"Estou pressionado pelo calendario da FPF, mas não o suficente pra fazer besteira", destaca o prefeito sobre as exigências para o Willie Davids Maringá - Foto: Jônatas Lucizano
Licitação do transporte coletivo começa a sair do papel neste ano, diz Silvio Barros
Em entrevista ao Jornal de Maringá, o prefeito Silvio Barros (PP) comentou sobre trânsito, meio ambiente e investimentos para 2010
Maringá inicia o ano de 2010 em meio a muitas obras. Mas com o desenvolvimento também surgem certos problemas comuns dos grandes centros, como é a questão do transporte coletivo. Em entrevista concedida ao Jornal de Maringá, o prefeito Silvio Barros (PP), comentou sobre algumas questões polêmicas e desafios para o segundo ano de sua nova gestão.
Jornal de Maringá: Maringá está passando por uma série de mudanças no trânsito, como é o caso do Sistema Binário. Outro projeto previsto, mas que não é muito comentado, é a transposição da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Essa obra vai ocorrer?
Silvio Barros: Eu estou aguardando uma posição do conselho da universidade. Acredito que não há uma resistência por parte da UEM porque o projeto foi feito a “quatro mãos”, com equipes da prefeitura e do campus. O projeto chegou a um grau de sofisticação porque eles exigiram isso. Agora, nós só precisamos da autorização do conselho para começar a trabalhar na liberação dos recursos.
JM: O Contorno Norte é considerada uma obra estratégica, pois desafogará o tráfego da região central de Maringá. Existe a possibilidade de o projeto sofrer alterações?
Silvio Barros: Estamos negociando com o governo federal um novo convênio para complementar o projeto. Nossa ideia é duplicar todos os viadutos e as pistas.
JM: Existem reclamações com relação ao transporte coletivo. O que a prefeitura planeja realizar para esse setor?
Silvio Barros: Não teremos sucesso na mobilidade urbana se não houver um processo de valorização do transporte coletivo, que passa pela instalação das canaletas exclusivas, ou seja, sistemas viários dedicados ao transporte coletivo. Esse processo começa ainda esse ano. Nós temos uma decisão tomada com a comunidade para a implantação disso na Avenida Brasil, inclusive a obra já foi aprovada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), mas estamos fazendo alguns ajustes, pois está ficando claro que essa rede exclusiva precisa ser ampliada.
JM: Existe a possibilidade de terminar o monopólio do transporte público?
Silvio Barros: Talvez exista um equívoco nessa questão do monopólio e que precisa ser esclarecido. Nos não teremos duas empresas operando a mesma linha. Nós temos que estabelecer um sistema de divisão da cidade em lotes, se isso for economicamente interessante para o usuário. Esses lotes são geograficamente distribuídos, ou seja, se tivermos três empresas operando elas não estarão necessariamente concorrendo uma com a outra porque cada uma vai atender a um pedaço da cidade, que é como funciona em qualquer lugar do mundo. Ainda que nós tivermos a divisão, quem de nós poderá garantir que uma mesma empresa não ganhe dois ou três lotes? É importante a população perceber que nós estamos trabalhando e vamos fazer a melhor equação para um transporte de qualidade e tarifa baixa.
JM: O que precisa ser feito para definir esses lotes?
Silvio Barros: Nós estamos desenvolvendo a contratação de um estudo de modelagem que será feito esse ano. Esse trabalho vai analisar toda a demanda do transporte coletivo, as perspectivas do novo sistema e aí poderemos definir se vamos ter um, dois ou três lotes na licitação.
JM: Maringá é destaque por ser uma cidade verde, no entanto, o Parque do Ingá está fechado há quase um ano e outros locais recebem reclamações de abandono. O que está sendo feito pela administração municipal?
Silvio Barros: Nós estamos em obras no Parque do Ingá e no dia 18 de fevereiro vamos convidar a imprensa para conhecer o projeto para o local. Essa demora em reabrir o parque não é uma opção da prefeitura. Primeiro, tivemos um período que o local foi fechado pela saúde. Depois, nós tivemos uma discussão interna sobre o sistema de drenagem do parque e propomos uma mudança no projeto. Então tivemos que aguardar a análise da Caixa Econômica Federal que só nos deu autorização para o novo projeto na semana passada.
JM: Quando o Parque deve ser reaberto?
