Sérgio Loni, presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Paiçandu, mora no bairro onde se pretente implantar o semiaberto (Foto: Douglas Marçal)
Anúncio de que as obras da unidade prisional em regime semiaberto serão retomadas, agora mobiliza a comunidade paiçanduense. Cidade também teme aumento da violência
A exemplo do que está ocorrendo em Maringá, lideranças comunitárias de Paiçandu também estão se mobilizando contra a implantação da penitenciária semiaberta, no limite dos dois municípios.
O anúncio da retomada da obra suscitou reuniões entre os principais representantes da sociedade organizada paiçanduense durante a semana e na próxima terça-feira a Câmara Municipal deve apreciar mais um pedido de esclarecimento ao governador Roberto Requião sob a instalação do Presídio de Regime Semiaberto de Maringá, que prevê abrigar 300 presos — durante o dia, os detentos poderão sair da unidade para trabalhar, e retornarão à noite.
A obra da nova unidade prisional está paralisada deste 2003, devido a uma batalha judicial entre a construtora e o governo do Paraná. Com o impasse parcialmente solucionado pela Justiça, foi aberta nova licitação para a retomada da construção, que exigirá investimentos na ordem de R$ 4,8 milhões dos governos estadual (R$ 2 milhões) e federal (R$ 2,8 milhões).
Mas a resistência, encabeçada pelos conselhos comunitários de segurança pública das duas cidades, cresce e começa a gerar mobilizações populares. Protestos, abaixo-assinados e manifestações de repúdio estão previstos para os próximos dias em Paiçandu.
Cidades unidas
Nova reunião entre as forças organizadas de Paiçandu deve acontecer durante a semana, objetivando a estudar os possíveis impactos sociais da nova prisão. Autora de um primeiro requerimento, encaminhado no início do ano ao governo do Estado, a vereadora Eliana Fuzari (PTB), ainda aguarda resposta.
“A obra afeta a imagem do município sem que haja qualquer contrapartida do governo estadual”, observa a vereadora. Disse que lideranças políticas de Paiçandu, Maringá e Sarandi começam a se interagir esta semana, no sentido de barrar a conclusão do novo presídio.
“Vamos pedir o apoio da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep)”, adianta Eliana. E o presidente da Câmara e Paiçandu, Eduardo Pioneiro (PRB), observa que a decisão estadual e federal de instalar o presídio na região excluiu da consulta os principais interessados: moradores de Paiçandu, Sarandi e Maringá. “O avanço da droga e da violência será maior em Paiçandu com o presos soltos durante o dia”, prevê.
Violência cresce
Ao circular pela cidade, o que mais se ouve entre os comerciantes, moradores e autoridades é o “estouro” da criminalidade em todos os níveis e em escala nunca antes vista. O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Paiçandu, Sérgio Loni, confirma a tendência do avanço da violência e conta que mora no Jardim Bela Vista I, ao lado das unidades da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), do Centro de Detenção e da obra inacabada da Penitenciária de Regime Semiaberto de Maringá.
“Roubos, furtos e arrombamentos estão crescendo na região do presídio”, afirma Loni. Segundo ele, os moradores deixam de registrar queixas na polícia devido ao baixo efetivo policial. “Tem famílias de presos que se mudaram para cá e com elas vieram vários problemas sociais”, constata.
O presidente do conselho informa que há 1,3 mil detentos nas duas unidades prisionais em funcionamento. “Imagine mais 300 presos vagando durante o dia pelas ruas de Paiçandu”, questiona.
Loni observa que a cidade possui 47 mil habitantes e que as normas internacionais de segurança indicam, para cidades de pequeno porte, um policial para cada mil habitantes. “Nós temos 12 policiais e apenas três trabalham em regime de 24 horas”, destaca.
A defasagem de policiais é confirmada pelo responsável pelo Destacamento da Polícia Militar de Paiçandu, sargento Gilberto Felipe, que confirma o aumento de furtos e arrombamentos na região do presídio.
“Temos muitos casos de pessoas que foram furtadas, mas que não registraram ocorrência”, observa Felipe. Segundo ele, os dois policiais externos também cuidam de acidentes de trânsito. “Demora, às vezes, uma hora e meia para fazer uma ocorrência envolvendo veículos”, conta.
