A usina produzirá 60% da demanda atual do estado, de 200 milhões de litros por ano - Foto: Ivan Amorin/Jornal de Maringá
Estatal adquiriu, por R$ 55 milhões, metade do capital social da empresa. Negócio marca o ingresso da Petrobrás Biocombustível no Sul do país. A usina deve entrar em operação comercial em 2010, produzindo 120 milhões de litros de biodiesel por ano
A Petrobras Biocombustível anunciou na noite de quarta-feira (18) a compra de 50% do capital social da empresa Bsbios Marialva Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil S.A., responsável pela construção da Usina de Biodiesel de Marialva, a 20 quilômetros de Maringá. A estatal investiu R$ 55 milhões no negócio, que marca o seu ingresso no mercado do Sul do país. A Bsbios segue com os 50% restantes do capital da usina.
No fim da manhã, representantes da Petrobrás Biocombustível se encontrarão com o governador Roberto Requião (PMDB), no Palácio das Araucárias, para fazer o anúncio formal do acordo. Às 14h, em Curitiba, haverá uma entrevista coletiva, reunindo membros do governo e da estatal.
Marialva deixará de ser "refém" da uva
Já a Prefeitura de Marialva encara o empreendimento como oportunidade de diversificar a base da economia da cidade, que atualmente está centrada numa cultura afetada diretamente pelas condições climáticas. “Hoje o cultivo da uva é responsável por 70% do nosso PIB. Agora seremos conhecidos como a capital da uva e do biodiesel”, disse o prefeito Edgar Silvestre Deca (PSB).
A Usina de Biodiesel de Marialva deve entrar em operação comercial no segundo trimestre de 2010, com capacidade para produzir 120 milhões de litros de biodiesel por ano, o que representa 60% da demanda atual do estado, de 200 milhões de litros por ano. A produção, que abastecerá o mercado nacional, se dará com sobretudo a partir de soja.
O secretário de Estado da Agricultura, Valter Bianchini, celebrou o ingresso da estatal no negócio. Ele ressaltou que, a partir do ano que vem, haverá a adição de 5% de biodiesel ao diesel, e que o Paraná estará em condição privilegiada para atender essa nova demanda. Ele ainda afirmou que a produção de biodiesel tem grande importância para os agricultores familiares, de quem são compradas as oleaginosas usadas na fabricação do combustível.
Conforme a Agência Brasil, o anúncio ocorre uma semana após a divulgação da ampliação em 90% da capacidade das três usinas de biodiesel da Petrobras Biocombustível - usinas de Candeias, na Bahia; Quixadá, no Ceará; e Montes Claros, em Minas Gerais. A estatal espera, com isso, produzir anualmente de 324 milhões de litros de biodiesel.
A Bsbios, por meio de assessoria de imprensa, informou que ainda não está se manifestando sobre o negócio.
Investimento vai absorver profissionais qualificados na região
A região Noroeste, que tem Maringá como polo, está muito bem servida de profissionais qualificados para atuarem na área de biocombustíveis e a ampliação da Usina de Marialva vem contribuir para absorção local dessa mão-de-obra. As chamadas “novas engenharias” serão as mais beneficiadas, como explicou o professor José Gilberto Catunda Sales, do departamento de agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Graduações como engenharia química, ambiental e também a própria agronomia são cursos de referencia nas universidades da região. A UEM conta inclusive com um mestrado em engenharia química.
Segundo Sales, o impacto é imediatamente positivo. “É uma alternativa baseada na pequena propriedade, e vai gerar uma renda extra para os agricultores. Em outras regiões como no Nordeste (que já passaram pela experiência), a produção agrícola pode até não ser suficiente para agilizar o refino durante todo o ano, mas isso não deve ocorrer aqui”, explicou, visto que a base local será a soja.
