“Isso não é uma ameaça é um fato. Se houver greve, mando todos embora e abro rapidamente um concurso. Garanto que tem muitas pessoas querendo trabalhar”, afirmou o governador
O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (26), em Londrina, que não aceitará nenhum movimento de greve dos policiais civis e dos agentes penitenciários no Paraná. Requião foi enfático ao dizer que em caso de paralisação todos os servidores serão demitidos. “Isso não é uma ameaça é um fato. Se houver greve, mando todos embora e abro rapidamente um concurso. Garanto que tem muitas pessoas querendo trabalhar”, afirmou.
Durante entrevista coletiva, o governador disse que não há negociação com os policiais e agentes e qualquer paralisação é “inconcebível”. De acordo com Requião, os agentes penitenciários “ficam fazendo estripulias de greve”, enquanto ele melhorou a remuneração da categoria depois que assumiu o governo. “Quando tomei posse as penitenciárias estavam privatizadas e os agentes ganhando R$ 550. Rompi todos os contratos e realizei concurso com salário inicial de R$ 2.550 e na carreira um agente pode ganhar até R$ 5.312. É o melhor salário do Brasil e não há diálogo”, disse.
O governador também ironizou a proposta dos agentes penitenciários de mudar a atual escala de 12 horas por 36 horas, para 24 horas por 72. Requião disse que essa proposta é “uma brincadeira”. Ele argumentou que nenhum agente trabalha às 24 horas do dia. “O que eles querem é trabalhar dois dias e folgar cinco. Isso dá sete dias por mês e a população paranaense não vai tolerar isso. Por isso, se fizerem greve vão para a rua”, afirmou.
O governador ainda disse que não vai autorizar que o porte de arma dos agentes penitenciários. Segundo ele, o governo “não vai colocar uma arma na cinta de cada servidor”, que a segurança da categoria é feita pelas Polícias Civil e Militar e que a morte do agente em Londrina, no mês de outubro, não teve nenhuma relação com o fato dos servidores não poderem andar armados. “Essa questão de armas é bobagem. Eles [os agentes] estavam em um bar bebendo e armados de forma ilegal. Saíram do local, fecharam um motociclista, que também estava com uma arma ilegal. Então não foi a proibição, mas a posse ilegal que resultou na troca de tiros e na morte do agente”, disse.
O governador ameaçou de demissão coletiva os policiais civis se houver uma greve. Na terça-feira (24), os policiais realizaram um dia de paralisação em todo o Paraná e prometem decidir em 15 dias se iniciam ou não uma greve.
Ameaça não assusta sindicatos
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Clayton Agostinho Auwerter, disse que a ameaça de demissão não impedirá que os agentes façam a paralisação. Ele disse que o departamento jurídico está tentando derrubar a liminar da Justiça, que impediu o início da greve no último dia 21. “Assim que conseguirmos derrubar essa liminar vamos parar. Não há como o governador demitir os agentes, pois somos servidores estaduais e a greve é legal. Se o governador vai demitir todos os agentes, porque ele entrou na Justiça para impedir o movimento”, questionou.
Em relação à afirmação do governador de que não autorizará o porte de arma, Auwerter disse que lamenta o posicionamento do Governo de não cumprir uma lei federal que autoriza o porte de armas aos agentes. Segundo ele, as declarações de Requião mostram que “o governador não entende nada de lei”.
O presidente do Sindicato também rebateu as declarações de Requião em relação à escala de trabalho proposta pela categoria. De acordo com ele, ela não alterará a quantidade de horas trabalhadas pelos agentes. “Com a carga de 12 por 36 horas trabalhos 168 horas mensais com duas folgas por mês. A escala 24 por 72 horas, com uma folga mensal, manterá a mesma carga de trabalho. Acho que o governador está precisando aprender matemática antes de dar uma declaração desta. O que queremos é respeito com a categoria, pois o sistema prisional do Paraná é um dos melhores do Brasil, não por causa do governador, mas pelo trabalho dos agentes”, concluiu.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Ademilson Alves Batista, disse que a categoria já esperava essas ameaças, mas os policiais não recuaram no movimento. Para ele, os policiais estão apenas reivindicando o que é justo.
“Os policiais estão trabalhando descontentes e não será essa fala de intimidação que fará com que recuemos. Não se demite um policial civil da noite para o dia, da mesma maneira que não se forma um. Todo o processo demora se for rápido um ano. Será que o governador está disposto a deixar a população sem segurança por tanto tempo”, questionou.
Segundo Batista, o sindicato encaminhará nesta sexta-feira (27) um comunicado para a Secretaria de Estado da Segurança (Sesp) para marcar uma audiência. Ele disse que os policiais estão abertos ao diálogo e que a “situação chegou a esse ponto por culpa única e exclusiva do Governo”.
Entre as reivindicações dos policiais está a conclusão do estudo do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) desenvolvido desde 2005. Segundo o sindicalista, essa demora é um desrespeito à categoria. Para Souza, com essa atitude o governo mostra que não tem uma política de valorização do policial.
