler francês, Bernard Kouchner, queixou-se de que cinco aeronaves levando 85 toneladas de medicamentos e suprimentos cirúrgicos foram barradas no aeroporto de Porto Príncipe desde domingo (17) à noite.
O secretário francês da Cooperação Internacional, Alain Joyandet, queixou-se no fim de semana às autoridades dos EUA depois que um avião da França com ajuda humanitária foi impedido de pousar na capital haitiana. Mas a presidência francesa minimizou o incidente, dizendo que o governo estava satisfeito com o grau de cooperação com os EUA.
Os EUA levaram ou estão levando cerca de 12 mil soldados ao Haiti por causa do terremoto do dia 12, que matou até 200 mil pessoas e deixou cerca de 3 milhões de feridos e desabrigados.
Saulnier declarou que a situação dos cirurgiões que atuam no Haiti está extremamente difícil, e que as equipes de auxílio foram obrigadas a comprar equipamentos improvisados nos mercados locais para serrar ossos. "Está simplesmente apocalíptico no momento, com pessoas em péssima situação e uma condição em deterioração", disse ela, acreditando que houve uma "verdadeira má gestão de questões vitais".
"Você tem os primeiros três dias para tentar tirar as pessoas dos [escombros de] edifícios, outros três para lhes dar atenção médica e cirúrgica, e então todo o resto, emergências, comida, abrigo, água --tudo vem depois disso", afirmou.
"E, agora, tudo foi misturado e a atenção urgente e vital ao povo foi adiada [por causa da] logística militar, que é útil, mas não no terceiro dia, não no quarto dia, mas talvez no oitavo dia. Esta logística militar realmente congestionou o aeroporto e levou a esta má gestão." Fonte: Reuters, reportagem de Morade Azzouz
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