Silvio Barros: Nós estamos trabalhando com as perspectiva de abri-lo em junho para que nas férias de julho as crianças já possam usufruir. Nós estamos propondo que o Parque do Ingá seja totalmente interativo e não só contemplativo como estava até antes do seu fechamento. As pessoas iam lá só para olhar, não tinha nada pra fazer. Isto será uma experiência, que se funcionar pretendemos expandi-la para outras unidades, como o Alfredo Nyffeler e o Parque das Grevíleas, que são áreas onde a população já tem o hábito de frequentar. Nós poderemos criar atividades de interatividade pra aumentar essa frequência.
JM: Já com relação ao lixo, porque o município não fez um contrato definitivo com a nova empresa responsável pelos resíduos sólidos?
Silvio Barros: Por uma razão muito simples. O contrato que fizemos agora tem o objetivo de cumprir uma exigência de uma decisão judicial da qual eu discordo integralmente. É uma solução temporária para uma sentença que está totalmente incorreta do ponto de vista técnico e ambiental. Mas como respondo a uma queixa crime por descumprimento dessa sentença eu resolvi cumprir. Mas para o resto da vida? Definitivamente não. Fiz um contrato que me dá o tempo necessário para fazer infinitamente melhor do que a Justiça está exigindo. Nós podemos construir uma solução tecnologicamente adequada e ambientalmente correta, que vai nos permitir uma geração de energia limpa para empresas de base tecnológica de Maringá e resolver uma série de problemas que o aterro não resolve.
JM: Mas porque você não concorda com a decisão?
Silvio Barros: A decisão diz que nos temos que licenciar uma área para um novo aterro sanitário. Além disso, ela aponta que está totalmente proibida a utilização da área que temos lá para qualquer atividade, inclusive para a separação do lixo reciclável. Hoje em dia, aterro sanitário para cidades que produzem o que nós produzimos de lixo é matéria vencida, coisa do passado. É criar um passivo ambiental para gerações futuras. Como essa sentença se refere a uma realidade do ano 2000 e não de 2009, existe uma discrepância que a Justiça não quer aceitar. A realidade de 2000 era uma, tanto no que diz respeito ao aterro quanto nas tecnologias de solução. O problema é que a Justiça simplesmente fechou os olhos para isso. Ela desconsidera que houve uma mudança substancial e que temos tecnologia para não precisar enterrar nada de lixo. Eu sou engenheiro sanitarista eu não posso desconsiderar.
JM: Maringá tem uma das maiores praças esportivas do Estado, mas que foi vetada para jogos pela Federação Paranaense de Futebol (FPF). A prefeitura fará algo pelo Willie Davids?
Silvio Barros: Maringá é uma cidade que tem boas condições e estrutura para hospedar uma seleção para a copa de 2014 e nós já criamos um comitê que está trabalhando para isso. A Fifa tem um caderno de exigências que a nossa estrutura pública precisa ter para entrarmos na disputa, entre elas estão mudanças no Willie Davids. A FPF está fazendo exigências q não são exatamente as mesmas da Fifa, mas se atendermos a Fifa, automaticamente atenderemos a FPF.
JM: Quanto precisaria ser investido para adequar o Willie Davids?
Silvio Barros: Para atendermos as exigências da Fifa, o investimento é perto dos R$ 2 milhões. Já para atender a FPF o custo é bem menor, mas se fosse atender eu teria que depois desmanchar a obra e depois "jogar fora". Isso é uma decisão que o gestor público precisa tomar. Não sei se quero gastar dinheiro agora para atender a federação e depois quebrar tudo e fazer novamente, ou então se partimos com um projeto definitivo que resolva as exigências da FPF e o caderno de encargos da Fifa de uma vez. Só que para fazer isso eu não consigo fazer na velocidade que a FPF está pedindo pra sediar jogos agora. Estou pressionando pelo calendário da FPF mas não o suficiente pra fazer besteira. É uma questão de aplicação de recurso público da maneira correta.
JM: Maringá foi um dos poucos municípios do Paraná que aumentou as exportações no ano passado. A que se deve esse resultado?
Silvio Barros: Eu diria que grande parte dessa situação se deve a decisão estratégica tomada pelo Codem (Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá)para transformar Maringá num polo aeroviário. O crédito não é da prefeitura, é da sociedade maringaense que não deixou fechar o porto seco e que nos orientou para o processo de internacionalização do aeroporto, no qual o investimento para operação foi integralmente feito pelo setor privado. O investimento público que nós estamos fazendo é a construção do pátio para estacionamento das aeronaves. Agora o crédito por essa posição é do empresariado maringaense e é importante que isso fique claro.
