O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e defendeu, em pequena coletiva à imprensa, o direito do país de desenvolver seu programa nuclear para fins pacíficos. "O que nós temos defendido há muito tempo é que o Irã tenha o direito de desenvolver enriquecimento de urânio para fins pacíficos, tanto quanto o Brasil está se desenvolvendo. É simples", disse Lula.
Segundo o presidente, o Brasil tem um modelo de desenvolvimento de energia nuclear reconhecido pelas Nações Unidas, modelo que pode ser adotado pelo Irã. "O que defendemos para nós, defendemos para o outros", afirmou.
Em seu discurso, Lula falou de aspirações comuns dos dois países nas áreas de energia e desenvolvimento científico. O presidente frisou que o comércio bilateral dobrou durante seu governo, e que há a intenção de dar mais vigor Às trocas comerciais. "O Irã poderá voltar a ser o maior destino [comercial] no Oriente Médio", disse.
Foram firmados hoje vários acordos de cooperação, nas áreas de geração de energia elétrica e de segurança alimentar. Uma visita do presidente Lula está marcada para abril ou maio do próximo ano a Teerã.
Logo após Lula, Ahmadinejad discursou e disse que Brasil e Irã defendem um mundo de paz e solidariedade, sem armas nucleares, e defendeu o direito de seu país de fazer pesquisas nucleares para fins pacíficos. "O Brasil apoia o direito do Irã de dominar todo o ciclo nuclear", disse o presidente iraniano, citando o discurso de Lula. Ahmadinejad também disse apoiar o que chamou de "avanços" do Brasil no domínio da tecnologia nuclear.
Ahmadinejad também aproveitou a visita para afirmar que não há ambiguidades no programa nuclear do país e que todas as perguntas da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) já foram respondidas.
O programa nuclear iraniano está no centro de uma polêmica internacional, com pressão ocidental para que o país envie seu urânio para ser enriquecido no exterior. O Irã assegura que tem apenas finalidades pacíficas, mas a descoberta de uma central nuclear clandestina em Qom aumentou as suspeitas de que o programa se destina à construção de armas nucleares.
O Irã alega que suas atividades nucleares são exclusivamente civis, mas não consegue afastar as suspeitas em torno de sua suposta intenção de desenvolver um programa militar.
Sobre a proposta da AIEA para um acordo, Ahmadinejad disse que o Irã estava disposto a negociar a compra de urânio enriquecido, mas que a limitação imposta pela agência de não poder comprar urânio enriquecido em 20% travou as negociações. "Isso não é a coisa certa a se fazer. Cabe ao comprador definir as condições da compra, as especificações técnicas. Estamos prontos a pagar e comprar o combustível, mas o Irã não permitirá que se ignorem os seus direitos legais", disse.
Paz
De acordo com o presidente Lula, o país de Ahmadinejad pode ser um novo ator para promover a paz. "O Irã pode ter um papel decisivo não só no Oriente Médio, mas na Ásia Central, para forjar uma ordem mundial harmônica em sua região.
Ahmadinejad reforçou o discurso amistoso do presidente Lula, destacando as afinidades dos dois países, tanto em relação às riquezas naturais como na convergência de interesse em vários campos, como o de energia. O líder iraniano acenou também que o Brasil deve atuar como um elo entre o Irã e a América latina.
O presidente iraniano reservou parte de seu discurso para atacar o sistema econômico capitalista, e afirmou que é necessário que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) passe por uma reforma que dê um assento permanente pro Brasil. "O conselho fracassou nos últimos 60 anos. A razão por que falhou é clara, falhou por causa do poder de veto que hoje está limitado a um número pequeno de países."
Foram assinados hoje acordos de cooperação nas áreas de energia, indústria e comércio, ciência, tecnologia, segurança alimentar e monetária. Foi assinado acordo de isenção de visto para passaportes diplomáticos para o período de 2009 a 2012.
Visita
O iraniano chegou hoje a Brasília por volta das 9h, procedente do Senegal. Após a reunião reservada com Lula, os dois líderes devem seguir para encontro com empresários de ambos os países.
Ahmadinejad chegou ao Brasil acompanhado pelo ministro de Relações Exteriores, Manoucher Mottaki, e do vice-ministro para a América Latina, Ali Reza Salari. Também veio ao país seu ministro de Minas e Indústrias, Ali Akbar Mehrabian. Vieram ainda membros do Parlamento iraniano e uma grande delegação de empresários que participará de um encontro empresarial Brasil-Irã. Ao lado de Ahmadinejad, veio ainda o embaixador brasileiro em Teerã, Antônio Luis Espínola Salgado.
