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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ministério Público quer reverter decisão de não prender quadrilha que rouba caminhões

O Ministério Público do Rio Grande do Sul quer que o Tribunal de Justiça do Estado reverta à decisão de não prender uma quadrilha de ladrões de caminhão.

O juiz que manteve os bandidos em liberdade alegou superlotação do sistema carcerário.

Em apenas cinco minutos, os bandidos tiraram a única fonte de renda do Sr. José Amaro de Oliveira. "Só tinha este caminhão para levar o pão de cada dia para minha família", afirma.

O caminhoneiro é uma das vítimas da quadrilha que furtou 98 caminhões em seis meses na grande Porto Alegre. Nessas imagens, a quadrilha leva em minutos um caminhão deixado como isca.

Na segunda-feira (25), a polícia gaúcha encontrou partes de veículos desmanchados, ferramentas e armas nos esconderijos do grupo, mas a Justiça não permitiu a prisão preventiva de 15 suspeitos.

O Juiz Paulo Oliveira Irion alegou que os crimes foram cometidos sem violência ou ameaça e que os presídios gaúchos estão superlotados e em condições precárias. "Se assim for o entendimento, coitada da sociedade gaúcha. Nós ficaremos reféns, é o passaporte para o crime," acredita o delegado Ranolfo Vieira Jr.

Para tentar impedir que a quadrilha continue a agir livremente, o Ministério Público recorreu, nesta terça-feira, ao Tribunal de Justiça do Estado. A promotoria pediu que os desembargadores revertam à decisão do juiz e mandem prender os suspeitos.

De acordo com a Promotoria, mesmo sem agressão, não há dúvidas: um furto é uma forma de violência. "Na média que eu tiro do cidadão a forma dele se auto sustentar, ele vai ter que viver de caridade ou viver sem dignidade", explica o promotor, Amilcar Macedo.

A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul apóia a decisão de não prender os suspeitos, diz que a culpa está na demora do Estado em construir novos presídios e alerta que outros juízes podem tomar decisões semelhantes. "Infelizmente nós não temos obtido respostas com a celeridade que a sociedade precisa. Essas decisões podem acontecer", afirma o vice-presidente da Associação de Juízes, Marco Aurélio Xavier.

Uma preocupação a mais para quem já foi vítima dos bandidos. "Com 64 anos, sem poder arrumar nenhum emprego mais, os meus filhos precisando estudar. Me sinto impotente, abandonado pela Justiça", completa o Sr. José.

Fonte: Portal G1

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