JM: O senhor acredita que é preciso ocorrer uma integração maior entre os municípios da Região Metropolitana de Maringá (RMM)?
Silvio Barros: Eu não tenho nenhuma dúvida que é preciso uma integração maior. Ela se torna cada vez mais necessária em diversos setores, como transporte, saúde e planejamento urbano. Um exemplo é a área do saneamento. Está ficando evidente que daqui uns vinte anos, a captação de água para Maringá não poderá ser feita pelo Pirapó, que não vai dar mais conta de atender nossa demanda. É possível que nossa próxima opção seja o Ivaí. Faz sentindo nós trazermos água do rio Ivaí pra Maringá e Sarandi continuar tirando água de poço? Não tem lógica. Por que vamos resolver nosso problema fazendo de conta que os outros não têm problema nenhum? Quanto mais cedo discutirmos isso melhor para todo mundo. A RMM está legalmente constituída, mas não operacionalmente. Nós temos o secretário de coordenação da região, mas o governo não deu estrutura para ele trabalhar. Então temos que forçar uma situação e estabelecer essa região de uma maneira mais clara e objetiva.
JM: Qual a sua avaliação sobre 2009?
Silvio Barros: Faço uma avaliação muito boa porque esperávamos um ano com muitas dificuldades. Apesar da queda de recursos federais e estaduais tivemos um compensação com recursos da municipalidade que nos ajudou na arrecadação e a fechar o ano no azul, coisa que pouquíssimos municípios conseguiram fazer.
JM: Qual a perspectiva para 2010?
Silvio Barros: O ano de 2010 sinaliza de maneira positiva. Temos muitas expectativas e a maior delas é a eleição. Hoje está claro para a população maringaense o quão importante é a representação parlamentar. Nós não fomos o município que mais recebeu verba federal de graça. O ano de 2010 pode ser um ano em que podemos fortalecer essa representatividade em todos os aspectos. Temos candidatos viáveis ao Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa. Se optarmos corretamente poderemos estar associados e coligados com quem vai governar o Paraná e o Brasil. Fonte: Jornal de Maringá/Gazeta do Povo
Licitação do transporte coletivo começa a sair do papel neste ano, diz Silvio Barros
Em entrevista ao Jornal de Maringá, o prefeito Silvio Barros (PP) comentou sobre trânsito, meio ambiente e investimentos para 2010
Maringá inicia o ano de 2010 em meio a muitas obras. Mas com o desenvolvimento também surgem certos problemas comuns dos grandes centros, como é a questão do transporte coletivo. Em entrevista concedida ao Jornal de Maringá, o prefeito Silvio Barros (PP), comentou sobre algumas questões polêmicas e desafios para o segundo ano de sua nova gestão.
Jornal de Maringá: Maringá está passando por uma série de mudanças no trânsito, como é o caso do Sistema Binário. Outro projeto previsto, mas que não é muito comentado, é a transposição da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Essa obra vai ocorrer?
Silvio Barros: Eu estou aguardando uma posição do conselho da universidade. Acredito que não há uma resistência por parte da UEM porque o projeto foi feito a “quatro mãos”, com equipes da prefeitura e do campus. O projeto chegou a um grau de sofisticação porque eles exigiram isso. Agora, nós só precisamos da autorização do conselho para começar a trabalhar na liberação dos recursos.
JM: O Contorno Norte é considerada uma obra estratégica, pois desafogará o tráfego da região central de Maringá. Existe a possibilidade de o projeto sofrer alterações?
Silvio Barros: Estamos negociando com o governo federal um novo convênio para complementar o projeto. Nossa ideia é duplicar todos os viadutos e as pistas.
JM: Existem reclamações com relação ao transporte coletivo. O que a prefeitura planeja realizar para esse setor?
Silvio Barros: Não teremos sucesso na mobilidade urbana se não houver um processo de valorização do transporte coletivo, que passa pela instalação das canaletas exclusivas, ou seja, sistemas viários dedicados ao transporte coletivo. Esse processo começa ainda esse ano. Nós temos uma decisão tomada com a comunidade para a implantação disso na Avenida Brasil, inclusive a obra já foi aprovada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), mas estamos fazendo alguns ajustes, pois está ficando claro que essa rede exclusiva precisa ser ampliada.