Eles também pedem melhores condições salariais. Para exemplificar a defasagem salarial, o sindicato usou como exemplo a remuneração dos futuros guardas-municipais de Londrina, que terão salarial inicial de R$ 1,7 mil e a exigência para o cargo é de ensino médio, enquanto para ser investigador ou escrivão é preciso ter ensino superior e o salário inicial é R$ 1,9 mil. Fonte: Gazeta do Povo
O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (26), em Londrina, que não aceitará nenhum movimento de greve dos policiais civis e dos agentes penitenciários no Paraná. Requião foi enfático ao dizer que em caso de paralisação todos os servidores serão demitidos. “Isso não é uma ameaça é um fato. Se houver greve, mando todos embora e abro rapidamente um concurso. Garanto que tem muitas pessoas querendo trabalhar”, afirmou.
Durante entrevista coletiva, o governador disse que não há negociação com os policiais e agentes e qualquer paralisação é “inconcebível”. De acordo com Requião, os agentes penitenciários “ficam fazendo estripulias de greve”, enquanto ele melhorou a remuneração da categoria depois que assumiu o governo. “Quando tomei posse as penitenciárias estavam privatizadas e os agentes ganhando R$ 550. Rompi todos os contratos e realizei concurso com salário inicial de R$ 2.550 e na carreira um agente pode ganhar até R$ 5.312. É o melhor salário do Brasil e não há diálogo”, disse.
O governador também ironizou a proposta dos agentes penitenciários de mudar a atual escala de 12 horas por 36 horas, para 24 horas por 72. Requião disse que essa proposta é “uma brincadeira”. Ele argumentou que nenhum agente trabalha às 24 horas do dia. “O que eles querem é trabalhar dois dias e folgar cinco. Isso dá sete dias por mês e a população paranaense não vai tolerar isso. Por isso, se fizerem greve vão para a rua”, afirmou.
O governador ainda disse que não vai autorizar que o porte de arma dos agentes penitenciários. Segundo ele, o governo “não vai colocar uma arma na cinta de cada servidor”, que a segurança da categoria é feita pelas Polícias Civil e Militar e que a morte do agente em Londrina, no mês de outubro, não teve nenhuma relação com o fato dos servidores não poderem andar armados. “Essa questão de armas é bobagem. Eles [os agentes] estavam em um bar bebendo e armados de forma ilegal. Saíram do local, fecharam um motociclista, que também estava com uma arma ilegal. Então não foi a proibição, mas a posse ilegal que resultou na troca de tiros e na morte do agente”, disse.
O governador ameaçou de demissão coletiva os policiais civis se houver uma greve. Na terça-feira (24), os policiais realizaram um dia de paralisação em todo o Paraná e prometem decidir em 15 dias se iniciam ou não uma greve.
Ameaça não assusta sindicatos
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Clayton Agostinho Auwerter, disse que a ameaça de demissão não impedirá que os agentes façam a paralisação. Ele disse que o departamento jurídico está tentando derrubar a liminar da Justiça, que impediu o início da greve no último dia 21. “Assim que conseguirmos derrubar essa liminar vamos parar. Não há como o governador demitir os agentes, pois somos servidores estaduais e a greve é legal. Se o governador vai demitir todos os agentes, porque ele entrou na Justiça para impedir o movimento”, questionou.
Em relação à afirmação do governador de que não autorizará o porte de arma, Auwerter disse que lamenta o posicionamento do Governo de não cumprir uma lei federal que autoriza o porte de armas aos agentes. Segundo ele, as declarações de Requião mostram que “o governador não entende nada de lei”.
O presidente do Sindicato também rebateu as declarações de Requião em relação à escala de trabalho proposta pela categoria. De acordo com ele, ela não alterará a quantidade de horas trabalhadas pelos agentes. “Com a carga de 12 por 36 horas trabalhos 168 horas mensais com duas folgas por mês. A escala 24 por 72 horas, com uma folga mensal, manterá a mesma carga de trabalho. Acho que o governador está precisando aprender matemática antes de dar uma declaração desta. O que queremos é respeito com a categoria, pois o sistema prisional do Paraná é um dos melhores do Brasil, não por causa do governador, mas pelo trabalho dos agentes”, concluiu.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Ademilson Alves Batista, disse que a categoria já esperava essas ameaças, mas os policiais não recuaram no movimento. Para ele, os policiais estão apenas reivindicando o que é justo.
“Os policiais estão trabalhando descontentes e não será essa fala de intimidação que fará com que recuemos. Não se demite um policial civil da noite para o dia, da mesma maneira que não se forma um. Todo o processo demora se for rápido um ano. Será que o governador está disposto a deixar a população sem segurança por tanto tempo”, questionou.
Segundo Batista, o sindicato encaminhará nesta sexta-feira (27) um comunicado para a Secretaria de Estado da Segurança (Sesp) para marcar uma audiência. Ele disse que os policiais estão abertos ao diálogo e que a “situação chegou a esse ponto por culpa única e exclusiva do Governo”.
Entre as reivindicações dos policiais está a conclusão do estudo do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) desenvolvido desde 2005. Segundo o sindicalista, essa demora é um desrespeito à categoria. Para Souza, com essa atitude o governo mostra que não tem uma política de valorização do policial.
Eles também pedem melhores condições salariais. Para exemplificar a defasagem salarial, o sindicato usou como exemplo a remuneração dos futuros guardas-municipais de Londrina, que terão salarial inicial de R$ 1,7 mil e a exigência para o cargo é de ensino médio, enquanto para ser investigador ou escrivão é preciso ter ensino superior e o salário inicial é R$ 1,9 mil. Fonte: Gazeta do Povo
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