Desde 2005, quando assumiu o poder, Ahmadinejad tenta estabelecer vínculos com líderes sul-americanos de esquerda e mantém relação próxima com Hugo Chávez. Depois do Brasil, o presidente iraniano completará sua viagem latino-americana de cinco dias com visitas a Bolívia e Venezuela, para depois retornar a Teerã com escalas no Senegal e em Gâmbia. Fonte: Folha Online
Segundo o presidente, o Brasil tem um modelo de desenvolvimento de energia nuclear reconhecido pelas Nações Unidas, modelo que pode ser adotado pelo Irã. "O que defendemos para nós, defendemos para o outros", afirmou.
Em seu discurso, Lula falou de aspirações comuns dos dois países nas áreas de energia e desenvolvimento científico. O presidente frisou que o comércio bilateral dobrou durante seu governo, e que há a intenção de dar mais vigor Às trocas comerciais. "O Irã poderá voltar a ser o maior destino [comercial] no Oriente Médio", disse.
Foram firmados hoje vários acordos de cooperação, nas áreas de geração de energia elétrica e de segurança alimentar. Uma visita do presidente Lula está marcada para abril ou maio do próximo ano a Teerã.
Logo após Lula, Ahmadinejad discursou e disse que Brasil e Irã defendem um mundo de paz e solidariedade, sem armas nucleares, e defendeu o direito de seu país de fazer pesquisas nucleares para fins pacíficos. "O Brasil apoia o direito do Irã de dominar todo o ciclo nuclear", disse o presidente iraniano, citando o discurso de Lula. Ahmadinejad também disse apoiar o que chamou de "avanços" do Brasil no domínio da tecnologia nuclear.
Ahmadinejad também aproveitou a visita para afirmar que não há ambiguidades no programa nuclear do país e que todas as perguntas da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) já foram respondidas.
O programa nuclear iraniano está no centro de uma polêmica internacional, com pressão ocidental para que o país envie seu urânio para ser enriquecido no exterior. O Irã assegura que tem apenas finalidades pacíficas, mas a descoberta de uma central nuclear clandestina em Qom aumentou as suspeitas de que o programa se destina à construção de armas nucleares.
O Irã alega que suas atividades nucleares são exclusivamente civis, mas não consegue afastar as suspeitas em torno de sua suposta intenção de desenvolver um programa militar.
Sobre a proposta da AIEA para um acordo, Ahmadinejad disse que o Irã estava disposto a negociar a compra de urânio enriquecido, mas que a limitação imposta pela agência de não poder comprar urânio enriquecido em 20% travou as negociações. "Isso não é a coisa certa a se fazer. Cabe ao comprador definir as condições da compra, as especificações técnicas. Estamos prontos a pagar e comprar o combustível, mas o Irã não permitirá que se ignorem os seus direitos legais", disse.
Paz
De acordo com o presidente Lula, o país de Ahmadinejad pode ser um novo ator para promover a paz. "O Irã pode ter um papel decisivo não só no Oriente Médio, mas na Ásia Central, para forjar uma ordem mundial harmônica em sua região.
Ahmadinejad reforçou o discurso amistoso do presidente Lula, destacando as afinidades dos dois países, tanto em relação às riquezas naturais como na convergência de interesse em vários campos, como o de energia. O líder iraniano acenou também que o Brasil deve atuar como um elo entre o Irã e a América latina.
O presidente iraniano reservou parte de seu discurso para atacar o sistema econômico capitalista, e afirmou que é necessário que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) passe por uma reforma que dê um assento permanente pro Brasil. "O conselho fracassou nos últimos 60 anos. A razão por que falhou é clara, falhou por causa do poder de veto que hoje está limitado a um número pequeno de países."
Foram assinados hoje acordos de cooperação nas áreas de energia, indústria e comércio, ciência, tecnologia, segurança alimentar e monetária. Foi assinado acordo de isenção de visto para passaportes diplomáticos para o período de 2009 a 2012.
Visita
O iraniano chegou hoje a Brasília por volta das 9h, procedente do Senegal. Após a reunião reservada com Lula, os dois líderes devem seguir para encontro com empresários de ambos os países.
Ahmadinejad chegou ao Brasil acompanhado pelo ministro de Relações Exteriores, Manoucher Mottaki, e do vice-ministro para a América Latina, Ali Reza Salari. Também veio ao país seu ministro de Minas e Indústrias, Ali Akbar Mehrabian. Vieram ainda membros do Parlamento iraniano e uma grande delegação de empresários que participará de um encontro empresarial Brasil-Irã. Ao lado de Ahmadinejad, veio ainda o embaixador brasileiro em Teerã, Antônio Luis Espínola Salgado.
Desde 2005, quando assumiu o poder, Ahmadinejad tenta estabelecer vínculos com líderes sul-americanos de esquerda e mantém relação próxima com Hugo Chávez. Depois do Brasil, o presidente iraniano completará sua viagem latino-americana de cinco dias com visitas a Bolívia e Venezuela, para depois retornar a Teerã com escalas no Senegal e em Gâmbia. Fonte: Folha Online
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