JM: Existe a possibilidade de terminar o monopólio do transporte público?
Silvio Barros: Talvez exista um equívoco nessa questão do monopólio e que precisa ser esclarecido. Nos não teremos duas empresas operando a mesma linha. Nós temos que estabelecer um sistema de divisão da cidade em lotes, se isso for economicamente interessante para o usuário. Esses lotes são geograficamente distribuídos, ou seja, se tivermos três empresas operando elas não estarão necessariamente concorrendo uma com a outra porque cada uma vai atender a um pedaço da cidade, que é como funciona em qualquer lugar do mundo. Ainda que nós tivermos a divisão, quem de nós poderá garantir que uma mesma empresa não ganhe dois ou três lotes? É importante a população perceber que nós estamos trabalhando e vamos fazer a melhor equação para um transporte de qualidade e tarifa baixa.
JM: O que precisa ser feito para definir esses lotes?
Silvio Barros: Nós estamos desenvolvendo a contratação de um estudo de modelagem que será feito esse ano. Esse trabalho vai analisar toda a demanda do transporte coletivo, as perspectivas do novo sistema e aí poderemos definir se vamos ter um, dois ou três lotes na licitação.
JM: Maringá é destaque por ser uma cidade verde, no entanto, o Parque do Ingá está fechado há quase um ano e outros locais recebem reclamações de abandono. O que está sendo feito pela administração municipal?
Silvio Barros: Nós estamos em obras no Parque do Ingá e no dia 18 de fevereiro vamos convidar a imprensa para conhecer o projeto para o local. Essa demora em reabrir o parque não é uma opção da prefeitura. Primeiro, tivemos um período que o local foi fechado pela saúde. Depois, nós tivemos uma discussão interna sobre o sistema de drenagem do parque e propomos uma mudança no projeto. Então tivemos que aguardar a análise da Caixa Econômica Federal que só nos deu autorização para o novo projeto na semana passada.
JM: Quando o Parque deve ser reaberto?
Silvio Barros: Nós estamos trabalhando com as perspectiva de abri-lo em junho para que nas férias de julho as crianças já possam usufruir. Nós estamos propondo que o Parque do Ingá seja totalmente interativo e não só contemplativo como estava até antes do seu fechamento. As pessoas iam lá só para olhar, não tinha nada pra fazer. Isto será uma experiência, que se funcionar pretendemos expandi-la para outras unidades, como o Alfredo Nyffeler e o Parque das Grevíleas, que são áreas onde a população já tem o hábito de frequentar. Nós poderemos criar atividades de interatividade pra aumentar essa frequência.
JM: Já com relação ao lixo, porque o município não fez um contrato definitivo com a nova empresa responsável pelos resíduos sólidos?
Silvio Barros: Por uma razão muito simples. O contrato que fizemos agora tem o objetivo de cumprir uma exigência de uma decisão judicial da qual eu discordo integralmente. É uma solução temporária para uma sentença que está totalmente incorreta do ponto de vista técnico e ambiental. Mas como respondo a uma queixa crime por descumprimento dessa sentença eu resolvi cumprir. Mas para o resto da vida? Definitivamente não. Fiz um contrato que me dá o tempo necessário para fazer infinitamente melhor do que a Justiça está exigindo. Nós podemos construir uma solução tecnologicamente adequada e ambientalmente correta, que vai nos permitir uma geração de energia limpa para empresas de base tecnológica de Maringá e resolver uma série de problemas que o aterro não resolve.
JM: Mas porque você não concorda com a decisão?
Silvio Barros: A decisão diz que nos temos que licenciar uma área para um novo aterro sanitário. Além disso, ela aponta que está totalmente proibida a utilização da área que temos lá para qualquer atividade, inclusive para a separação do lixo reciclável. Hoje em dia, aterro sanitário para cidades que produzem o que nós produzimos de lixo é matéria vencida, coisa do passado. É criar um passivo ambiental para gerações futuras. Como essa sentença se refere a uma realidade do ano 2000 e não de 2009, existe uma discrepância que a Justiça não quer aceitar. A realidade de 2000 era uma, tanto no que diz respeito ao aterro quanto nas tecnologias de solução. O problema é que a Justiça simplesmente fechou os olhos para isso. Ela desconsidera que houve uma mudança substancial e que temos tecnologia para não precisar enterrar nada de lixo. Eu sou engenheiro sanitarista eu não posso desconsiderar.
