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domingo, 24 de maio de 2009

O Livre Arbítrio - Por Luciano Brito

Em sintonia com a narrativa do texto de Gênesis 3 o livre arbítrio é a capacidade que o ser humano tem de realizar a reflexão e julgamento.

A doutrina do livre arbítrio não põe em cheque a soberania de Deus. Para os seus defensores Deus escolheu no ato da criação dotar o ser humano desta qualidade de fazer suas escolhas moralmente, ao fazê-las ele estará usando a liberdade de fazer o que Deus quer e o que Deus não quer, ou seja, pecar ou não pecar esta em si a capacidade de fazê-lo.

Deus esta no controle de tudo e deseja ter um relacionamento com o ser humano, Ele não deixa de ser o Deus Todo Poderoso se cremos nEle ou não, se aceitamos ou não a Sua vontade para as nossas vidas. Ele não programou o ser humano obrigando-o a servi-Lo Ele criou o ser humano com a necessidade de se relacionar com o Seu criador, mas o ser humano optou por pecar e Deus ainda permite que façamos esta escolha ainda que não seja a Sua vontade.

Deus sabe que é possível optarmos por Ele e o Espírito Santo nos ajuda nesta escolha.

A teologia apresenta três dimensões para o livre arbítrio ou três classificações para o livre o arbítrio no ser humano, a saber: livre arbítrio da vontade, livre arbítrio do conhecimento, e livre arbítrio da decisão.

Estas três classificações ou dimensões teológicas referentes ao livre arbítrio, são dimensões ou classificações que não ocorrem de forma hierarquizadas, mas se apresentam relacionadas e dinâmicas.

O livre arbítrio da vontade – dimensão que aponta para a capacidade interna do ser humano desejar os aspectos livres e condicionados das situações existenciais. Estaríamos condicionados a ter vontade, por exemplo, de vivermos e termos comunhão com Deus ou livres desta ou de outras alternativas existenciais?

O livre arbítrio do conhecimento – dimensão relacionada ao intelecto e na capacidade de refletir do ser humano denotando que o ser humano foi criado para desejar o conhecimento, para mim esta relacionado ao ser capaz – capaz de aprender envolve o querer.

O livre arbítrio da decisão – dimensão do ato concreto e se revela na prática do livre arbítrio, agindo ou deixando de agir. É aqui onde se opera de fato o pecado?

Já para Agostinho o querer a vontade precede o intelecto, isto implica que apreender Deus o fim das criaturas é um ato provido de inteligência, e diferente do pensamento Aristotélico que considera a virtude como uma ordem da razão para ele a virtude é uma ordem do amor.

No pensamento Agostiniano a vontade do ser humano é livre podendo querer o bem o mal e sua inclinação para fora da vontade de Deus decorre de sua limitação oriunda da sua concepção e da queda.

Interessante que Agostinho não considera esta vontade livre para pecar como uma “causa eficiente”, mas como “deficiente da sua ação viciosa” falando ainda sobre isto Agostinho analisa a liberdade em Adão a partir de uma fórmula:

“antes do pecado original - é: poder não pecar; depois do pecado original é: não poder não pecar; nos bem-aventurados será: não poder pecar.”

Portanto, fica claro que Agostinho é contra o ensino de Pelágio que despreza o poder da graça e soberania de Deus, a vontade humana para Agostinho sem a graça é impotente.

"...no essencial a unidade; no supérfluo a liberdade; em tudo a caridade" Agostinho






Leia abaixo o texto de Gênesis capítulo 3 – Versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel
1
Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?
2
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
3
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
4
Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
5
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
6
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
7
Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
8
E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.
9
E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
10
E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11
E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12
Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13
E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
14
Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
15
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
16
E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
17
E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
18
Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.
19
No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
20
E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.
21
E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.
22
Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,
23
O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.
24 E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida

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