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domingo, 24 de maio de 2009

São Paulo quer pôr câmeras em todas as escolas

Por Fábio Takahashi

O governo de SP prepara plano antiviolência para as escolas da rede, que prevê instalação de câmeras em todas unidades do Estado e canal on-line de denúncias. O programa será lançado após dois casos de revolta de alunos em colégios da capital no período de seis meses.

A Secretaria da Educação do governo Serra (PSDB) afirmou ontem que as ações serão divulgadas oficialmente neste mês.

A pasta promete um plano desde dezembro, logo após o primeiro caso de violência --30 estudantes se revoltaram e destruíram parte da escola Amadeu Amaral (zona leste).

De acordo com a secretaria, alguns pontos já vêm sendo implementados, como o processo de compra das câmeras.

Anteontem, alunos da escola Professor Antônio Firmino de Proença, na Mooca (zona leste), quebraram vidraças, cadeiras e mesas, após a polícia entrar na unidade para retirar dois estudantes, acusados pela direção do colégio de terem envolvimento com o tráfico. Essa é uma das unidades da rede que já conta com câmeras.

Segundo o plano a ser lançado até o final deste mês, haverá instalação de câmeras primeiramente em 2.200 escolas da Grande SP. Serão compradas cerca de 11 mil câmeras, a serem operadas por centrais. A intenção é que, depois, todas as cerca de 5.300 unidades do Estado tenham os equipamentos.

A implementação de câmeras em colégios da Grande São Paulo já havia sido anunciada, no ano passado, pela então secretária da Educação Maria Helena Guimarães de Castro.

A própria Antônio Firmino de Proença possui um sistema de vigilância por câmeras (algumas unidades da rede já possuem os aparelhos).

'Criamos o plano porque a comunidade escolar precisa ter tranquilidade para trabalhar', afirmou o secretário-adjunto da Educação, Guilherme Bueno de Camargo.

Uma empresa será contratada para operar as câmeras. Segundo Camargo, a implementação dos equipamentos não entrou totalmente em prática 'por ser muito complexa e envolver muitos recursos'.

Manual de instruções

Além das câmeras, será criado também um sistema via internet para que diretores e membros da comunidade escolar possam fazer denúncias de violência diretamente para a Secretaria da Educação.

Um dos objetivos da pasta é ter um diagnóstico do problema na rede. 'Atualmente há alguns dados, mas entendemos que não são suficientes', afirmou o secretário-adjunto.

Outra medida do plano será um manual de procedimentos, para que diretores e professores tenham instruções de como proceder em cada caso (para saber, por exemplo, quando a polícia deve ser chamada).
'É preciso tomar algumas medidas, porque a violência nas escolas está muito acentuada', disse o presidente da Udemo (entidade que representa os diretores dos colégios estaduais), Luiz Gonzaga Pinto.

'As câmeras são interessantes para evitar invasões. Mas isso já foi anunciado várias vezes, sem que tenha começado a funcionar efetivamente', disse.

Para ele, a violência escolar só terá efetiva queda se o diretor possuir mais poder para punir alunos. 'Em casos extremos, como depredação, precisa expulsar. O pai precisa encontrar outra escola para seu filho. A legislação deve ser alterada. Já para a questão da simples indisciplina o ideal é que as escolas tenham projetos pedagógicos para tratar o tema.'

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

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