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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Conselho de Segurança da ONU condena teste nuclear norte-coreano

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou o novo teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, nesta segunda-feira. Por meio de um comunicado, os membros informaram terem considerado o teste uma "clara violação" da 1.718, aprovada em 2006, que proibia aquele país de "conduzir novo teste nuclear".


Pesquisadora usa detector de radiação em Gangneung, cerca de 240 km de Seul
"Os membros do Conselho de Segurança decidiram começar a trabalhar imediatamente em uma resolução sobre o assunto", afirmou o comunicado divulgado à mídia após uma reunião de emergência realizada a portas fechadas, em Nova York.

Segundo a resolução de 2006, a Coreia do Norte estava proibida de "conduzir qualquer novo teste nuclear ou lançamento de míssil balístico" e deveria suspender "atividades relacionadas ao seu programa de mísseis", além de respeitar a AIEA (a agência atômica da ONU) --cujos técnicos o governo do ditador Kim Jong-il expulsou do país no mês passado.

Os termos da resolução de 2006 nunca foram totalmente aplicados pelos Estados-membros e, por isso, ela não conseguiu frear o programa nuclear norte-coreano. O teste feito nesta segunda-feira foi, inclusive, classificado por Japão e Rússia como de potência superior ao de 2006. Um comunicado do próprio governo da Coreia do Norte afirma que a nova bomba é mais potente que a utilizada no teste anterior.

O regime comunista descreveu o novo teste com um esforço para ampliar "a capacidade nuclear para defesa".

Coincidindo com as informações sobre o teste, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que detectou um sismo de 4,7 graus na escala Richter no país. A estação sismológica russa de Yuzhno-Sajalinsk também confirmou que um tremor de 4,7 graus de magnitude no território norte-coreano às 9h54 da segunda-feira pelo horário de Pyongyang (21h54 de domingo pelo horário de Brasília).

Segundo o instituto russo, o tremor foi "aparentemente" provocado por uma explosão, pois o epicentro foi identificado de maneira muito clara, o que não ocorre em sismos naturais. O sismo de 2006 foi de 3,58 na escala Richter.

Reação

Depois do teste, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que as ações de Pyongyang foram um desafio irresponsável à ação da comunidade internacional, que precisa agir. Rússia, França e Reino Unido --membros permanentes do Conselho ao lado dos EUA-- também expressaram preocupação com o teste.

Pablo Martinez Monsivais/AP

Presidente Barack Obama faz discurso no Memorial Day e pede ação contra Pyongyang
"Agindo de uma forma que desafia o Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte desafia diretamente e de maneira irresponsável a comunidade internacional", disse Obama.

Horas depois do teste, até a China, aliada da Coreia do Norte, disse se opor "resolutamente" ao teste e pediu que Pyongyang interrompa qualquer ação que possa agravar a sua situação.

Outra aliada que se falou publicamente contra o episódio foi a Rússia, para quem o teste elevou a "tensão no Nordeste da Ásia e colocou em risco a segurança e a estabilidade da região", disse o Ministério de Relações Exteriores da Rússia, em comunicado.

Tensão nuclear

Em um regime comunista empobrecido desde a queda da União Soviética, a Coreia do Norte testou sua primeira bomba nuclear em outubro de 2006, o que lhe rendeu sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU.

Em 5 de abril passado, o governo norte-coreano lançou um foguete de longo alcance, e foi repreendido pelo Conselho de Segurança. Em protesto, ainda em 29 de abril, advertiu que realizaria um novo teste nuclear e informou que havia reiniciado seu processo para extrair plutônio em Yongbyon, sua principal usina nuclear.

No mês passado, a Coreia do Norte expulsou técnicos da AIEA (agência atômica da ONU) e abandonou o Grupo dos Seis (EUA, Rússia, Japão, China e as Coreias), fórum dos diálogos que culminaram no desligamento do reator nuclear de Yongbyon, em 2007.
Fonte: Folha Online

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