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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Requião é recebido com protestos durante assinatura de contratos com a Sanepar

Moradores aproveitaram a presença do governador em Londrina para protestar contra a instalação da Estação de Tratamento Esperança

Moradores do loteamento Chácara São Miguel, um conjunto de chácaras na zona sul de Londrina, voltaram a protestar na manhã desta quinta-feira (21) contra a construção da Estação de Tratamento Esperança (ETE) no local. Eles aproveitaram a presença do governador Roberto Requião (PMDB), que veio assinar contratos de financiamento para obras na rede de água e esgoto da Sanepar em Londrina, para reivindicar que a estação não seja construída na região. Mesmo com a manifestação, o governador diz que manterá o calendário das obras. Houve bate-boca entre moradores e o governador.

O local foi escolhido pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) para a construção da ETE, mas os moradores protestam. No ano passado, a Câmara de Vereadores rejeitou a região para a construção. Um decreto estadual, porém, tornou a área de utilidade pública, e pelo menos parte de duas propriedades foi desapropriada pela Sanepar. Vencida a licitação, a empresa responsável pelas obras foi até o local na quarta-feira (20), quando foi impedida pelos moradores, que bloquearam a entrada de máquinas.

Desta vez, os moradores da região bateram boca com o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, durante a manhã, enquanto aguardavam a chegada do governador Roberto Requião. Quando o governador chegou, foi questionado pela imprensa sobre a escolha da região como sede de uma estação de tratamento e sobre a manifestação dos moradores. “A saúde de Londrina é mais importante que um protesto. Eu respeito o protesto, mas a saúde é mais importante”, disse.

Os moradores reclamam da possibilidade de que a estação provoque mau cheiro e prejudique ainda a produção de alguns agricultores. “A estação será lá e não vai ter cheiro”, declarou Requião, dizendo que a construção da ETE será moderna. Os moradores, com faixas e cartazes, fizeram bastante barulho e chamaram a atenção dos que estavam no saguão da prefeitura.

Bate-boca

Ao final da assinatura dos contratos, os moradores questionaram a escolha do terreno na Chácara São Miguel. “Ali tem gente que vive de horta. Governador, o senhor é excelência e vai morrer um dia como nós”, disse uma moradora, dirigindo-se a Requião. O governador respondeu. “Eu não vou morrer de insalubridade numa cidade. [A Chácara São Miguel] é o lugar tecnicamente escolhido pela Sanepar. A estação está decidida e vai ser lá”, reafirmou.

Em entrevista ao JL na quarta-feira, o gerente regional da Sanepar, Sérgio Bahls, negou que poderá haver poluição com a construção da ETE. “O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) autorizou a obra, porque achou a área adequada. Não haverá impacto de vizinhança”, disse. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Fábio Luporini

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