JM: Maringá tem uma das maiores praças esportivas do Estado, mas que foi vetada para jogos pela Federação Paranaense de Futebol (FPF). A prefeitura fará algo pelo Willie Davids?
Silvio Barros: Maringá é uma cidade que tem boas condições e estrutura para hospedar uma seleção para a copa de 2014 e nós já criamos um comitê que está trabalhando para isso. A Fifa tem um caderno de exigências que a nossa estrutura pública precisa ter para entrarmos na disputa, entre elas estão mudanças no Willie Davids. A FPF está fazendo exigências q não são exatamente as mesmas da Fifa, mas se atendermos a Fifa, automaticamente atenderemos a FPF.
JM: Quanto precisaria ser investido para adequar o Willie Davids?
Silvio Barros: Para atendermos as exigências da Fifa, o investimento é perto dos R$ 2 milhões. Já para atender a FPF o custo é bem menor, mas se fosse atender eu teria que depois desmanchar a obra e depois "jogar fora". Isso é uma decisão que o gestor público precisa tomar. Não sei se quero gastar dinheiro agora para atender a federação e depois quebrar tudo e fazer novamente, ou então se partimos com um projeto definitivo que resolva as exigências da FPF e o caderno de encargos da Fifa de uma vez. Só que para fazer isso eu não consigo fazer na velocidade que a FPF está pedindo pra sediar jogos agora. Estou pressionando pelo calendário da FPF mas não o suficiente pra fazer besteira. É uma questão de aplicação de recurso público da maneira correta.
JM: Maringá foi um dos poucos municípios do Paraná que aumentou as exportações no ano passado. A que se deve esse resultado?
Silvio Barros: Eu diria que grande parte dessa situação se deve a decisão estratégica tomada pelo Codem (Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá)para transformar Maringá num polo aeroviário. O crédito não é da prefeitura, é da sociedade maringaense que não deixou fechar o porto seco e que nos orientou para o processo de internacionalização do aeroporto, no qual o investimento para operação foi integralmente feito pelo setor privado. O investimento público que nós estamos fazendo é a construção do pátio para estacionamento das aeronaves. Agora o crédito por essa posição é do empresariado maringaense e é importante que isso fique claro.
JM: O senhor acredita que é preciso ocorrer uma integração maior entre os municípios da Região Metropolitana de Maringá (RMM)?
Silvio Barros: Eu não tenho nenhuma dúvida que é preciso uma integração maior. Ela se torna cada vez mais necessária em diversos setores, como transporte, saúde e planejamento urbano. Um exemplo é a área do saneamento. Está ficando evidente que daqui uns vinte anos, a captação de água para Maringá não poderá ser feita pelo Pirapó, que não vai dar mais conta de atender nossa demanda. É possível que nossa próxima opção seja o Ivaí. Faz sentindo nós trazermos água do rio Ivaí pra Maringá e Sarandi continuar tirando água de poço? Não tem lógica. Por que vamos resolver nosso problema fazendo de conta que os outros não têm problema nenhum? Quanto mais cedo discutirmos isso melhor para todo mundo. A RMM está legalmente constituída, mas não operacionalmente. Nós temos o secretário de coordenação da região, mas o governo não deu estrutura para ele trabalhar. Então temos que forçar uma situação e estabelecer essa região de uma maneira mais clara e objetiva.
JM: Qual a sua avaliação sobre 2009?
Silvio Barros: Faço uma avaliação muito boa porque esperávamos um ano com muitas dificuldades. Apesar da queda de recursos federais e estaduais tivemos um compensação com recursos da municipalidade que nos ajudou na arrecadação e a fechar o ano no azul, coisa que pouquíssimos municípios conseguiram fazer.
JM: Qual a perspectiva para 2010?
Silvio Barros: O ano de 2010 sinaliza de maneira positiva. Temos muitas expectativas e a maior delas é a eleição. Hoje está claro para a população maringaense o quão importante é a representação parlamentar. Nós não fomos o município que mais recebeu verba federal de graça. O ano de 2010 pode ser um ano em que podemos fortalecer essa representatividade em todos os aspectos. Temos candidatos viáveis ao Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa. Se optarmos corretamente poderemos estar associados e coligados com quem vai governar o Paraná e o Brasil. Fonte: Jornal de Maringá/Gazeta do Povo
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