A presença da estatal na região e os investimentos maciços no setor do biodiesel, contudo, trazem à tona uma discussão que é global e preocupante. “A soja é uma base alimentar. Não dá para transformar alimento em diesel de caminhão”, disse o professor, que espera que o assunto deve agora ser debatido. Sales entende a iniciativa da Petrobras como uma “promoção de programas de diversificação energética”, mas defende que os bicombustíveis ainda não são a melhor saída. “Alguns países não tem confiança, pois a matriz produtora é muito oscilante. Se a demanda aumentar vai faltar biodiesel”, explicou. Fonte: Gazeta do Povo
Estatal adquiriu, por R$ 55 milhões, metade do capital social da empresa. Negócio marca o ingresso da Petrobrás Biocombustível no Sul do país. A usina deve entrar em operação comercial em 2010, produzindo 120 milhões de litros de biodiesel por ano
A Petrobras Biocombustível anunciou na noite de quarta-feira (18) a compra de 50% do capital social da empresa Bsbios Marialva Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil S.A., responsável pela construção da Usina de Biodiesel de Marialva, a 20 quilômetros de Maringá. A estatal investiu R$ 55 milhões no negócio, que marca o seu ingresso no mercado do Sul do país. A Bsbios segue com os 50% restantes do capital da usina.
No fim da manhã, representantes da Petrobrás Biocombustível se encontrarão com o governador Roberto Requião (PMDB), no Palácio das Araucárias, para fazer o anúncio formal do acordo. Às 14h, em Curitiba, haverá uma entrevista coletiva, reunindo membros do governo e da estatal.
Marialva deixará de ser "refém" da uva
Já a Prefeitura de Marialva encara o empreendimento como oportunidade de diversificar a base da economia da cidade, que atualmente está centrada numa cultura afetada diretamente pelas condições climáticas. “Hoje o cultivo da uva é responsável por 70% do nosso PIB. Agora seremos conhecidos como a capital da uva e do biodiesel”, disse o prefeito Edgar Silvestre Deca (PSB).
A Usina de Biodiesel de Marialva deve entrar em operação comercial no segundo trimestre de 2010, com capacidade para produzir 120 milhões de litros de biodiesel por ano, o que representa 60% da demanda atual do estado, de 200 milhões de litros por ano. A produção, que abastecerá o mercado nacional, se dará com sobretudo a partir de soja.
O secretário de Estado da Agricultura, Valter Bianchini, celebrou o ingresso da estatal no negócio. Ele ressaltou que, a partir do ano que vem, haverá a adição de 5% de biodiesel ao diesel, e que o Paraná estará em condição privilegiada para atender essa nova demanda. Ele ainda afirmou que a produção de biodiesel tem grande importância para os agricultores familiares, de quem são compradas as oleaginosas usadas na fabricação do combustível.
Conforme a Agência Brasil, o anúncio ocorre uma semana após a divulgação da ampliação em 90% da capacidade das três usinas de biodiesel da Petrobras Biocombustível - usinas de Candeias, na Bahia; Quixadá, no Ceará; e Montes Claros, em Minas Gerais. A estatal espera, com isso, produzir anualmente de 324 milhões de litros de biodiesel.
A Bsbios, por meio de assessoria de imprensa, informou que ainda não está se manifestando sobre o negócio.
Investimento vai absorver profissionais qualificados na região
A região Noroeste, que tem Maringá como polo, está muito bem servida de profissionais qualificados para atuarem na área de biocombustíveis e a ampliação da Usina de Marialva vem contribuir para absorção local dessa mão-de-obra. As chamadas “novas engenharias” serão as mais beneficiadas, como explicou o professor José Gilberto Catunda Sales, do departamento de agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Graduações como engenharia química, ambiental e também a própria agronomia são cursos de referencia nas universidades da região. A UEM conta inclusive com um mestrado em engenharia química.
Segundo Sales, o impacto é imediatamente positivo. “É uma alternativa baseada na pequena propriedade, e vai gerar uma renda extra para os agricultores. Em outras regiões como no Nordeste (que já passaram pela experiência), a produção agrícola pode até não ser suficiente para agilizar o refino durante todo o ano, mas isso não deve ocorrer aqui”, explicou, visto que a base local será a soja.
A presença da estatal na região e os investimentos maciços no setor do biodiesel, contudo, trazem à tona uma discussão que é global e preocupante. “A soja é uma base alimentar. Não dá para transformar alimento em diesel de caminhão”, disse o professor, que espera que o assunto deve agora ser debatido. Sales entende a iniciativa da Petrobras como uma “promoção de programas de diversificação energética”, mas defende que os bicombustíveis ainda não são a melhor saída. “Alguns países não tem confiança, pois a matriz produtora é muito oscilante. Se a demanda aumentar vai faltar biodiesel”, explicou. Fonte: Gazeta do Povo
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