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domingo, 8 de novembro de 2009

Secretária de Segurança Nacional dos EUA alerta contra onda antimuçulmanos

A secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Janet Napolitano, afirmou neste domingo que o departamento está trabalhando com grupos de todo o país para evitar qualquer onda antimuçulmanos após o ataque de um major americano muçulmano à base militar de Fort Hood, no Estado americano do Texas. No ataque de quinta-feira (5), o major Nidal Malik Hassan matou a tiros 13 pessoas e feriu outras 30.

Em viagem aos Emirados Árabes Unidos, Napolitano parece reafirmar ao mundo árabe que as autoridades americanas estão adotando as medidas necessárias para evitar qualquer sentimento de ódio causado pelo ataque de Hassan. A viagem vem após discursos de Obama de que estende as mãos ao mundo muçulmano.

"Este foi um indivíduo que não representa, obviamente, a fé muçulmana", disse Napolitano, que está na capital Abu Dhabi. "Obviamente nós rejeitamos e não acreditamos que qualquer sentimento antimuçulmano deva emanar disso".

Napolitano, que discursou para mulheres universitárias, planeja ainda conversar com agentes de segurança do país. Ela não deu detalhes sobre o tema das reuniões, mas a cooperação em segurança aumentou entre os dois países depois que as companhias aéreas iniciaram voos diretos.

Ataque

O ataque começou às 13h30 desta quinta-feira (17h30 no horário de Brasília) no Centro Soldier Readiness, onde os soldados que estão prestes a serem enviados para o campo de batalha ou que estão voltando da guerra passam por exames médicos. Perto de lá, alguns soldados lideravam uma cerimônia de graduação em um teatro com cerca de 600 pessoas, entre tropas e familiares.

Segundo relatos não confirmados de soldados presentes na base, Hassan gritou a expressão árabe "Allahu Akbar", que significa "Deus é grande", antes de abrir fogo contra os colegas.

Segundo as agências de notícias, Hassan começou a atirar com duas armas --ao menos uma delas semiautomática. Uma sargento que estava no local conseguiu atingir Hassan e encerrar o ataque.

Segundo Bob Cone, porta-voz da base, não há indicação de que as armas eram do Exército ou de que este foi um ataque com motivações terroristas. Ele afirmou ainda que o FBI (polícia federal americana) e os especialistas forenses do Exército estão investigando o crime.

Hassan, 39, tratava soldados feridos em guerra ou que se preparavam para ir ao fronte de batalha. Muçulmano nascido nos Estados Unidos e filho de imigrantes palestinos, ele cresceu na Virgínia. Serviu como psiquiatra no Centro Médico Militar Walter Reed em Washington, capital, que trata principalmente militares feridos gravemente.

O primo do major, Nader Hassan, afirmou anteriormente à rede Fox News que ele se opunha às guerras no Iraque e no Afeganistão e estava preocupado com a notícia de que seria enviado em breve para o fronte de batalha. "Nós sabemos há cinco anos que este era provavelmente seu pior pesadelo", afirmou, em referência à sua transferência para o fronte de batalha.

Segundo Nader, o primo foi transferido para a base de Fort Hood em abril e estava muito relutante com a notícia de que seria transferido.

Segundo o coronel aposentado Terry Lee, que disse ter trabalhado com Hassan, ele aguardava que o presidente Barack Obama anunciasse a retirada das tropas e frequentemente brigava com os colegas de base que apoiavam as guerras. Fonte: Associated Press, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos)e Folha Online

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