Participe da comunidade do meu Blog

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Maringaense relata tropa de elite da Polícia Federal

Eduardo Maia Betini, integrante do COT, conta como são treinados os homens do grupo de ações especiais da PF; obra tem co-autoria do colega Fabiano Tomazi

Em 2007, o filme “Tropa de Elite” se tornou um fenômeno do cinema nacional , ao mostrar o cotidiano e as operações do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o Bope. Na mesma época em que o filme de José Padilha chegava às telas, o maringaense Eduardo Maia Betini e seu colega na Polícia Federal, Fabiano Tomazi, concluíram o livro “COT - Charlie . Oscar. Tango”.

O livro escrito pelos dois agentes federais guarda sua originalidade mas traz muitas semelhanças com “Tropa de Elite”. “COT” retrata missões do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, grupo especial formado para cumprir missões de altíssimo risco, como o combate ao tráfico de drogas, assal tos a bancos e controle de distúrbio civis.

Mas no livro, Betini e Tomazi fazem questão, sempre, de humanizar o os homens do COT. “Não queremos ser heróis, os heróis estão no cemitério”, disse Betini em entrevista a O Diário. No livro, Betini e Tomazi, além de fazerem uma crônica de diversas missões do grupo de operações especiais da Polícia Federal, traçam um histórico do COT e trazem diversas dicas de segurança, pois, para Betini, a segurança é uma responsabilidade de toda a sociedade.


O Diário - Como surgiu a ideia de escrever esse livro?

Eduardo Maia Betini - Surgiu para mostrar à sociedade o trabalho que a Polícia Federal faz. As pessoas não conhecem a fundo o trabalho do agente federal, a gente vê que é comum aparecer na mídia alguém que a gente chama de policiólogo, que são aquelas pessoas que se dizem altamente entendidas em segurança pública, mas que não vivem a segurança pública. A gente escreveu o livro para aproximar a sociedade do nosso trabalho, pois as pessoas têm muita curiosidade sobre como é o trabalho da Polícia Federal e como é o Batalhão de Operações Especiais. Para as pessoas terem onde recorrer se tiverem dúvida.


O Diário - Dentro da polícia existe uma hierarquia muito rígida. Você teve algum receio na hora de escrever ? Teve trechos que você precisou modificar ou suprimir por motivos de segurança?

Eduardo Maia Betini - O livro foi muito bem estudado. A gente passou dois anos antes de saber se iria publicar o livro ou não. Foi um trabalho criterioso de decisão meu e do (Fabiano) Tomazi, para ver se a gente não dava furo, se a gente não estava dizendo a mais, no sentido de informações que possam se voltar contra nós mesmos. Nós fizemos uma filtragem. Depois tivemos uma preocupação muito grande de como o pessoal iria nos receber. Fizemos o livro sem comunicar para ninguém. Pouquíssimas pessoas ficaram sabendo. Mas havia dúvidas quanto à publicação e aí começaram as surpresas. Eu cheguei e apresentei para o chefe do meu setor, respeitando a hierarquia. Ele viu o livro e disse: “Faz muitos anos que eu queria isso aqui” e se emocionou com o livro. Ele fez questão de levar ao diretor geral da Polícia Federal [Luiz Fernando Corrêa] e o convidamos para fazer o prefácio. Ele viu o livro, olhou, deu uma folheada. Falou: “Deixa comigo, vou dar uma estudada”. Passou duas semanas e ele falou que iria fazer uma apresentação para o livro, porque fazia muito tempo que queria que saísse uma obra sobre o Comando. Hierarquicamente, a Polícia Federal não sabia do livro, mas, assim que souberam, nos deram todo o apoio para ser publicado.


O Diário - Eles deram o apoio porque queriam que a população soubesse como é esse trabalho da PF?

Eduardo Maia Betini - Exatamente. Porque o próprio diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, foi secretário Nacional de Segurança Pública e tomou o projeto como dele. Foi uma surpresa e confesso que estou emocionado positivamente, pois eu achava que iríamos enfrentar alguma restrição.

Para ler
“COT - Charlie. Oscar. Tango”, de Eduardo Maia Betini e Fabiano Tomazi. (Ícone Editora, 290 p., R$ 38). Lançamento em Maringá no dia 1º de dezembro, às 19 horas, no Teatro Calil Haddad. Fonte: O Diário, reportagem de Fábio Massalli

Nenhum comentário: