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sábado, 28 de novembro de 2009

Eleições em Honduras provocam racha entre países da América Latina

As eleições presidenciais em Honduras estão provocando um racha nos países da América Latina. De um lado, estão países que, como os Estados Unidos, dizem que, "se tudo correr bem" apoiarão o pleito de domingo, alegando que rejeitá-lo só pioraria a crise iniciada com o golpe de Estado que tirou Manuel Zelaya do poder.

Neste grupo, estão ainda Peru, Colômbia, Panamá e Costa Rica. Na sexta-feira, o presidente costa-riquenho, Óscar Arias --mediador das negociações entre o governo de facto de Roberto Micheletti e o presidente deposto--, pediu à comunidade internacional que reconhecesse as eleições em Honduras para que o país centro-americano recupere a normalidade depois da crise política.

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"Creio que no final deve reinar a sensatez, e a sensatez diz que deveríamos, se tudo correr bem, normalmente, e os observadores não virem nada mal no domingo 29 de novembro, penso que a grande maioria dos países deve reconhecer a eleição", disse Arias.

Do outro lado, a aliança entre Brasil, Chile, Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolívia, Nicarágua, Equador, Paraguai, Guatemala defende que reconhecer a votação sob os golpistas é um mau precedente para a região, posição também defendida pela Espanha.

Muitos deles já anunciaram, inclusive, que não vão reconhecer o pleito por considerá-lo ilegítimo, uma vez que é organizado por um governo que surgiu depois de um golpe.

Na nota em que expressam seu apoio à eleição, os EUA exortam o vencedor a dar continuidade às análises sobre a volta de Zelaya até o fim do mandato, como previsto em acordos. "Desejamos o melhor ao povo hondurenho na escolha de seus novos líderes e pedimos a todos que exerçam seus direitos pacificamente", diz o texto.

Fora dos dois grupos, ainda há o México, que chama a atenção pelo silêncio eloquente --o país diz não ter escolhido o seu bloco. Na terça, a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, disse que não se pronunciaria.

A hesitação do país já marca pontos para o bloco dos EUA, pois todos os chanceleres da região, à exceção do americano, reunidos na reunião preparatória da Calc (Cúpula América Latina e Caribe), que abriga o Grupo do Rio ampliado, já disseram que se oporiam à eleição.

Amorim, questionado pela Folha sobre o México, afirmou: "Não ouvi o silêncio do México. O México é o presidente do Grupo do Rio, que tem uma posição muito clara sobre isso. Mas cada um faz o que quiser".

O outro caso de silêncio é de El Salvador, vizinho de Honduras. O esquerdista Mauricio Funes, amigo do presidente brasileiro, decidiu que ainda não era hora de se pronunciar.

Lula

Apesar da posição contrária do Brasil às eleições, o candidato favorito em Honduras, Porfirio Lobo, afirmou na sexta que vai 'bater na porta' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Vamos buscar o presidente Lula para que reconsidere a sua posição e sejamos tão amigos como temos sido sempre, talvez mais amigos", disse Lobo, ressaltando que admira muito o país e que está interessado em conhecer os programas sociais brasileiros, como o Bolsa Família.

A respeito do conflito de posições, o candidato afirmou que "nenhum país poderá negar o que é o direito de um povo de poder eleger."

Lobo disse ainda que, se eleito, a sua prioridade será recompor as relações internacionais. Com o racha sobre o apoio ao pleito, porém, será uma tarefa difícil. Fonte: Folha Online

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