O militar pondera que a instalação do semiaberto poderia ocorrer na cidade, desde que houvesse contrapartidas, como o aumento do efetivo policial e mudança no sistema de policiamento. Fonte: O Diário, reportagem de Edson Pereira Filho
Anúncio de que as obras da unidade prisional em regime semiaberto serão retomadas, agora mobiliza a comunidade paiçanduense. Cidade também teme aumento da violência
A exemplo do que está ocorrendo em Maringá, lideranças comunitárias de Paiçandu também estão se mobilizando contra a implantação da penitenciária semiaberta, no limite dos dois municípios.
O anúncio da retomada da obra suscitou reuniões entre os principais representantes da sociedade organizada paiçanduense durante a semana e na próxima terça-feira a Câmara Municipal deve apreciar mais um pedido de esclarecimento ao governador Roberto Requião sob a instalação do Presídio de Regime Semiaberto de Maringá, que prevê abrigar 300 presos — durante o dia, os detentos poderão sair da unidade para trabalhar, e retornarão à noite.
A obra da nova unidade prisional está paralisada deste 2003, devido a uma batalha judicial entre a construtora e o governo do Paraná. Com o impasse parcialmente solucionado pela Justiça, foi aberta nova licitação para a retomada da construção, que exigirá investimentos na ordem de R$ 4,8 milhões dos governos estadual (R$ 2 milhões) e federal (R$ 2,8 milhões).
Mas a resistência, encabeçada pelos conselhos comunitários de segurança pública das duas cidades, cresce e começa a gerar mobilizações populares. Protestos, abaixo-assinados e manifestações de repúdio estão previstos para os próximos dias em Paiçandu.
Cidades unidas
Nova reunião entre as forças organizadas de Paiçandu deve acontecer durante a semana, objetivando a estudar os possíveis impactos sociais da nova prisão. Autora de um primeiro requerimento, encaminhado no início do ano ao governo do Estado, a vereadora Eliana Fuzari (PTB), ainda aguarda resposta.
“A obra afeta a imagem do município sem que haja qualquer contrapartida do governo estadual”, observa a vereadora. Disse que lideranças políticas de Paiçandu, Maringá e Sarandi começam a se interagir esta semana, no sentido de barrar a conclusão do novo presídio.
“Vamos pedir o apoio da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep)”, adianta Eliana. E o presidente da Câmara e Paiçandu, Eduardo Pioneiro (PRB), observa que a decisão estadual e federal de instalar o presídio na região excluiu da consulta os principais interessados: moradores de Paiçandu, Sarandi e Maringá. “O avanço da droga e da violência será maior em Paiçandu com o presos soltos durante o dia”, prevê.
Violência cresce
Ao circular pela cidade, o que mais se ouve entre os comerciantes, moradores e autoridades é o “estouro” da criminalidade em todos os níveis e em escala nunca antes vista. O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Paiçandu, Sérgio Loni, confirma a tendência do avanço da violência e conta que mora no Jardim Bela Vista I, ao lado das unidades da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), do Centro de Detenção e da obra inacabada da Penitenciária de Regime Semiaberto de Maringá.
“Roubos, furtos e arrombamentos estão crescendo na região do presídio”, afirma Loni. Segundo ele, os moradores deixam de registrar queixas na polícia devido ao baixo efetivo policial. “Tem famílias de presos que se mudaram para cá e com elas vieram vários problemas sociais”, constata.
O presidente do conselho informa que há 1,3 mil detentos nas duas unidades prisionais em funcionamento. “Imagine mais 300 presos vagando durante o dia pelas ruas de Paiçandu”, questiona.
Loni observa que a cidade possui 47 mil habitantes e que as normas internacionais de segurança indicam, para cidades de pequeno porte, um policial para cada mil habitantes. “Nós temos 12 policiais e apenas três trabalham em regime de 24 horas”, destaca.
A defasagem de policiais é confirmada pelo responsável pelo Destacamento da Polícia Militar de Paiçandu, sargento Gilberto Felipe, que confirma o aumento de furtos e arrombamentos na região do presídio.
“Temos muitos casos de pessoas que foram furtadas, mas que não registraram ocorrência”, observa Felipe. Segundo ele, os dois policiais externos também cuidam de acidentes de trânsito. “Demora, às vezes, uma hora e meia para fazer uma ocorrência envolvendo veículos”, conta.
O militar pondera que a instalação do semiaberto poderia ocorrer na cidade, desde que houvesse contrapartidas, como o aumento do efetivo policial e mudança no sistema de policiamento. Fonte: O Diário, reportagem de Edson Pereira Filho
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